quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A quem passa, Feliz Ano Novo!


Cinco a fazer toque rectal no mesmo doente? Só de ler, já dói.

Segundo se diz, a saída dos médicos do SNS para as entidades privadas pode pôr em causa a formação dos médicos mais jovens.

Admito que sim, que seja o panorama com que nos defrontaremos em breve. E no futuro?

O futuro acautela-se com mais médicos, para que a concorrência entre público e privado funcione melhor – a favor dos utentes do SNS, que os privados saberão cuidar de si – e, sobretudo, permitindo que a vaga de passagens à reforma que se aproxima não complique ainda mais as contas.

A actual situação interessa, se calhar não tanto aos privados, que suportam o custo dos passes dos médicos do SNS, mas mais aos que agora estão instalados, desejosos de manter a coutada, olhando os seus €xclusivos int€r€ss€s.

Mas eis que vem a terreno, com a mesma preocupação – excesso de alunos, falta de formadores - a presidente da Associação Nacional dos Estudantes de Medicina. E como isto de associações de estudantes já nada tem a ver com as do passado… Mas adiante.

Exemplifica a presidente:

Na Faculdade de Medicina de Coimbra um doente chegou a ser observado por 15 internos. “Não é ético para o doente”, observa. Comove a preocupação com a ética, se comove.

Mas pior, segundo relata, é o que aconteceu na Faculdade de Medicina de Lisboa onde se chegou ao cúmulo de “haver cinco estudantes a fazer toque rectal a um único doente”. E esta, acreditem, até a mim doeu só de ler.

Segundo o Público de 29-12-09



Nada a fazer com o Crespo

No Jornal da 9 o convidado era o novo Presidente do CES – Conselho Económico e Social. Mas aquilo, ao Crespo, está-lhe no sangue.

Vai daí, pergunta aquela boquinha bico de pato ao seu entrevistado, o que é que ele pensava destes tempos em que a polícia impede os clientes de entrarem no seu banco. Se tal era para ele, entrevistado, aceitável. Isto a propósito da ocupação das instalações do BPP na cidade do Porto.

E, lembrava com aquele seu jeitinho chafurdeiro, que até se ouviu falar espanhol, pelo que o caso já será ameaçadoramente transfronteiriço.

Para Crespo, uma ocupação, aliás nada pacífica pelo que se viu, não é caso de polícia. Pelos vistos, na SIC as portas estão abertas para quem queira, com o mero pretexto de aturar esta criatura, entrar para lhe dizer umas cara-a-cara.

Depois, clientes espanhóis no BPP é coisa de espantar, com tantos que há por aí? E porque é não deveriam acreditar, também eles, no retorno absoluto?

Uma gay notícia

Finalmente a Ordem dos Médicos decidiu, através de parecer do seu Colégio de Psiquiatria, que não há qualquer tratamento para a homossexualidade por se estar, pura e simplesmente, perante uma variante de comportamento sexual e não de uma doença.

Por isso, "considerar a possibilidade de um tratamento da homossexualidade implicaria, nos tempos actuais, a violação de normas constitucionais e de direitos humanos", advoga o parecer.

O parecer foi provocado, no entanto, porque em entrevista no passado mês de Maio, quer o Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, quer o Presidente da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, admitiram que, nalgumas circunstâncias, havendo vontade, seria possível mudar a orientação sexual de alguém.

Mesmo que coubesse nas tais circunstâncias, não sei onde encontraria tanta vontade. Mas que isso me custaria uma pipa de massa, se caísse nas mãos de um daqueles, disso não tenho dúvida alguma. Porque para me aumentarem a vontade de certo também dispõem de terapias adequadas.

