quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Galeria de cromos


Este cromo atinge este estatuto aos mais variados níveis. Um vozeirão que dá cabo dos tímpanos de um elefante e com que pretende abafar os seus interlocutores, um físico e postura a lembrar um elefante numa loja de porcelanas. Um populista e demagogo, qual coronel barrigudo de uma daquelas antigas ditaduras da América Latina e que alcançava o poder com discursos a favor dos descamisados para, depois, não vestir outra coisa que não sejam camisas de seda.
E foi assim que se tornou conhecido e se fez bastonário de uma ordem de proletários, situação de que parecem ser culpadas as sociedades de advogados, sociedades onde nunca teria lugar, porque até a filha preferiu trabalhar com um muito mais decente ex-bastonário.
Perdida a mama da “bastonança”, eis que se candidata, não a presidente de uma junta de freguesia, mas ao equivalente, na política, das grandes sociedades de advogadas que tanto combateu: a deputado europeu. Com o apoio de um partido que nem por ser contestatário é conhecido, porque nem é uma coisa nem outra: nem é contestatário, nem é conhecido. Mas serve às mil maravilhas como barriga de aluguer para um bebé que rebentaria com a parturiente, se alguma coisa fosse dada à luz.
Sim, é verdade. Nunca simpatizei, um pouco que fosse, com este cromo: invejoso, reacionário, populista, demagogo. Que nada deixou depois de dois mandatos na “bastonança” dos advogados. Bem pago.
Mas tenho agora mais uma razão para abominar este nojo, depois de ler uma crónica de um respeitável advogado dos tempos em que havia alguns que ousavam defender, gratuitamente e com muitos riscos, presos políticos da ditadura salazarista-marcelista. E relata tal advogado, cujo nome recordo desses tempos, o seguinte: em 2008, José Augusto Rocha, o advogado em causa, propôs, na sua qualidade de presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados, a atribuição do Prémio Ângelo Almeida Ribeiro – outro brilhante advogado e ex-bastonário – aos advogados que defenderam os presos políticos nos Tribunais Plenários. Tal proposta foi rejeitada pelo Conselho Geral da Ordem presidido por este cromo e, quando José Augusto Rocha insistiu, este populista e demagogo reafirmou a posição do Conselho Geral e mais: proferindo “considerações com laivos de verdadeiro “negacionismo””.  
Face a isto, José Augusto Rocha demitiu-se. O cromo manteve-se como bastonário, a falar grosso.
A AO teve um merdoso em dois mandatos. Infelizmente a atual bastonário, herdeira política do cromo, integrava na altura o Conselho Geral. E, se calhar, fará a gestão da presença de um fantasma que agora se candidata a deputado europeu. Temo que a AO tenha ficado assombrada.

1 comentário:

Táxi Pluvioso disse...

Não há problema, Passos também é populista e ganha eleições, então de Portas nem se fala. boa semana