terça-feira, 19 de março de 2013

O canalha merceeiro


É o mais velho de oito filhos de um carpinteiro e agricultor e de uma costureira.
A formação em química sustenta certamente a sua tendência para pirómano e as tiradas de fogo-de-artifício com que que nos distrai, desde há muito, das suas habilidades e canalhices. Que são muitas.
Mas também é artista ao ponto de convencer muitos de ser um empresário modelo, ele que passou da indústria – e sabe-se com que artes lá chegou – para o imobiliário e a distribuição alimentar, ou seja, arriscar, mas pouco, mas sempre a falar grosso, estilo pedante.
Agora saiu-se com mais uma da sua lavra de pateta, de tonto, de canalha: quanto menos se pagar mais emprego haverá. Talvez convidando a que outros façam como ele fez ao longo da vida, porque não foi o suor que o levou ao terceiro lugar entre os mais ricos do país.
Sabemos para que se engorda um porco. Este canalha, esquecendo as origens, empanturra-se para levar a exploração dos outros aos limites do insustentável. Se o primeiro vai à faca, este que se ponha em frente da bala amiga, pois tresanda mais que o outro, ao ponto de não se poder aguentar.