E não confundir o V com o coelhinho da Playboy que ele pode ofender-se...
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Sitava bem, para quê mudar?
"Vítor Mesquita, Luís Magalhães e Luís Rosa, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), estão a ser alvos de inquéritos internos instaurados pelo PCP, partido de que são militantes, por não terem apoiado a lista B nas eleições do Sitava que decorreram a 19 de Março. (...)
A lista A, que venceu com cerca de 60 por cento dos votos expressos num universo de votantes de cerca de 30 por cento dos sindicalizados (que são 4669), surgiu na continuidade das anteriores direcções. Tanto que mantém à cabeça, candidato a secretário-geral reeleito, Vítor Mesquita. Já Luís Magalhães passou da direcção a presidente da Mesa da Assembleia e Luís Rosa permanece na comissão permanente. (...)"
Público, 28-04-09 segunda-feira, 27 de abril de 2009
Azereiro citado por aqueles que se apreciam...
Viagens na Minha Terra
• João Pinto e Castro, Soluções à procura de problemas:
“Lisboa concelho já não é hoje um pólo suficientemente atraente para poder dar-se ao luxo de criar barreiras ao acesso. Precisamos de ligar e coser uma malha urbana corroída por factores potenciadores de desagregação, não de criar novos factores de divisão ou mesmo de exclusão. O centro da região de Lisboa precisa de reaprender a prestar serviços à periferia, não de hostilizá-la.As portagens à entrada de Lisboa são uma solução simples, rápida, económica e, sobretudo, moderna. A experiência passada sugere, pois, que tem todas as condições para ser posta em prática, por muito evidentes que sejam os seus defeitos. Não esqueçamos, além do mais, que tudo o que agrava as desigualdades sociais foi inventado aqui.É claro que há outra via, mais difícil e morosa – principalmente porque implica a constituição da região político-administrativa de Lisboa – mas, a meu ver, a única que nos levará a algum sítio onde vale a pena ir.”
• João Pinto e Castro, Soluções à procura de problemas:
“Lisboa concelho já não é hoje um pólo suficientemente atraente para poder dar-se ao luxo de criar barreiras ao acesso. Precisamos de ligar e coser uma malha urbana corroída por factores potenciadores de desagregação, não de criar novos factores de divisão ou mesmo de exclusão. O centro da região de Lisboa precisa de reaprender a prestar serviços à periferia, não de hostilizá-la.As portagens à entrada de Lisboa são uma solução simples, rápida, económica e, sobretudo, moderna. A experiência passada sugere, pois, que tem todas as condições para ser posta em prática, por muito evidentes que sejam os seus defeitos. Não esqueçamos, além do mais, que tudo o que agrava as desigualdades sociais foi inventado aqui.É claro que há outra via, mais difícil e morosa – principalmente porque implica a constituição da região político-administrativa de Lisboa – mas, a meu ver, a única que nos levará a algum sítio onde vale a pena ir.”
• Pedro Adão e Silva, Recato:
“Hoje, num mesmo telejornal, vi sucessivamente declarações de João Palma (o novo presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público), Cândida Almeida e Maria José Morgado. Não sei se é uma manifestação do "poder feudal de condes, viscondes, marqueses e duques" que, pouco tempo após a sua tomada de posse, Pinto Monteiro reconheceu existir no Ministério Público. Mas, quando o que se esperava era recato e celeridade nas investigações, o que recebemos de figuras relevantes do Ministério Público é uma propensão para a presença no espaço mediático no mínimo desajustada. Não sei porquê, mas isto tem todo o ar de que não vai acabar nada bem.”
“Hoje, num mesmo telejornal, vi sucessivamente declarações de João Palma (o novo presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público), Cândida Almeida e Maria José Morgado. Não sei se é uma manifestação do "poder feudal de condes, viscondes, marqueses e duques" que, pouco tempo após a sua tomada de posse, Pinto Monteiro reconheceu existir no Ministério Público. Mas, quando o que se esperava era recato e celeridade nas investigações, o que recebemos de figuras relevantes do Ministério Público é uma propensão para a presença no espaço mediático no mínimo desajustada. Não sei porquê, mas isto tem todo o ar de que não vai acabar nada bem.”