Melhor estar assim, mas a comunidade gay livra-se agora, esperemos que definitivamente, de um argumento que só lembrava a certas cabecinhas.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ao abandonar o cargo…


… o provedor do leitor, Joaquim Vieira, escreve uma Carta aos jornalistas do PÚBLICO:

(…) no caso que acabou por marcar este mandato de provedor agora no fim – a questão das notícias acerca da alegada vigilância de S. Bento sobre Belém –, continuo a julgar ter dito o que devia dizer: lançar um sério aviso sobre o que, procurando decidir em total independência e autonomia, entendi como desvio aos valores editoriais em que se fundou este jornal, um copo que eu via cheio há já algum tempo e que transbordou com essa enorme gota de água. Sei que muitos de vós se sentiram ofendidos no brio profissional quando questionei a existência no jornal de uma agenda oculta, mas não se tratava de pôr em causa toda a redacção. Só que numa orquestra afinada basta um dos seus elementos perder o tom (para mais numa posição de chefe de naipe ou de concertino), para que todo o conjunto desafine (imagine-se então se é o maestro a dirigir com outra partitura).

Citado do blog Câmara Corporativa

domingo, 27 de dezembro de 2009

Lendo os outros...

Coscuvilhices

Sobre as escutas ao primeiro-ministro, toda a gente já percebeu o essencial: por um lado, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, no «uso de competência própria e exclusiva, proferiu decisões onde julgou nulos os despachos do Senhor Juiz de Instrução que validaram as extracções de cópias das gravações, não validou as gravações e transcrições e ordenou a destruição de todos os suportes a elas referentes»; por outro lado, as referidas escutas não contêm «indícios probatórios que determinem a instauração de procedimento criminal contra o Primeiro-Ministro, designadamente pela prática do crime de atentado contra o Estado de Direito». Mas o PSD, na linha da sua fuga para a frente, iniciada a 27 de Setembro, ainda não percebeu, ou melhor, percebeu mas faz-se de desentendido, e pede mais esclarecimentos ao Procurador-Geral da República sobre as badaladas escutas. No fundo, a actual direcção do PSD sabe que não tem propostas políticas que convençam os portugueses e apenas acreditam que só um escândalo tipo Tiger Woods lhes devolveria a dignidade perdida. Por isso, apostam na coscuvilhice. É muito pouco, muito pouco mesmo.

Por Tomás Vasques

Aqui http://hojehaconquilhas.blogs.sapo.pt/1063340.html


Uma falta de vergonha…

“É uma ironia terrível: as agências falharam escandalosamente e agora são elas que decidem qual é o risco do país, os juros que todos nós vamos pagar", critica José Reis, professor da faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Ler mais aqui: http://www.ionline.pt/conteudo/38922-agencias-rating-as-tres-irmas-privadas-que-dizem-quanto-vale-portugal

Ora estas agências, que não são reguladas por ninguém, influenciam muito mais que outras instituições democraticamente legitimadas. E ninguém as põe no seu lugar?

sábado, 26 de dezembro de 2009

Não vão ao médico, não! Ou também querem desaparecer?

«Desde que o mundo é mundo que existem homem e mulher. Se a homossexualidade evoluir acaba a humanidade», frisou, não escondendo a sua posição sobre este tipo de ligação conjugal. «Não se pode misturar as coisas, pelo que a sociedade tem de escolher a sua cultura. Temos de decidir o que é normal em Portugal, mas, na minha opinião, a pedofilia e a homossexualidade são perturbações psicológicas», frisou, concluindo:

«Sob ponto de vista psicológico e científico existem órgãos definidos que definem a complementaridade entre homem e mulher e isso que é que faz evoluir a humanidade».

Aqui http://www.tvi24.iol.pt/esta-e-boca/homossexualidade-gay-casamento-gentil-martins-tvi24/1111861-4087.html

E acusam os do contra de não terem argumentos de peso? Mirem-se nestes. E toca a complementar os órgãos, fazendo o favor de serem cultos. Sejam normais, porra!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Porque é Natal

E desculpem o intruso na assistência. Não há bela sem senão.

Quando uma autobiografia não é obra póstuma pode ser uma chatice, uma grande chatice...


'A minha intuição dizia-me que uma atitude defensiva face aos obstáculos criados pela Assembleia da República não compensava. Procurava então contra-atacar e tornear as dificuldades criadas. Alertava o País e acusava a oposição de obstrução sistemática e de querer impedir o Governo de governar. A oposição, por seu lado, acusava o Governo de arrogância, de seguir a táctica de guerrilha com a Assembleia e de manipular a opinião pública contra ela. [...]

