domingo, 31 de maio de 2009

Obrigado, cidadãs!

Há dias, a propósito da sugestão de Vital Moreira quanto à criação de um imposto europeu, ouvi a Miguel Portas isto, quase certo de que transcrevo bem: "... é fazer cair sobre os cidadãos o orçamento comunitário."
Matutei, matutei, e só posso concluir que o orçamento, sendo assim, está a ser alimentado pelas cidadãs.
Que seja, mas espero que não me acusem de estar por conta, para não utilizar o vernáculo mais adequado. É que eu julgava que algum me saía do bolso, mas não, segundo Portas.

7 comentários:

Mário Pinto disse...

Ai ai...

Este Sr. Portas nem parece irmão do "outro"!
Então ele é contra um Imposto Europeu?
É assim que quer ganhar votos, indo contra a opinião unânime de TODOS os Portugueses?
Sim, que se há algo de que todos nós gostamos é de pagar impostos.
Que venham mais cinco (impostos), de uma assentada que eu pago já, pediria José Afonso se fosse vivo, para a seguir dizer que eles comem tudo e não deixam nada, os Vampiros…

A. Moura Pinto disse...

A questão não é ser contra ou a favor de um imposto. A questão está na argumentação, como se o orçamento da UE se alimentasse com nada, como se não fossem os cidadãos a suportá-lo já, desta ou daquela maneira. Chamar-lhe europeu é um pormenor, porque hoje uma parte do nosso IVA já marcha para lá...
Por isso, Mário, queiras ou não, já pagas.

Mário Pinto disse...

Mas se já pago, para quê criar um novo imposto?
Será para pagar duas vezes?
Mas que criem um ou dois, ou muitos impostos!
Quantos mais criarem mais depressa os cidadãos chegarão à conclusão de que algo está mal e, talvez nesse dia, abram os olhos e façam qualquer coisa.
Pode ser que se apercebam de que trabalham apenas para poder pagar impostos.
Falas no orçamento da EU?
Não correu a notícia que dizia que os deputados europeus foram aumentados, eles que já são super bem pagos?
Estarei a ser demagogo se pedir que reduzam primeiros as despesas em vez de irem para a solução mais simples e que é o aumento de impostos?
Falas em argumentos?
Não me pareceu que os argumentos de Vital Moreira fossem mais esclarecedores do que os de Miguel Portas.
E tem mais só esta “pequena” questão:
A mim ninguém perguntou se eu queria aderir à EU e nem sequer me deixaram votar o Tratado que querem ver aplicado, ao contrário do que me prometeram.
…e ainda me vêm com mais um imposto?
Estou farto de ser cidadão europeu de segunda ou terceira categoria!
Tenham mas é vergonha!

A. Moura Pinto disse...

Mário
A mim tb ninguém me perguntou muita coisa. Ainda hoje, segundo o CE, tenho que conduzir pela direita.E não fui consultado quanto às taxas do IRS, entre tantas coisas mais.
Claro que para ti não tenho, em geral, argumentos. Porque, também agora, não vou sair do que escrevi, gostes ou não, entendas ou não. E ponto quanto a isto. Fica com o argumento do Portas segundo o qual o orçamento da UE só ficaria a cargo dos cidadãos se houvesse um imposto europeu.Não havendo tal imposto, paga quem tu entendas.

Mário Pinto disse...

Armando

Já tiveste respostas mais felizes do que esta.
Quando falei em argumentos estava a querer comparar os de Vital Moreira com os de Miguel Portas.
Se para ti é a mesma coisa, equiparar os assuntos europeus com as normas do Código de Estrada ou do IRS, então sim, fiquei esclarecido. Aqui parece-me que estás a misturar alhos com bugalhos, ou é impressão minha?
É que eu entendo muito bem que não seja agradável falar de promessas que não foram cumpridas.
O que já não entendo é que os nossos iluminados governantes continuem a pensar que o povo é demasiado estúpido, não só para compreender as normas do Tratado de Lisboa, mas também para continuar a aceitar que alguém decida por ele em assuntos que a todos diz respeito.

Um abraço.

A. Moura Pinto disse...

Mário
O post limita-se a exibir a minha estranheza pelo argumento de M Portas quando afirma que a criação de um imposto europeu significaria colocar o orçamento da EU a cargo dos cidadãos. Como se não estivesse já a cargo dos cidadãos ou, brincava eu, então estaria a cargo das cidadãs. Era isto, não mais que isto. Se duvidas, volta a ler.
Dispensei-me de explorar o assunto dizendo, por exemplo, que M Portas estava a ser demagogo ou a explorar a ignorância de quem o ouvia.
Depois entras tu. Só terás que te reler para veres a que propósito sério vêm outras considerações. Se te referi o CE e o IRS (muito mais poderia invocar) foi porque tu vieste com a queixa de te não terem consultado sobre a adesão e o tratado. Como se isto viesse a propósito. Por isso, quanto a alhos, bem podes ficar com os bugalhos.
Já agora: eu não tenho dúvida alguma sobre a compreensão geral que há sobre o Tratado de Lisboa, nem sobre a CRP e as competências nela remetidas para a AR, nomeadamente as que têm a ver com a aprovação de tratados e a investidura de governos. A democracia, mesmo com as suas imperfeições, ainda é o único sistema que permite evitar a usurpação do poder que está no povo. Por outro lado, este não acerta apenas quando o resultado convém a cada um de nós. Depois, votação realizada, há legitimidade para governar, sabendo-se que o mão cumprimento de promessas pode ser penalizado nas eleições seguintes. Sei que sabes isto mas, lendo-te, preferi recordar-to.

Carlos Alberto disse...

Então o orçamento europeu não deve ser alimentado pelos europeus?
Se calhar querem que sejam os chineses a contribuir...