sexta-feira, 26 de junho de 2009

Coco Chanel

Com ela a roupa feminina, de muito mais prática, tornou mais fácil o acto de vestir. Já agora: também o de despir.
E está aí o relato de parte da sua vida. A fase Coco, especialmente caracterizada pela criação dos seus inovadores chapéus. Também a do grande e, parece, único amor da sua vida: Arthur Boyle que, no entanto, casou com outra e morreu cedo de acidente de automóvel. Mas foi quem financiou a sua entrada no campo da moda.
Isto e mais em “Coco avant Chanel” ou“Coco antes de Chanel”, com Audrey Tautou, a mesma de “O Fabuloso Destino de Amélie”. E parece que foi esta Amélie que me puxou para ver Coco Chanel.

sábado, 13 de junho de 2009

Antes ser coveiro que ir para a cova

O Presidente da CM de Beja ficou estupefacto por ter havido 12 candidatos a um lugar de coveiro no cemitério da cidade, posto que tem por pouco aliciante, tanto em termos remuneratórios como profissionais.
Parece-me que não lhe fica bem desconsiderar, nos termos em que o fez, uma profissão que já vem do tempo em que a vida eterna foi chão que deu uvas. De qualquer modo, se está preocupado com o facto de ser pouco aliciante, bem pode puxar os cordões à bolsa e passar a pagar melhor. E, como termo de carreira, talvez atribuir ao coveiro, xis anos passados, a promoção automática a presidente da CM, passando este a desempenhar o lugar de coveiro.

Presidente, meta as sondagens na ordem!

Portas, o Paulo, vai fazer queixa ao PR das sondagens, informa o Público de 12-05-09. Porque são uma viciação da vontade eleitoral. E, quanto aos danos provocados ao CDS – quais foram? – pergunta quem vai compensar o seu partido.
Eu gostava mesmo de ser mosca para estar lá, moscamente ou anonimamente, pouco importa. Para ver a cara de Portas, o Paulo, caso o PR lhe lembrasse as patifarias do Independente no consulado cavaquista.
Boas eram outras sondagens, que até davam direito a Jaguares, lá num centro da Moderna.
Já agora: a indignação de Porta, o Paulo, foi manifestada na segunda visita à Feira Nacional da Agricultura. Onde a CAP acaba de fazer apelo a voto contra o PS. Mas isto, juro, não merecerá qualquer objecção a Portas, o Paulo. Isto não é influenciar a vontade do eleitorado, por parte de quem não vai a jogo nas eleições. Feiras são feiras. E disso sabe o Paulinho das ditas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pancho Guedes

Era o sol, as sardinhas, o Beira-Mar branco num frappé. Sobre a praia, a Grande. E a curiosidade da T, quanto a livro que na mesa em frente era folheado. Livro que tinha mesmo a ver com a obra de Pancho Guedes, aliás, Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes. E lá se ficou a saber da sua ligação a Eugaria, ali ao pé. Onde, confirmou-se, tem esta casa, a dois passos da Casa da Loja, local de afectos. E ainda uma outra. Mas esta é que vai bem com um arquitecto bizarro, contra-corrente, um modernista antes dos modernistas, como alguém escreveu.
Agora há que conhecê-lo melhor aqui.

Hoje é a noite, amanhã é o dia...

E cada qual que escolha o seu...

Antes a morte que tal sorte...


quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Pátria e os titulares dos seus mais fundamentais valores