Face à acção dos partidos visando descaracterizar o orçamento [...], o Governo procurou dramatizar a situação, convicto de que isso jogava a seu favor. A seguir ao “Telejornal” do dia 8 de Abril fiz uma comunicação ao País através da televisão. Denunciei as alterações introduzidas na proposta do orçamento apresentado pelo Governo, as quais se traduziam em despesas públicas desnecessárias, aumento do consumo e benefícios para grupos que não eram os mais desfavorecidos da sociedade portuguesa. Procurei mostrar aos Portugueses como era errado e socialmente injusto forçar o Governo a decretar do preço da gasolina, uma clara interferência da Assembleia na área da competência do Executivo, que ainda nunca antes tinha sido feita. Para tornear as dificuldades criadas e para os que objectivos de progresso propostos pelo Governo pudessem ser ainda alcançados, anunciei na televisão um conjunto de medidas compensatórias visando, principalmente, contrariar o excesso de despesa e de consumo induzido pelas alterações feitas pela oposição. O meu objectivo, ao falar ao País sobre o orçamento, era também o de passar a mensagem de que o Governo atribuía grande importância ao rigor na gestão dos dinheiros públicos.

A mensagem de que a Assembleia obstruía sistematicamente a acção do Governo passou para a opinião pública. O Governo, sendo minoritário, surgia como a vítima e acumulava capital de queixa: queria resolver os problemas do País e a oposição não deixava. A oposição não percebeu que, tendo o Governo conseguido evidenciar uma forte dinâmica e eficácia na sua acção, a obstrução ao seu trabalho não a beneficiava. O PS revelava dificuldade em ultrapassar os ressentimentos pelo desaire sofrido nas eleições de Outubro de 1985 e o seu comportamento surgia-me como algo irracional. O Governo e o PSD procuravam tirar partido da situação e alertavam a opinião pública para as estranhas convergências entre o PS e o PCP na Assembleia da República.

Aníbal Cavaco Silva, "Autobiografia Política. Vol. I" (Temas e Debates, 2002, pp.144-145)

In blog Câmara Corporativa

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Vasco Pulido Valente, leitor de calhamaços num país de incultos... salvo ele, óficórce!

Somos uma cambada de incultos, salvo o Vasco Pulido Valente. Ai não? Então vamos lá fazer um teste.

Quem é que leu, em 2009, WolfHall” de Hilary Mantel, um calhamaço de 653 páginas sobre a vida e ascensão de “Tomas Cromwell, filho de ferreiro, mercenário e advogado, que chegou a chanceler de Henrique VIII e foi o grande executante da Reforma Inglesa”?

Tu, aí, não levantes o braço a dizer que leste, que ainda há pouco lias a Margarida Rebelo Pinto, o Paulo Coelho e juravas que o Cromwell era o reforço de inverno dos leões e Hilary Mantel a secretária de estado dos USA.

Mais: quem é que teve na sua frente, pelo menos para tentar ler uma página, para um cheirinho que fosse, “A History of Christianity: The first three thousand years” de Darmaid MacCulloch”, que nos brindou com 1.161 páginas?

Cala-te agora tu, seu parvalhão, que começaste logo por dizer que Cristiano Ronaldo era contigo, que estavas a par de tudo. Que livro assim, estilo páginas amarelas, era o dos endereços das namoradas do CR7. E que, além disso, te atreves mesmo a dizer que darmaid é um tempo qualquer do verbo dar. Como se eu não soubesse que apenas dás para o peditório das porcarias e indecências do Vilhena.

Agora para os demais: quem é que se atreve a dizer qual o tema abordado nas 568 páginas de “Alone in Berlin”, de Hans Fallada?

Errado, seu triste. Não te armes. Aquilo não é falado e, se o fosse, era em inglês. Ora não esqueças que ainda andas no “I love you” da escola do Zézé Camarinha das praias algarvias. Xiu!

É que, meus caros, quem não bebe do fino, nem almoça no Gambrinus, está fora desta cultura, deste estar na onda. Sim: de ler e pensar em inglês, que o uísque de Sacavém já foi à vida há muito.

