Eu não. Mas adoro ler Natália Nunes de quem encontro livros com edição de uma editora de referência, ou de catálogo, a “Relógio D’Água”, livros como que ao desbarato.
No caso da “Assembleia de Mulheres” bem se pode dizer que é verdade que nas obras de um escritor há sempre experiência vivida, como afirmava Natália Nunes. De facto, ao ambiente do enredo do livro não será alheia a profissão de bibliotecária – arquivista exercida pela autora, embora aqui se trate do contexto de um museu da farmácia, com uma exploração inteligente do que são as pequenas intrigas fundadas apenas nas invejas, despeitos e preconceitos, tudo descrito com recurso a uma técnica original na altura, anos 60 do século passado.
“… Quando chegámos a casa, às quatro da manhã, fomos ao frigorífico, esfomeadas. Ó filhas, nós não gostamos da comida mascarada. O tal célebre guisado de tartaruga, que eles servem com aquele espavento todo, aqueles criados vestidos de polinésios e a música exótica… Não presta absolutamente para nada. E a salada de agriões com bagos de romã e pinhões… um horror. O que nos valeu foram os cachuchos do frigorífico – o meu marido adora cachuchos.
(pag 142 da 2ª edição)
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