• A. Moura Pinto, Mas que c... de arquivamento! Terá havido pressões?
• António Pinho Vargas, “Deixem-me rir à vontade” [citado por Hugo Gaspar]
• Carlos Santos, Reflexões sobre a bondade da elevação da escolaridade mínima
• Eugénia de Vasconcellos, “Eu não quero um amor para o vestir, quero um amor para despi-lo”
• Francisco Clamote, "Conversa da treta"
• jmf, Ruído mediático
• José Albergaria, E a Espanha aqui tão perto
• Ricardo S, Triste sina a nossa
• Vasco Campilho, Mas não estou a insinuar nada
As estatísticas consentidas para a PSP, porque deter... nem pensar!
Objectivos funcionais do guarda da PSP - Ano 2009
· Ajudar 50 velhinhas a atravessar as ruas do bairro; se não houver, inventa;
· Fazer a média diária de 50 km em voltas no bairro, em veículo da esquadra;
· Encostar-se às paredes 60 minutos por dia para apreciar as garinas que passam;
· Cumprimentar, sorriso nos lábios, 75 pessoas por dia;
· Olhar para o lado sempre que verifique que algo de anormal se passa, pelo menos 25 vezes por dia;
· Enviar para as amigas 35 SMS diários;
· Afagar a arma e o cassetete 75 vezes por dia;
· Aceitar 5 copos de três por dia, de cabeça destapada, porque nunca se bebe em serviço;
· Contar pelos dedos, sem consequências, o mínimo de 20 infracções ao CE na rua principal do bairro;
· Lavrar e rasgar de imediato 20 autos de ocorrência;
· Coçar-se, sem ofensas à moral, 15 vezes por dia;
· Limpar o suor da testa de meia em meia hora;
· Fazer a média diária de 50 km em voltas no bairro, em veículo da esquadra;
· Encostar-se às paredes 60 minutos por dia para apreciar as garinas que passam;
· Cumprimentar, sorriso nos lábios, 75 pessoas por dia;
· Olhar para o lado sempre que verifique que algo de anormal se passa, pelo menos 25 vezes por dia;
· Enviar para as amigas 35 SMS diários;
· Afagar a arma e o cassetete 75 vezes por dia;
· Aceitar 5 copos de três por dia, de cabeça destapada, porque nunca se bebe em serviço;
· Contar pelos dedos, sem consequências, o mínimo de 20 infracções ao CE na rua principal do bairro;
· Lavrar e rasgar de imediato 20 autos de ocorrência;
· Coçar-se, sem ofensas à moral, 15 vezes por dia;
· Limpar o suor da testa de meia em meia hora;
. Fazer pausas de 5 minutos entre cada uma das tarefas atrás citadas.
Crespo passará a ir às compras nos fins-de-semana
- Diga-me, Dra Presidente, deixou de ir ao supermercado onde era vista com tanta frequência?
- Não, Mário. Acontece que agora só posso ir às compras aos fins-de-semana. Se também for nessas alturas, ver-me-á lá.
- Foi bom saber isso.
Transcrição de memória do final da entrevista de D Manuela a M Crespo, na SIC, hoje.
- Não, Mário. Acontece que agora só posso ir às compras aos fins-de-semana. Se também for nessas alturas, ver-me-á lá.
- Foi bom saber isso.
Transcrição de memória do final da entrevista de D Manuela a M Crespo, na SIC, hoje.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Jornalistas e jornaleiros
Quando me tornei leitor habitual de um jornal diário – o saudoso DL – havia, falando dos editados em Lisboa, outros: DN, Diário Popular, República, O Século. E a escolha fazia-se um pouco em função das tendências políticas dos jornais e dos seus leitores, numa altura em que tal era exibido de modo muito constrangido.
Mas nuns e noutros, havia jornalistas audazes, numa permanente luta contra a censura – a comissão de censura -, baptizada mais tarde de exame prévio, exame em que se chumbava tudo quanto não fosse conveniente para o regime. Mas, por vezes, com arte e engenho, lá se conseguia fazer passar a prova escrita, a caminho dos seus leitores.
