De facto, vejamos:
Título na capa: “Procurador não vê indícios de crime nas escutas a José Sócrates”.
Titulo na página 6: “Procurador-geral não viu indícios de crime nas conversas entre Vara e Sócrates”.
Ainda na página 6 faz-se destaque do comunicado do PGR, citando-se “O Procurador-Geral da República, em 23 de Julho de 2009, não obstante considerar que não existiam indícios probatórios que levassem à instauração de procedimento criminal, remeteu ao Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça as certidões em causa”.
Já no Editorial, na página 38, esquecendo tudo quanto fica dito, a direcção do Público permite-se isto: “(…) Mas não, o país não está a ficar surdo. Sabe que perante uma questão em que tinha direito a ser esclarecido apenas teve direito ao silêncio. José Sócrates disse que este caso estava a”passar as marcas”. Vieira da Silva disse tratar-se de “espionagem política”. Não é exacto. Este é um caso – o comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou-o ontem – em que “existiam indícios de prática de um crime contra o Estado de direito”. (…)
Tudo na edição papel de 15-11-09.
A obsessão patente no editorial “O país não está surdo” deu para atribuir à PGR o que era a convicção do Procurador Coordenador do DIAP de Aveiro, convicção de que o Procurador-Geral da República não comungou.
O país pode não estar surdo. Mas isso só poderá ser observado por quem não é cego, obsessivamente cego.
Ou o fantasma de Fernandes assombra ou é caso para dizer que a escola se mantém, tendo apenas mudado as moscas.
Citado por quem se aprecia: Blog Câmara Corporativa, em 19-11-09
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