Quem não se cultiva assim, nunca poderá almejar ser comentador apoderado de Manuela Moura Guedes, no Jornal das 9.

Ali só se chega com provas dadas. E ninguém leva a palma a Vasco. Que lê, pelo menos, 3 calhamaços por ano. Que faz questão de referir o número de páginas, para que se saiba o esforço de coluna feito, as litradas que intervalam a leitura.

Duvidam? Pois então leiam isto, repescado da sua crónica no Público de 18-12-09: ”Começo, como é tradicional, pelos livros, embora saiba que hoje quase não se lê”.

Nota: o quase é para se excluir desta cambada de incultos, de iletrados. Vasco tem-se por único. É único. Nisto nem o Pacheco o bate.

Claro que Portugal não se interessará por Fallada, MacCulloch ou Mantel. A nossa crise não é só política, económica e financeira.”

Portugal não se interessa e esta Pátria não merece Vasco. Mas a crise é aquilo tudo e o termos também que aturar Vasco Pulido Valente.

No entanto é a Vasco que devemos o esforço de salvar a honra do convento. Vasco que assim nos livra da vergonha de ignorarmos quem são Fallada, MacCulloch e Mantel. Que agora nunca mais confundiremos com reforços de inverno para o nosso campeonato de futebol, ou com heróis de banda desenhada, realizadores porno, marcas de uísque marado…

Obrigado Vasco.

E aproveitando a quadra: Pai Natal, manda lá estes livritos. É que quero dar ares, mandando uns bitaites a este país de 10 milhões incultos. Salvo o Vasco, claro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Está a dar a Tele-Escola na SIC-N...

E fala de sismos, do último. Não, não é desse. Que ele não liga a futebóis.
Sempre com a babitual isenção e independência, com as mãozinhas a dar e a dar. Que seria dele sem aquelas mãozinhas.
Já vai nas armas, na guerra, nuns livros a isso dedicados. Antes que estoire um míssil por aqui, vou passar para outro canal.
Boa noite, Pacheco. Eu vou para o contra-ponto.
E deixo o ponto a falar para outros. E que ponto. Sem contraditório, que a isso ele não se ajeita, como se pode constatar na Quadratura do Circo. Sim, do Circo. Com ele, um ponto. Fulo com o contra-ponto, com o contraditório. Falar sozinho é que é bom. E jeito para pregador não lhe falta.
Prega então, Pacheco.

domingo, 20 de dezembro de 2009

... Glorioso SLB!


Agora só faltará arranjar um milagre...

Recordo o tempo em que os comentários, mesmo se mais temperados, levantavam reservas sérias quanto a Pio XII. Pelo seu silêncio durante a II Grande Guerra e, particularmente, no que respeita ao Holocausto.

Mas Ratzinger entende que também ele dever ser canonizado. Para já, ser-lhe-á atribuído o título de Venerável. Depois, bastará aguardar um pouco mais.

E então? Não são sempre designados por santos padres ainda em vida? E não temos santos a cada momento?

Será apenas mais um, mesmo se isso descaracteriza, por falta de sérias exigências, o que seja ser santo.

Os judeus não gostam, mas isso pouco ou nada incomoda Ratzinger. Os seus antecessores não ousaram tanto, mas isso que importa?

Fora isso, tudo bem. Saia mais um santo. Que Ratzinger quer caminho aberto também para si. Por que não?


