Há guerras justas – contra um invasor estrangeiro, por
exemplo – e injustas, como foi a que o regime fascista português conduziu de 61
a 74 nas suas ex-colónias. As primeiras, nunca as outras, têm, por isso, a seu
favor, a adesão generalizada dos povos, a par do direito internacional.
Quanto a uma guerra injusta faz todo o sentido recordar ou
comemorar o que lhe ponha termo e, sobretudo, recordar e apoiar os que dela
foram vítimas: os seus mortos, os portadores de deficiências por ela causadas. Sobretudo
porque foram vítimas inocentes de uma causa que, em geral, nunca abraçariam.
Esta iniciativa poderia justificar-se em razão da
preservação da memória dos mortos, fosse quem fosse que a concretizasse: os
camaradas sobrevivos ou a vila de Loriga através da sua autarquia, por exemplo.
Mas o que temos é um monumento ”aos nossos combatentes do
ultramar”, ficando a ideia de se tratar de uma iniciativa da Vila de Loriga
que, a ser assim, não cuidou de uma específica e devida evocação ou referência aos mortos.
De qualquer modo, e por mais original que se seja a
argumentar a seu favor, a G3, com o destaque que lhe foi dado e como que a
esmagar ou a dominar o mapa de África, dá um ar agressivo, diria militarista,
ao conjunto. Eu preferiria a pomba ou o ramo de oliveira, a simbolizar a paz.
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