Muitos jornalistas eram publicamente conhecidos, quase diria venerados. Porque, além do exercício difícil da profissão, ousavam enfrentar a ditadura nos abaixo-assinados, nas listas de candidatos da oposição numas farsas de eleições que o regime afirmava serem tão livres como na livre Inglaterra.
Eram outros tempos, melhor, eram outras pessoas, os jornalistas.
Por isso, apesar daquele contexto, seria capaz de admitir como que um levantamento popular se então alguém do poder ousasse chamar-lhes bastardos, para não os apelidar de filhos da puta.
Hoje, isso nem aconteceu quando assim foram chamados, nem creio que possa vir a acontecer.
E a culpa não é dos leitores, nem do povo.
Mas nuns e noutros, havia jornalistas audazes, numa permanente luta contra a censura – a comissão de censura -, baptizada mais tarde de exame prévio, exame em que se chumbava tudo quanto não fosse conveniente para o regime. Mas, por vezes, com arte e engenho, lá se conseguia fazer passar a prova escrita, a caminho dos seus leitores.
Muitos jornalistas eram publicamente conhecidos, quase diria venerados. Porque, além do exercício difícil da profissão, ousavam enfrentar a ditadura nos abaixo-assinados, nas listas de candidatos da oposição numas farsas de eleições que o regime afirmava serem tão livres como na livre Inglaterra.
Eram outros tempos, melhor, eram outras pessoas, os jornalistas.
Por isso, apesar daquele contexto, seria capaz de admitir como que um levantamento popular se então alguém do poder ousasse chamar-lhes bastardos, para não os apelidar de filhos da puta.
Hoje, isso nem aconteceu quando assim foram chamados, nem creio que possa vir a acontecer.
E a culpa não é dos leitores, nem do povo.
O que uns noticiam e outros omitem
Caso Freeport
Advogados ingleses ilibaram Smith
Advogados ingleses ilibaram Smith
por CARLOS RODRIGUES LIMA 22 Abril 2009
Uma tradução à letra de um documento apreendido a Charles Smtih levou a investigação a pensar que se tratava de José Sócrates, mas afinal tudo não passava de uma expressão idiomática. O inglês foi filmado a dizer que pagou luvas ao actual primeiro-ministro, mas uma investigação de advogados concluiu que tudo não passou de uma história inventada. Folheio esmiuçadamente o Público. E nada. Melhor: vem uma notícia com este título "Sócrates não devia falar sobre o caso Freeport, diz Soares." Pois não, que ser assado em lume brando dá um gozo que nem vos conto...
Mas vou contar com os bons ofícios do telejornal de referência da TVI, com mais ou menos botox. Aposto em como a Manela irá retomar esta notícia do DN online de 22-04-09.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Mas que c... de arquivamento! Terá havido pressões?
“O agente ainda vai ouvir falar de mim”
Procurador arquivou ameaça de magistrado a PSP
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa arquivou um processo relativo a ameaças e insultos proferidos por um magistrado da República a um agente da PSP que o tentou multar porque estava a falar ao telemóvel.
"Eu não pago nada, apreenda-me tudo. C..., estou a divorciar-me, já tenho problemas que cheguem. Não gosto nada de identificar-me com este cartão, mas sou procurador. Não pago e não assino. Ai você quer vingança? Então o agente F. ainda vai ouvir falar de mim. Quero a sua identificação e o seu local de trabalho", disse o magistrado ao agente, cujas palavras constam no despacho de arquivamento, citado pelo “Correio da Manhã”.
Para o procurador da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa que investigou o caso, “na gíria popular, considerado o contexto e as circunstâncias (pendendo divórcio e tendo já problemas, fica aceite uma fase de perturbação do autuado), tal expressão equivale a dizer-se, desabafando ‘c..., estou lixado’.”
“Admite-se que houve falta de correcção na linguagem proferida, mas não de molde a beliscar a honorabilidade pessoal e funcional do sr. agente autuante. (...) Com efeito, nem o vocábulo ‘c...’ encerra qualquer epíteto dirigido à autoridade nem o alerta de que ‘ainda vai ouvir falar de mim’ contém a anunciação de um ‘mal futuro’", conclui o magistrado encarregue do caso, no despacho de arquivamento citado pelo mesmo jornal. "Estamos em crer, sem margem para dúvidas, que a matéria comunicada não constitui qualquer ilícito penal ou disciplinar", lê-se na decisão.
