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Para mim, se aquele senhor tinha interesse em que Sá Fernandes desistisse, é porque o negócio era muito duvidoso e muito bom para si, mas não para a CM de Lisboa, ou seja: Sá Fernandes visava defender o interesse público. Por outro lado, Névoa prosseguia um interesse meramente privado e para o que estava disposto a empatar 200 mil euros numa tentativa de corrupção.
Mas, pelo que agora se decidiu em tribunal, parece que o acto de Névoa é corrupção, sim, mas para acto lícito. Ou seja: paga-se para que o interesse público não seja prosseguido e isto é limpinho, muito lícito.
Como entender, no entanto, que tratando-se de corrupção para acto lícito, se seja condenado a uma multa 5 mil euros? Então Névoa paga bem para visar um acto lícito e é multado quando deveria sair do tribunal aos ombros e mesmo devidamente indemnizado? Mas que é isto? Estaria a oferecer pouco? Qual o mínimo fixado por lei para que se escape a multa tão injusta?
A sentença é injusta. Névoa faz muito bem em recorrer.
Esperemos agora que isto sirva para que mais nenhum incauto se atreva a pôr em causa actos lesivos do interesse público ou que chame corrupção a coisas tão lícitas. No mínimo, correrá o risco de ser gozado. E ninguém lhe garante que não tenha que indemnizar ou mesmo que não vá preso.
Fica o aviso.
1 comentário:
Oh!Oh!
Da forma como a justiça está funcionar, confesso estar a ficar «incomodado» com a criação do blogue «Arremacho». Aliás o Dr.Artur Marques - Advogado de defesa do sr.Névoa - não faz a coisa por menos: Absolvição total! Arre!
É melhor começarmos a pôr as barbas de molho (ou a carteira?) para o que está para vir... sim a história da pedofilia da Casa Pia, e as indemnizações que certamente não deixarão de ser pedidas...
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