Eu tenho um cartão de cidadão. Sou cidadão. E sou uma pessoa de muita sorte. A mim, um sortudo, foi-me entregue na altura uma folha A4, prenhe de informação: todos os dados que viriam a constar do meu cartão e muitos outros.
Nessa folha – já agora com a designação “Comprovativo de Pedido Inicial” – há um bloco com o título “Recenseamento Eleitoral”, com o texto seguinte:
“Se alterou a sua freguesia de residência, não se esqueça que o seu direito de voto passará a ser exercido na nova freguesia, a partir do momento em que levantar o seu Cartão de Cidadão! Não haverá mudança do seu local de voto, se levantar o seu cartão nos 60 dias anteriores a um acto eleitoral (período durante o qual os cadernos eleitorais estão fechados). Pode confirmar o seu número de eleitor e local de voto na internet (em http://www.recenseamento.mai.gov.pt ) , enviando um SMS* para 3838 ou na sua Junta de Freguesia. Por favor, informe-se!
“Se alterou a sua freguesia de residência, não se esqueça que o seu direito de voto passará a ser exercido na nova freguesia, a partir do momento em que levantar o seu Cartão de Cidadão! Não haverá mudança do seu local de voto, se levantar o seu cartão nos 60 dias anteriores a um acto eleitoral (período durante o qual os cadernos eleitorais estão fechados). Pode confirmar o seu número de eleitor e local de voto na internet (em http://www.recenseamento.mai.gov.pt ) , enviando um SMS* para 3838 ou na sua Junta de Freguesia. Por favor, informe-se!
*Envie SMS para 3838, com o texto – RE espaço Nº Id. Civil espaço Data de Nascimento (AAAAMMDD).
Vai daí, na véspera fui à net. E fiquei a saber que desta vez votaria onde nunca antes tinha votado e qual o meu número de eleitor.
Por isso, deixo para o populista Portas, a histérica Apolónia, o lã branca Macedo e outros que tais, o cuidado de gritarem por demissões. Porque eu não me demiti de ler as indicações que me foram dadas, sem que as pedisse. E não estou disponível para dar cobertura a quem a elas não quis ligar ou apenas se lembrou de pedir socorro depois da bica e do bagaço no dia das eleições.
Mas registo que a histeria de muitos representantes dos cidadãos, que aposta na mais reles demagogia, pretende ainda fixar o princípio de que ao cidadão não cabe a obrigação de saber tratar de si e, neste caso, do seu direito a votar.