Não sei se é muito, se é exagerado. Mas é o suficiente para fazer falir um projecto ao fim de dois anos e meio de actividade.
sábado, 29 de novembro de 2008
Desafinação…
Segundo declarações de Macário Correia no Público de ontem, os 32 músicos da Orquestra do Algarve exigem “uma subida na remuneração base na ordem de 81 por cento”, mais “alojamento em hotéis no mínimo de quatro estrelas e um ano de férias em cada período de três anos de trabalho”.
Não sei se é muito, se é exagerado. Mas é o suficiente para fazer falir um projecto ao fim de dois anos e meio de actividade.
Não sei se é muito, se é exagerado. Mas é o suficiente para fazer falir um projecto ao fim de dois anos e meio de actividade.
Actualização dos estipêndios
Mas que andou a fazer até agora?
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Preço ou valor
Recordando um passeio no Tejo...
ARIANE
Ariane é um navio.Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.
Carregado de Sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...
Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.
Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.
MIGUEL TORGA Prisão do Aljube - Lisboa, 1 Jan 1940
Foto amp
A Fenprof manipula e Mário Nogueira não é sério
O líder da Federação de Professores (FENPROF), Mário Nogueira, abandonou a reunião que hoje mantinha com a ministra. Motivo: a ministra não suspendeu a avaliação como era exigência da Fenprop para continuar a negociar.
Mas a Fenprof e Mário Nogueira querem negociar o quê, se exigem a suspensão da avaliação? Resposta: não querem negociar nada. Querem somente deitar abaixo a ministra porque ela insiste que não desiste da avaliação.
Insiste e muito bem. Eu, como pai de dois alunos, quero que os professores deles sejam avaliados pelos seus pares e pelos pais, se possível. Quero saber se são bons, se são pedadogos, se não faltam, meses a fio com atestados médicos que todos sabemos serem falsos, se não metem sucessivos artigos quartos com uma enorme descontracção e sem nenhum problema de consciência, deixando turmas inteiras sem aulas durante horas, dias, meses.
Em todo o sector privado, a avaliação é uma regra há muitos anos. Aqui, nesta empresa, não só avaliamos os nossos subordinados, como eles nos avaliam e nós avaliamos os nossos superiores, inclusive o director-geral da empresa. Porque carga de água é que os professores, que passam o ano a avaliar milhares de alunos, não podem ser avaliados?
Para descredibilizar o processo, há escolas que transformaram a avaliação em manuais de mais de 30 páginas. E Mário Nogueira, que assinou um acordo com a ministra antes do Verão para prosseguir o processo de avaliação, rompeu-o sem nenhuma justificação credível.
A Fenprof é contra o processo, mas não sugere nada em alternativa. O que quer é uma avaliação de faz de conta, em que os bons e os maus professores são todos avaliados de forma positiva, o que é uma injustiça para os bons e um prémio para os maus. É isto que os professores querem? Não sei. Mas sei que é isto que a Fenprof e Mário Nogueira querem.
A Fenprof e Mário Nogueira não defendem um sistema de ensino melhor. Defendem os maus professores, os calões, os relapsos, os incompetentes. Defendem o pior que existe no ensino, os seus vícios, os seus erros, o descalabro provado através de estatísticas do ensino secundário em Portugal nos últimos 30 anos. É este o resultado das suas posições. E será este o resultado dos próximos 30 anos se a Fenprof e Mário Nogueira conseguirem manter o sistema de ensino sem uma avaliação séria e credível.
A Fenprof e Mário Nogueira são os principais responsáveis da mediocridade do ensino secundário em Portugal.
Nicolau Santos, Expresso
19-11-2008
A desfaçatez...
Ai era o modelo da ministra?
Ali ao lado, num canal, acabo de ouvir ao vivo: é o modelo e o estatuto da carreira docente. Há que acabar com a categoria de professor titular e as quotas.
Tudo a marchar ao mesmo ritmo, visando o mesmo objectivo. O topo da carreira para todos, como garantia.
Tudo aos ungidos do Senhor, embora pagando o contribuinte. E, dizem, a bem da escola pública.
