É
tudo uma questão de currículo…
O
ex-espião Jorge Silva Carvalho tinha deixado as suas funções públicas para
ingressar na Ongoing. Na altura, constou-se que terá perguntado, para efeitos
de vencimento, quanto valeria ele para a Ongoing. E qualquer pessoa sabe o que
se lê nas entrelinhas de uma pergunta destas.
Hoje
o ex-espião está acusado de “acesso indevido a dados pessoais, abuso de poder e
violação de segredo de Estado”, segundo os jornais. Por sua vez, o patrão da
Ongoing está acusado de corrupção ativa.
Mas
o ex-espião decidiu regressar por conveniência sua, como por sua conveniência
tinha também ingressado na Ongoing, num tolerado bailarico entre público e
privado permitido a quem trabalhava numa secreta do Estado.
E
o governo decide criar para ele um posto na Presidência do Conselho de
Ministros, porque a lei manda, uma vez que o ex-espião “preenche os
pressupostos de aquisição de vinculo definitivo ao Estado”. E lei é lei.
Com
o pretexto de serem pouco ou nada qualificados, os primeiros alvos das
rescisões amigáveis que o governo quer
pôr em marcha serão os motoristas, telefonistas, auxiliares de ação educativa e
médica, técnicos de laboratório, administrativos ou de museu. Porque, claro,
são culpados da sua pouca qualificação. Porque, claro, terão um mundo de
oportunidades pela frente, talvez na Ongoing. Porque, claro, não são ex-espiões
nem são acusados de crimes graves. Porque neste caso estamos perante foras-de-lei, sem lei que os proteja.
Tudo
uma questão de currículo. De um bom currículo. E de ter a lei a favor ou contra.
2 comentários:
É um rapaz bem posto!
É um rapaz bem posto!
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