sábado, 4 de julho de 2009

Controlo da coutada em perigo?


Bernardino Soares, pela sua boca, deu conta do aparte que exasperou Pinho. Insistia em saber em que qualidade Pinho procedeu à entrega de um cheque da EDP no valor de 5.000 euros a um clube de Aljustrel: se como ministro, se como cidadão, se como porta-voz de uma empresa privada. Porque quanto a Aljustrel, no que respeitas às suas minas, o ministro ter-se-ia limitado a ir lá para deixar tal cheque.
A questão é magna mas, a ser comigo, eu teria pedido ao seu colega parlamentar José Eduardo Martins que lhe respondesse por mim, nos termos conhecidos noutra cena parlamentar. Sobretudo porque começaria por me sentir ofendido com essa de porta-voz da EDP.
Mas o caso complicou-se com as declarações de dirigente de tal clube, feitas ao Telejornal da RTP1 de03-07-09, negando a existência de qualquer cheque, porque o apoio ao clube, segundo o mesmo dirigente, se traduziu na oferta de equipamento desportivo pela EDP.
Claro que a questão não está num cheque que, pelos vistos, não existe. O que dói é que um clube de uma vila considerada uma coutada, tenha ousado relacionar-se com um ministro, a quem terá prometido a oferta de uma camisola e, parece, pedido a sua intervenção no sentido de serem conseguidos apoios. E o que o ministro tenha ousado comparecer num jogo de futebol onde foi bem recebido. Porque o que dói, no caso, é a constação de que há quem prefira estar mais próximo de quem tem soluções ou por elas se bate, do que daqueles que utilizam os mais humildes ou necessitados como carne para canhão.

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