terça-feira, 19 de março de 2013

Que se lixe Chipre?


Uma ilha, menos de um milhão de habitantes, não pesando mais que 0,2% do PIB europeu. Bem ajustado para uma canalhice de  tipo novo por parte da EU e de quem nela manda, nada mais que quem nos lembra os piores horrores do nosso passado recente e para quem devem cansar os 60 anos de paz entre os povos.
Quando se impôs o perdão à Grécia, a canalha conhecia perfeitamente a exposição de Chipre à dívida grega, exposição que implicou a perda de cerca de 4,5 milhões à banca cipriota e a que, certamente, se juntam as habituais patifarias dos banqueiros.
Claro que o perdão à Grécia, se tramou Chipre, safou os bancos alemães intoxicados igualmente com dívida grega, pelo que o perdão não foi uma ação de misericórdia para com os gregos, mas um favor aos bancos de quem manda na Europa.
E como resolver agora o problema de Chipre? Pois nada como, pela calada da noite, como é próprio dos bandidos, ir às poupanças dos cipriotas na forma de depósitos bancários, num confisco que se estima em 5,8 milhões de euros.
O resgate de Chipre faz-se sob a “ajuda” de um valor acima de 10 milhões de euros. A perda com o perdão à Grécia mais o roubo dos depósitos é de mais ou menos aquele valor. Estamos quites, dirão, à conta dos mesmos, sempre os mesmos.
Por cá, já temos novo slogan: Portugal não é Chipre, durmamos descansados. Como se a canalha que já nos lixou até onde sabemos, sem acertar uma, não seja capaz de nova canalhice, como agora aconteceu com Chipre.
Claro que se poderia falar de princípios atraiçoados, de atitudes inqualificáveis, de falta de solidariedade, de quebra de confiança. Mas isso só faria sentido se não estivéssemos perante os maiores canalhas da história, já a rivalizar com Hitler, mesmo que os métodos sejam outros. Porque há muita maneira de ocupar ou anexar um país e de estrangular povos.

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