Procurador arquivou ameaça de magistrado a PSP
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa arquivou um processo relativo a ameaças e insultos proferidos por um magistrado da República a um agente da PSP que o tentou multar porque estava a falar ao telemóvel.
"Eu não pago nada, apreenda-me tudo. C..., estou a divorciar-me, já tenho problemas que cheguem. Não gosto nada de identificar-me com este cartão, mas sou procurador. Não pago e não assino. Ai você quer vingança? Então o agente F. ainda vai ouvir falar de mim. Quero a sua identificação e o seu local de trabalho", disse o magistrado ao agente, cujas palavras constam no despacho de arquivamento, citado pelo “Correio da Manhã”.
Para o procurador da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa que investigou o caso, “na gíria popular, considerado o contexto e as circunstâncias (pendendo divórcio e tendo já problemas, fica aceite uma fase de perturbação do autuado), tal expressão equivale a dizer-se, desabafando ‘c..., estou lixado’.”
“Admite-se que houve falta de correcção na linguagem proferida, mas não de molde a beliscar a honorabilidade pessoal e funcional do sr. agente autuante. (...) Com efeito, nem o vocábulo ‘c...’ encerra qualquer epíteto dirigido à autoridade nem o alerta de que ‘ainda vai ouvir falar de mim’ contém a anunciação de um ‘mal futuro’", conclui o magistrado encarregue do caso, no despacho de arquivamento citado pelo mesmo jornal. "Estamos em crer, sem margem para dúvidas, que a matéria comunicada não constitui qualquer ilícito penal ou disciplinar", lê-se na decisão.
Vítima de atentado...
Soluções à mão de semear…
Nas entradas ou saídas do metro, mãos anónimas, mas bondosas, estendem para nós os gratuitos do dia, umas iscas de papel. Recusá-los pode ser ofensivo. Além disso, lá se perderiam as notícias e, quem sabe, uma oportunidade de vida, uma solução para todos os males.
Desta vez coube-me a isca de papel do experiente Mestre Sila, “grande cientista espiritualista, descendente de uma antiga e rica família com conhecimentos de magia negra e branca.” E eu que habitualmente apenas ouvia referências à magia negra, quem sabe se por preconceito racial ou ouvido duro.
E, a negro ou a branco, cá temos remédios e soluções para o “amor, doenças físicas e espirituais, negócios, impotência sexual, justiça, inveja, maus-olhados, vícios de droga, tabaco e álcool, homens e mulheres fugitivos dos seus pares”.
Tudo com a garantia do maior sigilo e, cereja sobre o bolo, com pagamento só depois do resultado.
E então, nós queixinhas por tudo e por nada, deixamos escapar estas oportunidades?
Vamos lá! Já contávamos com o Professor Karamba, os Mestres Bambu e Mamude, tantos outros.
Desta vez coube-me a isca de papel do experiente Mestre Sila, “grande cientista espiritualista, descendente de uma antiga e rica família com conhecimentos de magia negra e branca.” E eu que habitualmente apenas ouvia referências à magia negra, quem sabe se por preconceito racial ou ouvido duro.
E, a negro ou a branco, cá temos remédios e soluções para o “amor, doenças físicas e espirituais, negócios, impotência sexual, justiça, inveja, maus-olhados, vícios de droga, tabaco e álcool, homens e mulheres fugitivos dos seus pares”.
Tudo com a garantia do maior sigilo e, cereja sobre o bolo, com pagamento só depois do resultado.
E então, nós queixinhas por tudo e por nada, deixamos escapar estas oportunidades?
Vamos lá! Já contávamos com o Professor Karamba, os Mestres Bambu e Mamude, tantos outros.
Bem vindo, Mestre Sila.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Ora toma, Santana!
Santana Castilho
Tendo em conta o que escreveu recentemente no Público, qual especialista encartado, este licenciado em ginástica que desanca como "Professor do Ensino Superior", morder-se-ia todo com isto:
"O Programa Magalhães é a mais sofisticada e avançada implementação das tecnologias de informação em educação no mundo", afirma o canadiano Don Tapscott que hoje participa no Fórum Mundial das Telecomunicações em Lisboa.
domingo, 19 de abril de 2009
O pedantismo de referência
Espelho meu, espelho meu...