“No dia da Pátria, Cavaco Silva, na sua qualidade de Chefe de Estado e de comandante supremo das Forças Armadas, dirigiu-se aos militares, e bem, já que é a eles que deve ser exigido incorporarem no mais elevado grau os valores que nos caracterizam como portugueses e que estão na base de podermos salvaguardar a nossa independência quando ela perigar”, escreve o General Loureiro dos Santos no Público de 11-05-09.
Mais uma corporação com valores no mais elevado grau e que, no caso, são a garantia da salvaguarda da independência quando ela perigar. Mais uns ungidos do Senhor, perceba-se lá por que razão. Seria uma sociedade militarizada, ou de militares, a ideal?
No mesma cidade onde decorreram as cerimónias do 10 de Junho – agora com cunho militar, pois, recorda o Público, o PR reintroduziu as paradas a cujas tropas passa revista em pé, num jipe – não poderia ser esquecido Salgueiro Maia. Daria muito nas vistas. Por isso foi lembrado com uma homenagem, mas “envergonhada, tímida e sem chama”, segundo afirmou o seu biógrafo.
Mas nada que admire se recordamos a recusa da concessão de uma pensão, por "serviços excepcionais e relevantes prestados ao país", àquele militar de Abril. Por um governo de Cavaco Silva que, há ainda que recordar, atribuiu pensões a ex-pides. Há valores e valores.

Bonés há muitos…

... e para mim tanto se me dá. Já tenho que cheguem.
O que me incomoda é ver o que se esconde por debaixo de um boné, de uma farda. Aqueles esgares, aquela fúria de muitos que somos obrigados a reconhecer como autoridades, respeitáveis autoridades. Que, aliás, exigem ser respeitadas, muito respeitadas.
Descobrir que numa autoridade o essencial é um boné e uma farda é que dá que pensar. Porque o resto era de arrepiar naquela manifestação.
E quando bonés há muitos e fardas também, é caso para temer o pior. Por ser admissível ver vulgarizado o que seja a autoridade, a partir dos seu próprios agentes. Como aqueles o fizeram, uns valentes com eles no sítio, naquelas circunstâncias, duvidando que noutras.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Acusação nas vésperas das europeias, desculpas depois...

Investigadores admitem erro
Ministério Público atribuiu ao mandato de Sampaio casos do executivo de Abecassis

08.06.2009 - 11h39 Lusa
A equipa que investigou a entrega de casas pela Câmara de Lisboa a famílias carenciadas atribuiu de forma errada ao mandato de Jorge Sampaio casos do executivo liderado por Kruz Abecassis, revela uma nota enviada à Lusa.De acordo com uma informação da Unidade de Investigação Especial, os casos imputados ao mandato de Jorge Sampaio dizem respeito a casas atribuídas a 16 de Janeiro de 1990, quando o ex-presidente da autarquia tomou posse apenas no dia 22. “O mandato do Dr. Jorge Sampaio é cronologicamente limitado de 1989 a 1995, sendo certo que este só tomou posse a 22.01.90”, pode ler-se na nota enviada à Lusa, assinado pela procuradora Glória Alves e que acrescenta que foi apresentado um pedido formal de desculpas a Jorge Sampaio. “Atendendo que se trata de um lapso material relativo a factos cujo procedimento criminal se encontra prescrito, que não foram investigados e que não foram alvo de imputação subjectiva de responsabilidade criminal, procedeu-se à sua eliminação”, acrescenta a nota. A referência aos indícios de abuso de poder na atribuição de casas municipais no tempo do mandato de Jorge Sampaio foi feita no despacho de arquivamento tornado público na passada quinta-feira. Na ocasião, Jorge Sampaio reagiu acusando o Ministério Público de deslealdade e disse muito o espantar que o MP se pronunciasse agora, “inutilmente, sobre factos de há mais de 13 anos”. (...).

Pois é. E quantos reterão, para memória futura, o pedido de desculpas quanto a uma notícia que fez manchetes nos jornais? Se os casos estavam prescritos, não bastaria dar conta disso? Para quê imputá-los nominalmente se deles não poderiam decorrer consequências?

E, no entanto, isto evitava-se com mera consulta ao calendário, olhando datas.

O timing, para a acusação e para as desculpas, deve ser mero pormenor.

Canto dos afectos...

Sobrinhos e sobrinhos-netos.

domingo, 7 de junho de 2009

Toma lá, Zé!