sábado, 19 de dezembro de 2009

Parabéns, Paula

“No final deste percurso, poderemos reconhecer que em Le Clézio, como em Thomas More, é a viagem que suporta a narrativa e a problemática da utopia, assinalando, para além da ruptura, a passagem do mundo conhecido ao desconhecido. Com efeito, é ela que, nos dois textos do nosso corpus, ou porventura através de toda a obra do autor, permite a fuga e distanciamento crítico face à sociedade distópica, identificada com a civilização ocidental, ao mesmo tempo que se traduz na procura do bem comum, encarado do ponto de vista socialmente progressista. Representada não só na sua linearidade, com base em motivos recorrentes como o barco, a tempestade e o naufrágio, mas também na sua circularidade, impõe finalmente o retorno dos viajantes ao ponto de origem. Embora este regresso seja apenas implícito em Voyage à Rodrigues, afigura-se no entanto necessário, já que, por definição, a narrativa utópica assenta no relato daquele que acede ao lugar outro, da felicidade almejada, construída pelo homem e não por Deus. Além disso, qualquer que seja o destino da viagem, é como ilha que ele é pensado e desejado. A configuração do espaço utópico reproduz assim a imagem do seu fechamento em círculos concêntricos descendentes, a partir de cadeias montanhosas envolvidas pelo mar. Le Clézio joga ainda com a ambivalência típica do género entre espaços existentes e inventados, numa tentativa de criar a ilusão de uma realidade alternativa. Por sua vez, a perda da noção das referências espacio-temporais dos narradores destes textos inscreve-os mais facilmente no mundo utópico, perfeito, por isso mesmo estático e imutável. [..]”.

InViagem e Utopia em J.-M. G. Le Clézio Le Chercheur d’or e Voyage à Rodrigues

Dissertação de Mestrado em Estudos Românicos de Maria Paula Costa Alves dos Santos

Um tiro certeiro porque foi escolhida, então, a obra de um futuro Prémio Nobel da Literatura.

Uma abordagem com excepcional mérito e que o júri entendeu avaliar nos limites do máximo possível: 19 valores.

Agora, continuação de boa viagem, Paula!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Troco propinas por votos... E não apenas pró Pina, é para todos!

O Bloco de Esquerda vai propor no Parlamento a suspensão do pagamento de propinas no Ensino Superior e um novo regime de atribuição de bolsas de estudo.

"Se na Alemanha não há propinas e o ensino é melhor do que em Portugal é porque há um bom investimento no ensino", considerou Francisco Louçã.

Deixa cá ver se sigo o raciocínio do Xico.

Quem suporta, sobretudo, o ensino público? O Estado, todos nós, através dos impostos.

A quem aproveita o ensino superior público? Infelizmente não a todos, mas é certo que aproveita sobretudo a alguns.

Assim, o fim das propinas aproveita sobretudo a quem? Naturalmente que ao grupo que mais aproveita do ensino público.

O Xico costuma exibir um particular azar aos Mellos, Champalimauds, Espíritos Santos e outros que tais, os ricos, os donos das grandes fortunas…

E agora trata tudo por igual, propondo a abolição das propinas?

Com o pretexto de que na Alemanha é assim, sem mais? E se alguém, por exemplo, lhe responde que também na Alemanha a legislação laboral é mais flexível e que, se lá resulta, aqui também pode resultar?

Bastará agora, para o Xico, que se importe da Alemanha o que lá está testado, assim se rendendo ao capitalismo?

É nisto que dá a demagogia e o populismo do Bloco de Esguelha.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mais médicos para quê, se assim é que está bem para aqueles?

É quando tenho que sacar umas boas dezenas de euros por uma consulta que melhor entendo a chatice que para alguns constitui a criação de mais faculdades de medicina, poder haver mais médicos.
A garantia de reserva de coutadas é que é bom. A concorrência nas prestações de cuidados clínicos arruina a saúde dos seus agentes. Uma boa droga, não é, senhor bastonário?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vou passear um facalhão...



Já tinha antecedentes criminais. Desta vez foi apanhado com uma faca e afirmou aos guardas que o detiveram que aquela se destinava a “ajustar contas” com outra pessoa.


Foi condenado por posse de arma proibida mas recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa que decidiu que a posse de qualquer faca, navalha ou outro instrumento cortante só deve ser considerado crime “se possuir disfarce e o portador não justificar a sua posse”.


Vou aproveitar. Um facalhão a tiracolo, uma factura de aquisição na carteira para provar ser meu. Justificação para isso? Pois vou levá-lo a passear. Qual o problema?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Então, Zezinha... passou-se?

“A primeira audição da Comissão Parlamentar de Saúde ficou hoje marcada por uma troca de ofensas entre a deputada social-democrata Maria José Nogueira Pinto e o deputado socialista Ricardo Gonçalves que levou o presidente a ameaçar suspender os trabalhos.