“Nunca fui ao Brasil, nem a nenhuma ex-colónia portuguesa, porque se estou a competir na carreira académica, então compito com os melhores”.
E em que lugar estará? Na compita com quem?
“Nunca fui ao Brasil, nem a nenhuma ex-colónia portuguesa, porque se estou a competir na carreira académica, então compito com os melhores”.
E em que lugar estará? Na compita com quem?
Sobre a chatice da idade
“A partir dos sessenta anos, a pessoa fica mais cansada e precisa de ter muitos luxos. Eu preciso de um hotel de cinco estrelas, com uma cama dura, uma almofada especial e nada de barulho”.
Xiuuuuuuuuuu! É preferível que fique a dormir.
Citações do suplemento Fugas do Público de 11-04-09
Xiuuuuuuuuuu! É preferível que fique a dormir.
Citações do suplemento Fugas do Público de 11-04-09
sábado, 18 de abril de 2009
E se fossem também a votos?
Acabada a campanha para o seu sindicato - eu sei que eles gostam de lhe chamar associação sindical - o sindicalista António Martins já se meteu nas que vêm aí. Prerrogativa de quem é juíz, que independência, isenção e discrição já há muito não são apanágio da classe.
E começa por clamar contra as maiorias absolutas. Que não senhor, há que evitá-las, pois põem em causa o poder dos juízes, a sua independência, como se não fossem eles mesmos a desbaratá-la.
Claro que isto, vindo de quem não tem o exercício do seu poder escrutinado, quais iluminados por dom divino, faz sorrir. E se fossem também a votos?
No deserto...
"L'immersion dans le désert approfondit l'être, le délie de toute responsabilité, l'affranchit des choses accesoires".
Citação de Théodore Monod no Museu de Arte Marroquina, Jardim Majorelle, Marraquexe
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Ser feliz para quê, segundo Voltaire...
“- Queria saber: depois que se é feliz, o que acontece? O que vem depois? – repetiu a menina com obstinação.
A mulher encarava-a surpresa.
- Que ideia! Acho que não sei o que você quer dizer, que ideia. Faça a mesma pergunta com outras palavras…
- Ser feliz é para conseguir o quê?"
“Perto do Coração Selvagem”, Clarice Lispector
Afinal, Voltaire tinha resposta, há muito.
Afixado no Museu de Marraquexe, Abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
Reabilitação urbana e idiotices, segundo JMF
A 10 de Abril, o Público elogiava a iniciativa. De acordo com que o era relatado, o governo proponha-se legislar de modo a que a reabilitação urbana pudesse avançar de forma mais rápida. Para isso, os proprietários poderiam ser forçados a vender o património imobiliário que não se dispusessem a reabilitar.
Isto nos termos de uma autorização legislativa a pedir à AR.
E, coisa rara, por causa disso um Secretário de Estado tinha direito a seta para cima no “sobe e desce” do Público.
Mas o inestimável JMF estava atento. E toca de arrasar no editorial da dia seguinte. Que não, que não pode ser. Mais: isso, se viesse a ser vertido em lei, configuraria uma "das mais idiotas leis do mundo". Tal e qual. E quanto a idiotices ninguém ganha a Fernandes.
Depois, quem é grosso nesta e noutras coisas, permite-se escrever que legislar sob autorização legislativa é querer evitar "o escrutínio fino do Parlamento". E não se poderia proibir isso de legislar sob autorização legislativa, JMF? Já agora: a autorização limita-se a pedir o consentimento, qual cheque em branco, ou compreende já as disposições fundamentais do diploma?
E como comove esta declaração de interesses com que termina o editorial: “todas as casas que comprei ao longo da minha vida eram antigas que recuperei para uso próprio; na minha família há proprietários imobiliários que arrendam apartamentos.”
Ò Zé… que interessa isso? Importantes seriam outras declarações de interesses ou de desinteresses. Esses, sim, inconfessáveis.
