Nunca mais
tinha entrado nesta igreja - a paroquial de Alcântara – depois de um casamento.
O do Zé Manel e da Isabel, admito que sem flor de laranjeira – a memória não dá
para tudo –, mas com algum pagode à volta, pois éramos muito gozões. Aquilo parecia
quase irreal, para os mais próximos, os amigos do casal, igualmente muito
próximos na idade, com vivências ousadas numa fase que antecede de perto o 25 de Abril.
Nenhum de
nós, os próximos na idade, laicos de todos os costados e não
apenas de sete, imaginávamos vê-los a casar numa igreja, depois de muitos Marxs
e outros que tais lidos e discutidos. Mas havia uma boa razão, que todos
compreendemos: a saúde debilitada da mãe da Isabel, mãe de muitos outros
filhos, sem um só que não tivesse casado pela igreja. E a senhora muito penaria
com uma exceção que agora se abrisse.
Claro que,
no decurso da cerimónia, nos olhávamos com ar de caso, de gozo mesmo, sobretudo
reparando nas reações – na falta de jeito para aquilo - do Zé Manel, penando com
aquele compromisso histórico entre as convicções e as conveniências. Sem
prejuízo da nossa compreensão, muita.
No decurso
da cerimónia atámos latas e mais latas ao veículo dos noivos, de forma bem
dissimulada, veículo com que na véspera se fez um peão em plena Calçada da
Tapada, rua da igreja e da casa dos pais do Zé Manel, e com o risco de sérios
inconvenientes para a cerimónia do dia seguinte. Depois foi só apreciar o
efeito até ao restaurante Cova da Moura, para um… fondue de carne.
A malta era
mesmo original, no mínimo diferente e muito gozona…
Já agora: só
ontem reparei como a igreja é bonita, muito bonita. Uma Basílica da Estrela em ponto
pequeno. Na altura estava muito distraído com outras coisas...
Sem comentários:
Enviar um comentário