A troca de “galhardetes” ocorreu quando Maria José Nogueira Pinto intervinha nesta Comissão, onde esteve presente a ministra da Saúde e os seus dois secretários de Estado.

Uma observação do deputado Ricardo Gonçalves terá motivado a irritação de Maria José Nogueira Pinto, que o apelidou de “palhaço”.

“Não sabia que tinham contratado um palhaço” para a Comissão Parlamentar de Saúde, disse a deputada.

Em resposta, Ricardo Gonçalves teceu comentários sobre a troca de cor política por parte de Maria José Nogueira Pinto.

O presidente da Comissão apelou à sensatez dos presentes, ameaçando mesmo suspender os trabalhos, caso continuasse a troca de insultos.

O deputado socialista justificou alegando diferentes postos de vista, ao que Maria José Nogueira Pinto respondeu: “Não devem existir em todos os parlamentos deputados como senhor, um deputado inimputável”.

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Saúde demoraram mais de cinco horas.”

Jornal I, online, 09-12-09.

Já agora: que se ouviria na gravação das conversas telefónicas da Zezinha?

Chumbo de Vasco Pulido Valente, Visconde de Medina Carreira

A nomeação de Maria João Seixas para Directora da Cinemateca Nacional parece não ser consensual. O que é compreensível, porque cada um poderia escolher melhor, segundo os seus estimados critérios.

Mas o Visconde, Examinador-Mor do Reino, por incumbência sabe-se lá de quem, não está com meias medidas.

Para ele, está-se perante “a nomeação mais escandalosa desde o 25 de Abril”. E acrescenta: “Maria João Seixas não tem sombra de competência para o cargo e só pode, por pouco tempo que lá esteja, arruinar a obra de Bénard da Costa”. Por outro lado, dando provas de estar bem informado sobre as reacções suscitadas por notícia dada apenas ontem, permite-se ainda declarar que “a passividade e complacência com que este acto do Governo foi recebido mostram bem a miséria moral e política a que chegámos”.

Um traste, um fidalgote que já não se enxerga. Uma miséria.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Contra o Côtto da Quinta, ou vice-versa

Há um Côtto que tem uma Quinta e para quem, agora, saborear um tinto merece o ritual próprio de uma gasosa, de um pirolito, de uma coca-cola. Nada de rolhas de cortiça, diz a publicidade do Côtto, porque deixam sabor a cortiça. E é mais rápido, adianta o Côtto que tem uma Quinta, como se já houvesse competições sobre a rapidez com que se abre uma garrafa; como se um apreciador dispensasse o lento ritual da abertura, aquele som com que somos brindados por uma rolha de cortiça.

Para o Côtto, que tem uma Quinta, basta agora um vedante de alumínio. Amanhã sugerirá um copo de plástico que, aliás, está bem ao nível do vedante de alumínio.

Este Côtto, que tem uma Quinta, já teve melhores dias. Agora fica rotulado, para os devidos efeitos, de vinho a martelo. E este que me desculpe a ofensa.


sábado, 5 de dezembro de 2009

Quando o saber é curto, melhor é calar...


“Por último, falta falar da A8, auto-estrada que liga Lisboa a Torres Vedras. Quem a conhece sabe que está integralmente em obras para alargar a uma terceira faixa (já agora porquê? Se a entrada de Lisboa não pode ser alargada.) E, por isso, a circulação faz-se em faixas estreitas, perigosas e apenas a 80 km/hora. Ou seja: a A8 não é uma auto-estrada, mas pagamos como se fosse. Porque não avançam as obras?”
Luís Campos e Cunha, Público, 27-11-09
Pois é…
Falta é conhecer. Porque a A8 liga Lisboa a Leiria e não a Torres Vedras. Depois, na entrada de Lisboa, descarrega trânsito para a CREL, a CRIL, o Eixo Norte-Sul / Ponte 25 de Abril, a Ponte Vasco da Gama…
Conhecesse melhor a A8 e saberia o que é transitar nela em duas faixas de rodagem a partir de Torres Vedras ou até Torres Vedras. E quem não conhece, melhor seria calar-se.