Mas o inestimável JMF estava atento. E toca de arrasar no editorial da dia seguinte. Que não, que não pode ser. Mais: isso, se viesse a ser vertido em lei, configuraria uma "das mais idiotas leis do mundo". Tal e qual. E quanto a idiotices ninguém ganha a Fernandes.
Depois, quem é grosso nesta e noutras coisas, permite-se escrever que legislar sob autorização legislativa é querer evitar "o escrutínio fino do Parlamento". E não se poderia proibir isso de legislar sob autorização legislativa, JMF? Já agora: a autorização limita-se a pedir o consentimento, qual cheque em branco, ou compreende já as disposições fundamentais do diploma?
E como comove esta declaração de interesses com que termina o editorial: “todas as casas que comprei ao longo da minha vida eram antigas que recuperei para uso próprio; na minha família há proprietários imobiliários que arrendam apartamentos.”
Ò Zé… que interessa isso? Importantes seriam outras declarações de interesses ou de desinteresses. Esses, sim, inconfessáveis.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Ele há CADA anormal…
A ministra fixou no Estatuto da Carreira Docente o princípio da confidencialidade da avaliação dos professores.
Mas a CADA – Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos – que funciona junto da Assembleia da República teve diferente entendimento, no seguimento de queixa apresentada por um professor.
A ser assim, colegas, alunos e pais, por exemplo, podem aceder à avaliação. E não me parece que isto seja do agrado dos avaliados, dos professores.
Quem tem que pagar por isso? A ministra, no "sobe e desce" do Público, segundo MC e que deverão ser as iniciais do Director adjunto Manuel Carvalho.
Mas a CADA – Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos – que funciona junto da Assembleia da República teve diferente entendimento, no seguimento de queixa apresentada por um professor.
A ser assim, colegas, alunos e pais, por exemplo, podem aceder à avaliação. E não me parece que isto seja do agrado dos avaliados, dos professores.
Quem tem que pagar por isso? A ministra, no "sobe e desce" do Público, segundo MC e que deverão ser as iniciais do Director adjunto Manuel Carvalho.
Os gené...Ricos
De cordeiro nada tem. Chegou aos gené...Ricos à conta das altas margens dos fármacos de marca. Hoje está no negócio dos gené...Ricos, graças a isso, e também à protecção escandalosa de que goza a actividade, enormemente protegida de uma sã concorrência.
Nada a agradecer, por mais santo que se apresente nesta contenda.
Nada a agradecer, por mais santo que se apresente nesta contenda.
Este já cansa, nesta e outras matéria, com a pretensa defesa do médico ao serviço do doente, com a declaração de que os médicos actuam sem qualquer interesse económico. As broncas são mais que muitas para que se devesse conter, calar. Todos sabemos o que são aqueles congressos turísticos em locais paradisíacos, para que se convidam médicos. Acontece que, para a escolha do fármaco, os médicos não podem arrogar-se de conhecimento na matéria, conhecimento sobretudo assente em parâmetros de natureza laboratorial. E disso, em geral, nada entendem. Não admitir isso, é o mesmo que aceitar que ele, oftalmologista, tenha por credenciado, para tal especialidade, um ortopedista.
A ministra anda mal, quando se limita a acusar a ANF quanto aos interesses que tem na produção de gené...Ricos ou a apelar ao cumprimento da lei. Nisto não pode querer aparecer como mero árbitro na matéria, sobretudo numa altura em que a credibilidade dos árbitros anda pelas ruas da amargura.
A preocupação da ministra deve ser, e só, a defesa dos interesses dos doentes. Com reflexos, até, no dos contribuintes em geral. E, se é necessário, que se mude a lei. Nem mais.
A preocupação da ministra deve ser, e só, a defesa dos interesses dos doentes. Com reflexos, até, no dos contribuintes em geral. E, se é necessário, que se mude a lei. Nem mais.
Ateísmo, hedonismo...
Michel Onfray, constatada a queda das ideologias, recusa optar entre o cristianismo de Bush e o islão de Bin Laden, e adianta que viver sob o olhar de Deus não permite ao homem ser livre.
E exemplifica com o ódio às mulheres, à inteligência e à razão, aos prazeres do corpo, aos desejos, às pulsões, em que são coincidentes os três grandes monoteísmos, aliás, acrescenta, de um anti-hedonismo primário: viver na dor, no sofrimento, na recusa.
