Agora que se
comemoram os 40 anos da DECO, recuperei do meu arquivo o seu boletim nº 1, de
Maio de 1974. A DECO tinha sido criada cerca de 2 meses antes, salvo erro. E tudo
era diferente, a começar com uma coisa muito comezinha: a defesa dos direitos
dos consumidores não era, então, um negócio, nem se imaginava que o pudesse
ser. Hoje é um negócio, como em negócios privados se tornaram a defesa do
ambiente e a ecologia.
É a vida.
Este boletim
dá conta da adesão da associação aos objetivos do 25 de Abril, ocorrido pouco
depois da sua criação e, em editorial, reafirma os princípios a prosseguir: a
defesa dos “legítimos interesses de todos os consumidores, muito
particularmente das classes trabalhadoras”, mas com recusa de “qualquer espécie
de espírito paternalista e muito menos caritativo”; por outro lado, a DECO
então recusa ainda “qualquer semelhança com um clube duma elite bem alimentada”
e reafirma pretender ser “aquilo que os seus associados quiserem que ela seja”.
Porque de uma associação se tratava de facto e não de uma empresa comercial com
o disfarce de associação como hoje é.
Na altura
seria inconcebível que a DECO, muitos anos mais tarde, fosse capaz, por
exemplo, de levar a cabo campanhas promocionais agressivas como as que se lhe
conhecem, a lembrar mesmo aquilo que condena a outros. Para ter mais assinantes
das suas publicações, não para ter mais associados, figura que deixou de
existir.
Hoje a DECO
prossegue um negócio tão legítimo como outro qualquer. Mas é um negócio que
nunca poderia usar o slogan com que terminava este primeiro número: “a união
faz a força, inscreva-se na DECO”.
Os tempos
eram outros e eu estive lá. E gostei.
2 comentários:
Como associado que ainda sou da Deco, comungo do mesmo pensamento aqui explanado, concordando em mil por cento com as doutas palavras do bloguista.
E sobre isto até poderia aludir vicissitudes pessoais probatórias da dita posição e estado de alma respeitante a esta Empresa Merchandizante, assumindo condutas próprias de (a)PREGoADORES cuja moral no final se traduz a um único pensamento: olhem ao que digo mas não vejam o que eu faço.
Claro que poderá contrapor-se: só está nela quem quer... Que quem está dentro também poderá influenciar, ser interventivo no sentido das suas próprias ideias ou ideais, etc etc. Bem certo! Mas o que está aqui em causa e é inegável é que DECO perdeu gaz. E o seu percurso no campo da ação que não apenas dos princípios padece de alguns desvios que importaria corrigir.
Lamento ter sido ibrigada a pedir a minha demissão de sócia no início deste ano.
Dei autorização para levamtarem a mensalidade e aproveitaram-se da situação para ir juntando panfletos à revista, aumentando a mesada.
Disse que só voltaria com a revista eletrónica, reponderam-me que tal coisa era impossível.
Agora oferecem-me por e.mail, uma Cãmara de Vídeo Digital ... ... ...
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