Quando da primeira candidatura a
Sintra, Fernando Seara fez questão de se fazer referenciar pelo “careca do Benfica”, não
por causa da careca, pois carecas há muitos, mas por causa do prestígio da marca que em muito o
ultrapassa.
Para muitos, no entanto, Seara é
o marido da Judite, o que de novo traduz a necessidade de uma referência
alheia, para se saber de quem se fala quando se fala de Seara. Mas consta-se
que esta referência está perdida, talvez sobrando apenas a de “o ex da Judite”.
Muito pouco, ou mesmo nada, para quem tem ego
cuja alimentação daria cabo de qualquer orçamento. E daí a necessidade de,
amanhã, se fosse o caso, Seara poder ser conhecido como presidente da CM de
Lisboa, talvez com um cognome: o de dinossauro, destino de quem, por falta de
méritos próprios, se encosta à política como profissão.
Interessa, por isso, para
prevenir, conhecer o pensamento de Seara que, para que conste, gosta de referir
a sua atividade de professor universitário, apesar daquilo que se segue e que
poria os cabelos em pé, mesmo a um careca.
De facto, na entrevista dada ao
PÚBLICO de 09-08-2013, temos estas pérolas de Seara:
Pergunta
“Quais são as principais críticas
que faz à gestão de António Costa em Lisboa?”
Resposta de Seara
“A grande questão da política
hoje em dia é um esquema de criticar. A minha opção é a minha forma de gestão.”
Perante a originalidade da
resposta, é caso para perguntar qual a palavra da pergunta que Seara não
entendeu e, por outro lado, que raio é que quis dizer com a sua resposta.
Pergunta seguinte
“Então quais são as sua
principais propostas para Lisboa?”
Resposta de Seara
“Acho que os meus exemplos de
Sintra… Em Lisboa há quatro ou cinco questões interessantes para suscitar.
Lisboa precisa de ser uma cidade mais limpa, Lisboa precisa de ter menos
buracos e crateras todo o ano. Lisboa precisa de ter um conjunto de
estabilidade de trânsito, não precisas de ter grandes ruturas der trânsito.
Lisboa precisa de um conjunto de apoio educativo permanente em razão das
situações específicas da sociedade de Lisboa. Lisboa precisa de ter um apoio
social efetivo, quer com as IPPS, quer com a Misericórdia. Tem de ter mecanismos
de apoio concreto àquilo que eu chamo as necessidades sociais
de uma cidade que, nalgumas freguesias, tem mais de 28% e 29% da população com
mais de 65 anos, atingindo porventura daqui a 15 anos o chamado ómega equivalente a alguns
bairros de Tóquio ao nível do envelhecimento e de autonomia dos idosos,
principalmente realidades monoparentais. Lisboa tem que ter uma rotura em
alguns aspetos da lei do solo… “
Não tendo referido o que entende
por “os meus exemplos de Sintra”, Seara refere para Lisboa o que diria, quanto
a outra qualquer cidade, um candidato à respetiva câmara: a limpeza, os
buracos, os transportes, a educação, os apoios sociais, particularmente aos
idosos, mas sem ser capaz de dizer o que faria de modo diferente. Mas uma coisa
o distingue dos demais: “o chamado ómega equivalente a alguns bairros de Tóquio”.
É que esta só lembraria mesmo ao careca, e nem todos são carecas.
Como entendo a Judite.
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