Por isso não lhe basta ser agnóstico, definindo-se antes como ateu militante. Segundo Onfray, não existindo Deus, dispensa-se uma moral fundada na eternidade.
É polémico. Interessa-me.
Conforme entrevista à Visão de 26-03-09
E exemplifica com o ódio às mulheres, à inteligência e à razão, aos prazeres do corpo, aos desejos, às pulsões, em que são coincidentes os três grandes monoteísmos, aliás, acrescenta, de um anti-hedonismo primário: viver na dor, no sofrimento, na recusa.
Por isso não lhe basta ser agnóstico, definindo-se antes como ateu militante. Segundo Onfray, não existindo Deus, dispensa-se uma moral fundada na eternidade.
É polémico. Interessa-me.
Conforme entrevista à Visão de 26-03-09
terça-feira, 7 de abril de 2009
Ainda há jóias no Largo do Intendente...
... pelo menos, até ontem. Veremos até quando aguentam aqueles azulejos da Fábrica Viúva Lamego.
"Ser feliz é para conseguir o quê?"
“- Queria saber: depois que se é feliz, o que acontece? O que vem depois? – repetiu a menina com obstinação.
A mulher encarava-a surpresa.
- Que ideia! Acho que não sei o que você quer dizer, que ideia. Faça a mesma pergunta com outras palavras…
- Ser feliz é para conseguir o quê?
A professora enrubesceu – nunca se sabia dizer por que ela avermelhava. Notou toda a turma, mando-a dispersar para o recreio.
O servente veio chamar a menina para o gabinete. A professora lá se achava:
- Sente-se… Brincou muito?
- Um pouco…
- Que é que você vai ser quando for grande?
- Não sei.
- Bem. Olhe, eu tive uma ideia – corou.
- Pegue num pedaço de papel, escreva essa pergunta que você me fez hoje e guarde-a durante muito tempo. Quando você for grande leia-a de novo. – Olhou-a. – Quem sabe? Talvez um dia você mesmo possa respondê-la de algum modo… - Perdeu o ar sério, corou. – Ou talvez isso não tenha importância e pelo menos você se divertirá com…
- Não.
- Não o quê? – pergunta surpresa a professora.
- Não gosto de me divertir – disse Joana com orgulho.
A professora ficou novamente rosada:
- Bem, vá brincar.
Quando Joana estava à porta em dois pulos, a professora chamou-a de novo, dessa vez corada até ao pescoço, os olhos baixos, remexendo papéis sobre a mesa:
- Você não achou esquisito… engraçado eu mandar você escrever a pergunta para guardar?
- Não, disse.
Voltou para o pátio.”
“Perto do Coração Selvagem”, Clarice Lispector
A mulher encarava-a surpresa.
- Que ideia! Acho que não sei o que você quer dizer, que ideia. Faça a mesma pergunta com outras palavras…
- Ser feliz é para conseguir o quê?
A professora enrubesceu – nunca se sabia dizer por que ela avermelhava. Notou toda a turma, mando-a dispersar para o recreio.
O servente veio chamar a menina para o gabinete. A professora lá se achava:
- Sente-se… Brincou muito?
- Um pouco…
- Que é que você vai ser quando for grande?
- Não sei.
- Bem. Olhe, eu tive uma ideia – corou.
- Pegue num pedaço de papel, escreva essa pergunta que você me fez hoje e guarde-a durante muito tempo. Quando você for grande leia-a de novo. – Olhou-a. – Quem sabe? Talvez um dia você mesmo possa respondê-la de algum modo… - Perdeu o ar sério, corou. – Ou talvez isso não tenha importância e pelo menos você se divertirá com…
- Não.
- Não o quê? – pergunta surpresa a professora.
- Não gosto de me divertir – disse Joana com orgulho.
A professora ficou novamente rosada:
- Bem, vá brincar.
Quando Joana estava à porta em dois pulos, a professora chamou-a de novo, dessa vez corada até ao pescoço, os olhos baixos, remexendo papéis sobre a mesa:
- Você não achou esquisito… engraçado eu mandar você escrever a pergunta para guardar?
- Não, disse.
