Quem é que leu, em 2009, “WolfHall” de Hilary Mantel, um calhamaço de 653 páginas sobre a vida e ascensão de “Tomas Cromwell, filho de ferreiro, mercenário e advogado, que chegou a chanceler de Henrique VIII e foi o grande executante da Reforma Inglesa”?
Tu, aí, não levantes o braço a dizer que leste, que ainda há pouco lias a Margarida Rebelo Pinto, o Paulo Coelho e juravas que o Cromwell era o reforço de inverno dos leões e Hilary Mantel a secretária de estado dos USA.
Mais: quem é que teve na sua frente, pelo menos para tentar ler uma página, para um cheirinho que fosse, “A History of Christianity: The first three thousand years” de Darmaid MacCulloch”, que nos brindou com 1.161 páginas?
Cala-te agora tu, seu parvalhão, que começaste logo por dizer que Cristiano Ronaldo era contigo, que estavas a par de tudo. Que livro assim, estilo páginas amarelas, era o dos endereços das namoradas do CR7. E que, além disso, te atreves mesmo a dizer que darmaid é um tempo qualquer do verbo dar. Como se eu não soubesse que apenas dás para o peditório das porcarias e indecências do Vilhena.
Agora para os demais: quem é que se atreve a dizer qual o tema abordado nas 568 páginas de “Alone in Berlin”, de Hans Fallada?
Errado, seu triste. Não te armes. Aquilo não é falado e, se o fosse, era em inglês. Ora não esqueças que ainda andas no “I love you” da escola do Zézé Camarinha das praias algarvias. Xiu!
É que, meus caros, quem não bebe do fino, nem almoça no Gambrinus, está fora desta cultura, deste estar na onda. Sim: de ler e pensar em inglês, que o uísque de Sacavém já foi à vida há muito.
Quem não se cultiva assim, nunca poderá almejar ser comentador apoderado de Manuela Moura Guedes, no Jornal das 9.
Ali só se chega com provas dadas. E ninguém leva a palma a Vasco. Que lê, pelo menos, 3 calhamaços por ano. Que faz questão de referir o número de páginas, para que se saiba o esforço de coluna feito, as litradas que intervalam a leitura.
Duvidam? Pois então leiam isto, repescado da sua crónica no Público de 18-12-09: ”Começo, como é tradicional, pelos livros, embora saiba que hoje quase não se lê”.
Nota: o quase é para se excluir desta cambada de incultos, de iletrados. Vasco tem-se por único. É único. Nisto nem o Pacheco o bate.
“Claro que Portugal não se interessará por Fallada, MacCulloch ou Mantel. A nossa crise não é só política, económica e financeira.”
Portugal não se interessa e esta Pátria não merece Vasco. Mas a crise é aquilo tudo e o termos também que aturar Vasco Pulido Valente.
No entanto é a Vasco que devemos o esforço de salvar a honra do convento. Vasco que assim nos livra da vergonha de ignorarmos quem são Fallada, MacCulloch e Mantel. Que agora nunca mais confundiremos com reforços de inverno para o nosso campeonato de futebol, ou com heróis de banda desenhada, realizadores porno, marcas de uísque marado…
Obrigado Vasco.
E aproveitando a quadra: Pai Natal, manda lá estes livritos. É que quero dar ares, mandando uns bitaites a este país de 10 milhões incultos. Salvo o Vasco, claro.
2 comentários:
A cultura do Vasco Cobarde, o Tosco, é do tipo merdipédia. Um Bom Natal e um abraço.
Eu sou uma inculta... não consigo ler mais do que 10 páginas por dia.. por acaso nunca li as páginas amarelas nem revistas com cores rosa.. Irra... Sempre me irritou... mas também não consigo beber copos para aquecer as páginas dos livros... e vomitar cultura.. pelo menos "atípica".. como os pseudo-intelectuais que acompanham a literacia de "topo" com as lagostas do C.B.D. da Capital... Não experimentaram... nem uma boa leitura.. nem.. uma boa colecção de arte.. menos ainda aquela dourada no sal... Uhmmmm.. sabem lá eles o que é a verdadeira cultura!!!! :)
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