Um director à beira de um ataque de nervos
O Presidente do STJ na abertura do Colóquio de Direito Penal e Processo Penal

"Retomamos, neste fim de Primavera, a sequência periódica de coloquiar sobre temas relevantes da vida judiciária portuguesa.
Desta vez, a temática escolhida não poderia ser mais chamativa: de um lado a coerência na aplicação das penas como esteio incontornável da igualdade dos cidadãos e da segurança e o papel que, nisso, cabe à jurisprudência deste Supremo Tribunal; do outro lado, os modelos do processo penal entre o inquisitório e o acusatório e/ou, no mínimo, a chancela jurisdicional do juiz na comprovação de um arquivamento que, até aí, nenhum indício jurisdicional comporta.
Mas se a temática é por si aliciante, quem sobre ela se vai debruçar traz-nos não só o conhecimento teórico como também o saber de experiência feito que é garantia antecipada da qualidade do colóquio que o Supremo organizou.
Daí que nada reste senão agradecer, desde já, a todos os que se disponibilizaram de imediato para participar nesta iniciativa da nossa Casa; iniciativa cujo sucesso se deverá exclusivamente a eles porque a qualidade do evento será a consequência directa da qualidade de quem hoje vai intervir.
Em condições normais ficaria tão - só por aqui e por sequenciais palavras de agradecimento.
Mas o editorial do "Público" de 27 de Maio da autoria do seu director (por acaso no dia em que regressávamos de Berlim onde foramos à Academia Germânica para a formação contínua dos juízes alemães explicar o modelo português de estruturação da independência do Judiciário que eles, tal como os belgas, pretendem conhecer em virtude do seu vanguardismo), tal editorial, dizia, impõe-nos obviamente que digamos algo mais.
De há meses para cá, parte da comunicação social iniciou um pressing simultâneo sobre os tribunais no sentido de os descredibilizar, nomeadamente quanto à sua eficácia, ao arrepio, aliás, do que expressamente sugerem os relatórios recentes do Conselho da Europa; e tal pressing comunicacional (de que o editorial do "Público" é o exemplo mais próximo) é um efeito directo da mudança de atitude dos cidadãos portugueses na defesa dos seus direitos de personalidade violados frequentemente pela imprensa.
Na verdade, décadas a fio, assistimos a que gente conhecida ou gente anónima, espezinhada comunicacionalmente no fundo da sua identidade, demandasse criminalmente o infractor.
Enquanto na Bélgica (com a mesma população que nós), em 1975, já ninguém pedia contas criminalmente por violações da imprensa, em Portugal foi-se seguindo o caminho romântico, canhestro e espúrio da limpeza pessoal como se de um crime de sangue se tratasse com efeitos finais inócuos em termos de afectação patrimonial.
A nossa entrada na União Europeia mudou muita coisa e o tempo fez o resto; e com isso os portugueses aprenderam que os seus direitos de personalidade, quando violados, só se devem defender indemnizatoriamente com efeitos reparadores na esfera jurídica do violador que os sente patrimonialmente na pele.
Se a lenta mudança de atitude do cidadão português iniciou este processo, a mudança de patamares indemnizatórios praticados nos nossos tribunais completou o resto como avatar previsível de uniformização comunitária.
A comunicação social vive, hoje, um tempo conturbado de tempestades anunciadas, principalmente ao nível da imprensa escrita.
Com uma concorrência intensa que leva os seus agentes a um corporativismo para o exterior e a uma guerrilha surda no interior, o aparecimento dos gratuitos predadores, uma crise estrutural rastejante, a necessidade do espectáculo permanente para processar lucros, a diminuição de qualidade dos seus agentes como efeito directo do trabalho precário, o desaparecimento das velhas redacções depositarias de velhos princípios que estruturavam a ética que, agora, ninguém controla (veja-se a confissão de João Cândido da Silva, no "Público" de 14/8/04 sobre as gravações ilícitas das conversas com as fontes sem autorização, como se de um fait divers se tratasse), o surgimento da internet que dispensa aos consumidores a intermediação jornalística, com tudo isto junto os novos conceitos indemnizatórios dos tribunais são o cabo das tormentas para jornais nos limites do equilibrismo orçamental.
Nos Estados Unidos a ética jornalística (muito acima da nossa) foi-se formando a par dos conceitos jurídicos que os tribunais elaboraram na defesa do bom nome dos cidadãos e da contenção que tiveram que impor a si mesmo por efeito das indemnizações punitivas.
E, nisso, a advocacia teve um papel fundador insubstituível que, em Portugal, virá um dia a ter necessariamente; porque com a permissão legal da quota litis, a advocacia americana, por força da solidariedade no lucro que a indemnização punitiva permite, funcionou como o travão preventivo que levou a imprensa daquele país a perceber que as violações dolosas e repetidas têm um preço que não vale a pena cobrar.
Entre nós, foi a condenação do "Público" pelo S.T.J na acção indemnizatória que o Sporting Club de Portugal lhe moveu, que funcionou como o toque a rebate de todo o jornalismo português.
O que então se escreveu, numa campanha a uma só voz, manipulando factos que não estavam na decisão, omitindo outros que lá estavam, foi o começo deste tempo novo por parte de quem percebeu que os conceitos comunitários também vão chegando a Portugal; campanha essa tão sem jeito que o escritor e jornalista Manuel António Pina a denunciou, em 17/04/2007, no Jornal de Notícias num texto arrasador e irrespondível.
É neste contexto que deve ser lido o editorial do "Público" de 27 de Maio.
Saído de um jornal com perda de audiências constantes a ponto de o acantonar ou num pretenso elitismo inconsequente ou num provincianismo sem futuro, com um director à beira de um ataque de nervos e que não teve pejo em apoiar publicamente uma das mais descaradas violações do direito internacional deste século - com tudo isto conjugado, tal editorial assume o carácter inconfundível de um requiem encomendado por uma impunidade que se vai perdendo.
Se fossemos demagógicos sugeríamos um editorial geminado subordinado ao elogio da imprensa americana e à vergonha da nossa.
Mas porque ainda nos lembramos de uma espantosa intervenção de Sousa Franco, em meados da década de noventa, quando defendia que a independência dos tribunais e a independência do jornalismo têm a mesma matriz constitucional, teremos que manter sempre aquele equilíbrio normativo que faz a grandeza das instituições a quem a sociedade confere um poder de regulação constituinte.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
É tempo de terminar; porque o colóquio que se segue é atraente que baste e o dia não é tão longo assim quanto se pensa."
Luís António Noronha Nascimento
Lisboa, 3 de Junho de 2009