Voltou para o pátio.”
“Perto do Coração Selvagem”, Clarice Lispector
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Panela de pressão ou bimby?
Pressões sobre os magistrados, fugas de informações, infracções ao segredo de justiça.
No caso Freeport.
Nada daquilo se passa, no entanto, quanto a outra investigação em curso.
A que respeita ao BPN.
Ponho-me aqui a pensar, e não chego a conclusão nenhuma, quanto à preferência dada a um e não a outro processo. Mas, tudo o indica, no segundo caso o MP sabe trancar bem as portas de acesso ao processo.
Será por pressões nesse sentido? Se for, teremos também as queixinhas por parte do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público?
No caso Freeport.
Nada daquilo se passa, no entanto, quanto a outra investigação em curso.
A que respeita ao BPN.
Ponho-me aqui a pensar, e não chego a conclusão nenhuma, quanto à preferência dada a um e não a outro processo. Mas, tudo o indica, no segundo caso o MP sabe trancar bem as portas de acesso ao processo.
Será por pressões nesse sentido? Se for, teremos também as queixinhas por parte do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público?
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Quando não basta parecê-lo...
O Ministério Público não tem sustentado as acusações, por falta de provas – o que pode revelar incompetência -, de uma boa parte dos casos mais mediáticos. Os arguidos saem vitoriosos, absolvidos. E aí vão Pinto da Costa, Ferreira Torres, para citar os casos mais recentes.
O MP não tem conseguido evitar as constantes fugas de informação dos processos ao seu cuidado, nem suster a permanente violação do segredo de justiça.
Os magistrados do MP não são, pelo facto de o serem, ungidos do Senhor, pessoas acima de qualquer suspeita. Por exemplo: o conhecidíssimo Isaltino identificou-se ao Tribunal onde está a ser julgado como magistrado do MP, aposentado. No entanto, é acusado pelo... MP.
Um magistrado do MP, exactamente por o ser, não se deve ter por pressionável, como se fosse um mero trabalhador na dependência de qualquer patrão. Quando o admite, está onde nunca deveria ter ido parar.
Um magistrado do MP, para bom prestígio da magistratura que integra, não se deveria limitar a fazer acusações públicas quanto a pressões, dispensando-se de também publicamente apresentar as provas de tais pressões. Quando assim procede, faz julgar na praça pública, sem provas, as pessoas que atinge, mesmo que as não identifique.
Quem tem por missão prosseguir com as queixas que lhe são apresentadas, bem poderia evitar queixar-se... passar por queixinhas.
Os magistrados do MP não são, pelo facto de o serem, ungidos do Senhor, pessoas acima de qualquer suspeita. Por exemplo: o conhecidíssimo Isaltino identificou-se ao Tribunal onde está a ser julgado como magistrado do MP, aposentado. No entanto, é acusado pelo... MP.
Um magistrado do MP, exactamente por o ser, não se deve ter por pressionável, como se fosse um mero trabalhador na dependência de qualquer patrão. Quando o admite, está onde nunca deveria ter ido parar.
Um magistrado do MP, para bom prestígio da magistratura que integra, não se deveria limitar a fazer acusações públicas quanto a pressões, dispensando-se de também publicamente apresentar as provas de tais pressões. Quando assim procede, faz julgar na praça pública, sem provas, as pessoas que atinge, mesmo que as não identifique.
Quem tem por missão prosseguir com as queixas que lhe são apresentadas, bem poderia evitar queixar-se... passar por queixinhas.
Já agora: será isto mais uma pressão?
Justiça à portuguesa...
quinta-feira, 2 de abril de 2009
quarta-feira, 1 de abril de 2009
De crespice em crespice...
Crespo, é assim tão difícil perceber? Basta pôr de lado o preconceito, basta puxar um pouquito pela isenção...
E não mistures o caso julgado, com os encontros da Aroeira envolvendo camaradas teus, políticos e investigadores, com o processo ainda em investigação. Se toda a gente conhece o primeiro, por que raio isso te escapou?
Vê se aprendes com este abaixo, com paciência de Job para aturar as tuas impertinências... mesmo a tua ignorância no caso.
Ali, ao lado, na SIC-N das 21.00h
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