Como conservar...
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Isto sim, é modelo sem tretas...
Quem tiver estado atento a Mário Nogueira nos últimos tempos (por exemplo, na entrevista recente de Constança Cunha e Sá), ouviu-o certamente garantir que a Fenprof tem apresentado vários projectos de avaliação dos professores. Afinal, só existe um projecto, reproduzido em dois desdobráveis (link).O mesmo Mário Nogueira prometeu há dias que iria reformular o projecto (o dos desdobráveis), apresentando uma alternativa ao modelo simplificado aprovado em Conselho de Ministros. Afinal, também não o fará:
Admitindo que esta é a última palavra da Fenprof sobre a avaliação, vale a pena conhecer a forma como Mário Nogueira quer que os professores sejam avaliados.A avaliação constaria de quatro passos:
1º passo — auto-avaliação, também designada por “auto-análise”, “deverá (…) partir do próprio avaliado” e culmina numa proposta de classificação feita pelo próprio;2º passo — co-avaliação, em que todos os professores são simultaneamente avaliadores e avaliados, fórmula que “resolve o problema do reconhecimento da autoridade do avaliador uma vez que há a co-responsabilização de todos os pares”;3º passo — aferição processual da avaliação de desempenho, em que são aprovadas as propostas de classificação elaboradas pelos avaliados;4º passo — avaliação externa da escola, “dirigida à escola e não ao professor (…), em ordem a promover a sua qualidade.”Se o leitor quiser aferir a consistência da proposta da Fenprof, o melhor é mesmo lê-la. Para ser franco, duvido que tenha sido elaborada por professores, atendendo aos momentos quase hilariantes que a sua leitura proporciona. Para estimular a curiosidade do leitor, eis o primeiro parágrafo da proposta:
1º passo — auto-avaliação, também designada por “auto-análise”, “deverá (…) partir do próprio avaliado” e culmina numa proposta de classificação feita pelo próprio;2º passo — co-avaliação, em que todos os professores são simultaneamente avaliadores e avaliados, fórmula que “resolve o problema do reconhecimento da autoridade do avaliador uma vez que há a co-responsabilização de todos os pares”;3º passo — aferição processual da avaliação de desempenho, em que são aprovadas as propostas de classificação elaboradas pelos avaliados;4º passo — avaliação externa da escola, “dirigida à escola e não ao professor (…), em ordem a promover a sua qualidade.”Se o leitor quiser aferir a consistência da proposta da Fenprof, o melhor é mesmo lê-la. Para ser franco, duvido que tenha sido elaborada por professores, atendendo aos momentos quase hilariantes que a sua leitura proporciona. Para estimular a curiosidade do leitor, eis o primeiro parágrafo da proposta:
“O saber profissional constrói-se dentro das regras e dos conhecimentos que os próprios profissionais geram ou dominam. Deste modo, é inviável avaliar contra os docentes, é inviável avaliar desvirtuando o princípio primeiro da qualidade educativa em nome de interesses sociais ou políticos externos à educação. A avaliação do desempenho docente só será credível e reconhecida se orientada para a melhoria efectiva do desempenho, se tiver no seu horizonte o desenvolvimento e o progresso das instituições e das nações e, nesse sentido, ela terá de ser intrínseca aos professores e educadores, participada e co-construída pelos próprios.”
Miguel Abrantes, do blogue Câmara Corporativa
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Até as galinhas vêm ao tema...
terça-feira, 25 de novembro de 2008
O Azereiro citado hoje...
... na Câmara Corporativa.
Viagens na Minha Terra
• A. Moura Pinto, Olha o Público…
• Carlos Lourenço, A brincar, a brincar...
