Malik Bendjelloul e Sixto Rodríguez
De Sixto Rodríguez, numa altura em que a sua música era arma
na África do Sul na resistência ao apartheid, constava que já não estaria então
no mundo dos vivos, pois teria morrido de uma overdose ou mesmo se suicidado em
pleno palco. Ninguém sabia de Rodríguez que, aliás, estava afastado das músicas
há dezenas de anos, por desinteresse ou falta de fé nos seus méritos, depois de
ter gravado dois álbuns.
Para Malik Bendjelloul o caso era caricato. Como era possível
nada se saber de um músico tão apreciado na África do Sul, sobretudo se era
vivo ou morto?
À Procura do Sugar Man relata a odisseia de quem nunca
desistiu de pôr termo às dúvidas e, com isso, ter feito história.
Quando encontrou Rodríguez, então a trabalhar na construção
civil, convenceu-o a fazer um concerto na África do Sul que se transformou num
turbilhão de emoções, sobretudo para Rodríguez, muito longe de imaginar ser tão
apreciado, de ser um ícone para milhões a viver tão longe do país, o seu, em
que estava pura e simplesmente ignorado.
O documentário À Procura do Sugar Man ganhou o Óscar da sua
categoria em 2013.
Por tudo isto é muito triste saber que o suicídio de Malik, encontrado
morto na passada terça-feira, aos 36 anos, não é um boato como era o de Rodríguez.
Felizmente recuperou-nos Rodríguez, mas vai fazer muita
falta.
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