Uma menina mal educada, mas deputada...

... que faz bem a prova de que a educação tem que levar reformas profundas e, quanto a esta menina mimada e birrenta, com urgentes efeitos retroactivos.
Como se pode ver e ouvir aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ZgqJ79KYMHc

terça-feira, 2 de junho de 2009

Rigor e credibilidade? Pffff!

“O Jornal da Noite de Manuela Moura Guedes tornou-se o alvo preferido dos moralistas do jornalismo. O Jornal das sextas à noite vale o que vale – muito pouco do ponto de vista do rigor e da credibilidade. Mas mais incómodo do que as suas notícias que só vê quem quer são os raspanetes da ERC, cujas sentenças têm tanto valor como as legítimas opiniões de Arons de Carvalho”.
Público de 29-05-09, no sempre surpreendente Sobe e desce, a cargo da direcção, desta vez do adjunto Manuel Carvalho.

Um espanto!

Então, Manuel Carvalho, o Jornal da Noite tem muito pouco do ponto de vista do rigor e da credibilidade, mas apelida de moralistas os que o contestam ou criticam? Mas será que o jornalismo já nada tem a ver com rigor e credibilidade? E aquele argumento de que só vê quem quer significa o quê? Pirou, foi?
Eu sei que a direcção do Público não está muito à-vontade para pôr em causa o Jornal da Noite. Mas não seria melhor disfarçar? Se calhar era… mas como é que depois se dava mais uma bicada no Arons e na ERC? E bicadas, politicamente orientadas como tem feito saber o Provedor do Leitor do Público, é a especialidade do Sobe e desce. Neste caso particular, o que se escreve é também uma tentativa da absolvição do Público. Mas frustrada, que o pecador não se pode auto-absolver, por muito que se arrependa.