Excertos da entrevista ao Público de 29 de Janeiro de 2012.
“O caso da saúde [do SNS] é uma história de sucesso extraordinária. Nos países em que foi mudado o sistema no sentido da iniciativa privada a saúde piorou e ficou mais cara. Os EUA têm um sistema de saúde pior do que o nosso em todos os indicadores e muito mais caro. Portanto, não acho que em nenhuma circunstância seja defensável pensar em acabar com o SNS ou sequer fragilizá-lo.”
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“Acho muito bem que as pessoas que queiram escolham hospitais privados para ter crianças. Agora, tinha que existir um acordo com os hospitais privados onde há partos e, quando as coisas dão para o torto e elas vão parar às maternidades e hospitais centrais, parte do dinheiro que as pessoas tinham pago revertia para o público. Às tantas, temos tudo o que é rendível nos privados e tudo o que dá despesa é pago por todos nós.”
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“Sou totalmente a favor de reforçar o público, no ensino, na investigação e saúde. Se for preciso aparando as arestas, mas reforçá-lo. Continuo a achar que é criminoso acreditar que a medicina privada e a privatização é melhor. É pior em custos e em eficiência e qualidade.”
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Não tenho nada contra a existência de áreas de saúde que, com regras claras, estejam privatizadas. Mas privatizar o SNS de uma forma disfarçada com a ideia de que os privados gerem melhor que o público? Não. Conheço públicos e privados que são horrorosamente geridos. Todos nós já chamámos canalizadores a casa! Todos nós já recorremos a serviços privados que são muito maus.”
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