Segundo se diz, a saída dos médicos do SNS para as entidades privadas pode pôr em causa a formação dos médicos mais jovens.
Admito que sim, que seja o panorama com que nos defrontaremos em breve. E no futuro?
O futuro acautela-se com mais médicos, para que a concorrência entre público e privado funcione melhor – a favor dos utentes do SNS, que os privados saberão cuidar de si – e, sobretudo, permitindo que a vaga de passagens à reforma que se aproxima não complique ainda mais as contas.
A actual situação interessa, se calhar não tanto aos privados, que suportam o custo dos passes dos médicos do SNS, mas mais aos que agora estão instalados, desejosos de manter a coutada, olhando os seus €xclusivos int€r€ss€s.
Mas eis que vem a terreno, com a mesma preocupação – excesso de alunos, falta de formadores - a presidente da Associação Nacional dos Estudantes de Medicina. E como isto de associações de estudantes já nada tem a ver com as do passado… Mas adiante.
Exemplifica a presidente:
Na Faculdade de Medicina de Coimbra um doente chegou a ser observado por 15 internos. “Não é ético para o doente”, observa. Comove a preocupação com a ética, se comove.
Mas pior, segundo relata, é o que aconteceu na Faculdade de Medicina de Lisboa onde se chegou ao cúmulo de “haver cinco estudantes a fazer toque rectal a um único doente”. E esta, acreditem, até a mim doeu só de ler.
Segundo o Público de 29-12-09
1 comentário:
Não faço ideia até quanto esse exame possa ser ou não doloroso, mas humilhante será, ser apalpado ou apalpada dessa maneira por cinco galfarros, Deus me livre!
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