quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um canalha na 5 de Outubro


Conheci Crato de outras andanças. Como divulgador científico, como também então conheci o físico Carlos Fiolhais. Em geral em iniciativas promovidas pela Almedina. E ambos desiludiram, quando se meteram noutras águas.
A partir de certa altura Crato é já uma unha com carne com o prestigiado – não sei donde, mas pouco importa – Medina Carreira. Um daqueles que para tudo tem fel e vinagre, mas não adianta uma solução que seja, seja para o que for. E é então que temos Crato com a sua teoria do “eduquês”, contra o facilitismo, num discurso oco, igualmente sem alternativas, tal qual o compadre Medina.
Tinha que chegar a ministro de um merdas de Massamá, que só emporcou uma terra certamente simpática. E assim lixou o tal Santana Castilho que, escrevinhador do programa para a educação, não contava com menos que uma cadeira ministerial. O farsolas ganhou um inimigo, embora Castilho seja tão merdoso como ele, mas ficou com um aldrabão na 5 de Outubro.
Um matemático sem tomates que, depois de muito matutar à volta de uma equação em que interessa identificar o valor da incógnita em que ele mesmo se tornou, chegou à conclusão que 5 anos de atividade permitem a dispensa de uma prova que, dias antes, era para todos. Mas quem não tem tomates, em geral ou sai ou rende-se (vende-se). E Crato vendeu-se a uma UGT igualmente sem espinha – espinha tem a outra Central que um dia teve a ameaça, nunca concretizada, de lhe ser quebrada – e assim provou que isso do facilitismo é uma questão de mais equação, menos equação, seja qual for o número de incógnitas. E valores de solução que podem ir do mais ao menos infinito. Pouco importa.
Por outro lado, a ser verdade o que ouvi, na prova a que quis sujeitar os professores – nada tenho contra a avaliação séria de competências – seria chumbado quem cometesse 10 erros ortográficos. Fónix, mentor da exigência! Na minha 4ª classe eu chumbaria com 4 erros, e 4 sinais mal colocados – ou a sua ausência quando devida – valiam um erro.
Depois disto, ouvir este canalha afirmar que os bons resultados do PISA são consequência do seu combate contra o facilitismo, só merece uma coisa: Crato é um filho da puta, o resto é conversa. Ofensa isto? Só mesmo por facilitismo se pode assumir isso. Cada qual tem o seu eduquês, e Crato merece este meu eduquês.
 

3 comentários:

Francisco Clamote disse...

Nem mais.

lino disse...

O que eu lamento é ter de dar alguma razão ao Crato ao ouvir as tristes atitudes e declarações de alguns ditos professores. E quanto ao Castilho venha o diabo e escolha.
Um abraço

A. Moura Pinto disse...

Ouvi pior quando foi das greves no tempo de Sócrates. Mas a questão aqui é Crato que prega contra o facilitismo e, no entanto, para atenuar a contestação, divide os professores entre quem tem mais ou menos que 5 anos de atividade, e depois permite uma prova que nada avalia e com critérios de correção / aprovação que fazem corar um boi de vergonha.