quarta-feira, 21 de março de 2012

Só à bastonada

Quando em Dezembro passado foram criadas as taxas moderadoras para atos de enfermagem, a então bastonária rejubilou, de forma estranha, afirmando que isso significava o “reconhecimento claro e inequívoco” dos cuidados prestados pela classe de enfermeiros.
Na altura comentei que os enfermeiros iriam pagar por isso.
E cá temos, agora – Público de hoje -, o novo bastonário a reconhecer a evidência: muitos utentes estão a abandonar os tratamentos, com as inevitáveis consequências: redução da qualidade de vida, maior taxa de infeções, mais readmissões hospitalares.
E não deve tardar para que os enfermeiros sintam na pele o efeito: o ajustamento do número de profissionais nos serviços do SNS à redução dos seus utentes.
Se assim for, a medida do ministro fui duplamente estratégica: mais receita, redução das despesas de funcionamento. Quanto então apenas se admitia a primeira como objetivo.
O atual bastonário queixa-se de que a sua ordem não foi então ouvida sobre a medida. Mas a reação da sua antecessora significou bem que tal não era, para ela, necessário.
 

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