• Eduardo Pitta, A QUEDA DO BPP
• João Tunes, ESTÁ QUASE TUDO NAS TESES, O QUE FALTA ESTÁ NA INTERNET
• Hugo Mendes, O monstro e o sapo e A subtileza do costume
• Miguel Carvalho, O Muro de Berlim acabou de cair ou o Público sempre em cima do acontecimento
• Miguel Marujo, "Por exemplo, olhem para os meus amigos Oliveira e Costa e Dias Loureiro"
• M. Ferrer, A Fenprof também domestica criancinhas
• Palmira F. Silva, A Origem das espécies
• Paulo Côrte-Real, alpha male
• Paulo Ferreira, Na Madeira tudo normal na Paz de Belém
• Pedro Sales, O culpado do costume
• Rui Pena Pires, Escolhas capturadas pelo medo
• Tino, Premiar o mérito e ORAM 2009 pouco sério
• Valupi, O BPN e os divórcios
• Vital Moreira, "Não há dinheiro para nada"
Viagens na Minha Terra
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O modelo de avaliação? São tretas!
Enquanto a matemática esteve ao cuidado dos filósofos, aquela pouco avançou. Aliás, nem era assim tão importante, lá pela Escola de Eleia.
No entanto, quase juro, nenhum filósofo, então, diria de um modelo de avaliação que são tretas, como o ar mais convicto, como se para quem o ouvisse isso bastasse: que são tretas. Mas foi isso que alguém afirmou no “Pós e Contras” de ontem. Para um professor de filosofia, repete-se, o modelo é um conjunto de tretas. E ponto. Podemos passar adiante.
A filosofia já era a ciência de todas as ciências, a sabedoria, mesmo quando Zenão, teimando com a sua teoria da redução ao absurdo, insistia que nunca Aquiles apanharia a tartaruga. Porque era assim, com este e outros paradoxos, que se pretendia defender ser o universo eterno e imutável e o ser uno, contínuo e indivisível. E não são, sabe-se desde há muito.
O método de refutação de Zenão era estritamente formal. Mas não refutava as teorias alheias dizendo que eram… tretas.
Só a lesão do calcanhar de Aquiles permitiria, eventualmente, a vitória da tartaruga, mas isso não era um dado deste paradoxo de Zenão. E muito menos… tretas. Que um filósofo sempre foi muito mais exigente.
No entanto, quase juro, nenhum filósofo, então, diria de um modelo de avaliação que são tretas, como o ar mais convicto, como se para quem o ouvisse isso bastasse: que são tretas. Mas foi isso que alguém afirmou no “Pós e Contras” de ontem. Para um professor de filosofia, repete-se, o modelo é um conjunto de tretas. E ponto. Podemos passar adiante.
A filosofia já era a ciência de todas as ciências, a sabedoria, mesmo quando Zenão, teimando com a sua teoria da redução ao absurdo, insistia que nunca Aquiles apanharia a tartaruga. Porque era assim, com este e outros paradoxos, que se pretendia defender ser o universo eterno e imutável e o ser uno, contínuo e indivisível. E não são, sabe-se desde há muito.
O método de refutação de Zenão era estritamente formal. Mas não refutava as teorias alheias dizendo que eram… tretas.
Só a lesão do calcanhar de Aquiles permitiria, eventualmente, a vitória da tartaruga, mas isso não era um dado deste paradoxo de Zenão. E muito menos… tretas. Que um filósofo sempre foi muito mais exigente.
O charme segundo Camus
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Educar para a cidadania...
Um texto que corre entre professores, um bom exemplo para os alunos.
E se ficarem bloqueadas as aplicações de processamento de salários? E a democracia já foi suspensa?
«Dar à Sra. Ministra um pouco do seu veneno...
Colegas,
A Sra Ministra está a pôr à prova a nossa união. Como devem saber, já começámos a receber as indicações para utilizar a aplicação informática on-line para mandar os objectivos individuais.Eu sou amigo de um dos engenheiros informáticos que criaram esta aplicação naquela altura [Governo PSD/CDS] que houve problemas com os concursos. Lembram-se?Então, é assim: podemos devolver o presente envenenado à Sra. Ministra. Como?Simplesmente bloqueando a aplicação. E para isso basta introduzir três vezes a password de forma errada. Se todos o fizermos, o ME fica com um problema: 140 000 aplicações bloqueadas. Bloqueadas para a avaliação, para os concursos, para tudo... Para melhorar a situação, os engenheiros informáticos que criaram a aplicação já não trabalham para o ME.No meu agrupamento, vamos fazê-lo todos juntos. Vamos ligar um computador à net no bar e um por um, com os outros como testemunhas, vamos bloquear a nossa aplicação.Passem este esta informação, via e-mail e, se entenderem fazê-lo, melhor. Vamos dar à Sra. Ministra um pouco do seu veneno.Continuemos unidos e ninguém nos vencerá.
