Para alguns há que repetir. Nobre tinha como vocação, segundo declarações muito claras, utilizar o púlpito da AR, enquanto presidente, para desenvolver não sei que projecto, como se tal lhe pudesse ser consentido. Depois disto e de antes ter afirmado que não seria deputado, caso não fosse eleito presidente da AR, PPC manteve-o como candidato ao posto, provocando toda a gente.
Claro que Nobre já era indigesto antes disso, quando fez uma campanha como candidato a PR contra a classe política, os políticos, porque o que era bonito era lutar por aquilo que designava como cidadania, seja isso o que for. Mas o meio milhão de votos cativou PPC, por mero oportunismo eleitoral.
E seguiu-se para bingo.
Uma votação e nada. Uma segunda votação e pior ainda. Nobre nem sequer fez o pleno dos votos do PSD.
Se Nobre fosse eleito, PPC teria uma vitória estrondosa e, particularmente, perante o manhoso político do Caldas. Só que não foi assim. E, no meio disto, PPC permitiu o achincalhamento do seu candidato e este não foi capaz de ler os sinais ou, se leu, não foi capaz da nobreza de se retirar, poupando PPC a uma derrota em toda a linha.
Face ao desastre, vem o Relvas apontar baterias aos partidos da oposição, quando os votos da coligação PSD/PP eram mais que suficientes para impor a aberração de um presidente da AR com o perfil como o de Nobre. E parece que ninguém lhe terá dito que colegas da sua bancada não votaram favoravelmente.
Crespo, por sua vez, ainda não entendeu que isso de eleições é assim mesmo: quem tem um voto utiliza-o como melhor entende sem que tenha que seguir a sua opinião, ou atender aos seus anseios.
E agora teremos um São Caetano despojado da auréola por manifesta incapacidade para milagrar e, no Caldas, um Zé Povinho sobre um pedestal legendado com o “ora toma!”.
E, para já, Caldas 1 – São Caetano 0, com a procissão no adro.
PS. Nobre, face aos resultados, declarou ficar como deputado enquanto se sentisse útil. Quem lhe suceda na lista que se vá preparando.