Vamos vencer a ditadura.»
Espaço das Aguncheiras
Sei da sua existência desde há poucos dias, num jantar da tertúlia Vá.Vá.diando, através de quem dá tudo por este projecto de descentralização cultural: São José Lapa e a filha Inês Lapa Lopes.
Agora é forçoso que vá até lá na primeira oportunidade.
O seu blogue, com link aqui à direita, explica como chegar a este espaço, a caminho do Cabo Espichel. E vale bem a pena correr este blogue. Uma delícia.
Uma boa proposta...
Por exempo
A ESCOLA ADRIANO ZENÃO, pública, tem cerca de 500 alunos do ensino básico e secundário. Pertence à autarquia. O director da escola, Dr. Fabrício, é gestor, especialista em administração escolar e principal responsável pela escola. Foi nomeado pelo Conselho Escolar, sendo este composto por um terço de professores, um terço de pais de alunos e um terço de membros da comunidade (autarcas, empresários e outros). O contrato do director tem a duração de cinco anos e pode ser renovado. A sua nomeação ocorreu após um processo de selecção iniciado um ano antes. A aprovação do seu contrato teve de obter pelo menos dois terços dos votos do Conselho Escolar. O director é assessorado pelo Conselho de Gestão, formado por ele, um técnico e dois professores. Estes três membros do conselho de gestão foram nomeados, sob proposta sua, pelo Conselho Escolar. O Conselho Pedagógico, formado por cinco professores, ocupa-se das matérias exclusivamente desse foro. Há vários planos, muito flexíveis, de organização dos docentes por turma, ano ou disciplina, de modo a permitir a boa informação e a coordenação de certos assuntos. O Conselho Disciplinar é formado pelo director, um professor e um membro da Associação de Pais. O Regulamento disciplinar é elaborado pelo director da escola e aprovado pelo Conselho Escolar. Este último, presidido pelo Dr. Julião Bruno, representante da Associação de Pais, nomeia o director e aprova os orçamentos e relatórios anuais, o plano estratégico de desenvolvimento e os regulamentos, mas não interfere no dia-a-dia da escola, nem nos processos de avaliação ou de recrutamento. Este foi o modelo próprio, construído pela escola. É diferente do de outras e parecido com o de umas tantas..O Ministério da Educação não tem qualquer intervenção directa na escola. Mas os seus inspectores visitam-na duas vezes por ano e elaboram relatórios que entregam ao Ministério e à autarquia. Além disso, o Ministério estabelece o currículo nacional que ocupa cerca de 75 por cento das matérias disciplinares. Os restantes 25 por cento são decididos pelo conselho escolar, sob proposta do conselho pedagógico. Para as disciplinas do currículo nacional, a escola organiza os exames de acordo com as regras gerais em vigor para todo o país. Mas a avaliação permanente dos alunos, com ou sem exames, depende exclusivamente da escola que aplica os métodos que julga mais convenientes. O Ministério da Educação tem ainda a responsabilidade de estabelecer anualmente os “rankings” das escolas. Por outro lado, pode intervir, com poderes excepcionais, cada vez que se verifique, na escola e na autarquia, uma crise irremediável de que os alunos são as primeiras vítimas..O financiamento público é garantido pelo Ministério, através da autarquia, no quadro de um plano trienal. A escola recebe um orçamento anual, que tem de gerir livremente, não podendo jamais ultrapassar as verbas atribuídas, pois o Ministério está proibido de acrescentar o que quer que seja. A autarquia tem a seu cargo as despesas extraordinárias e imprevistas. A comunidade, sobretudo as empresas, contribui igualmente. Os empregadores da região fazem sugestões sobre cursos e especialidades que a escola pode criar e que têm utilidade para as actividades locais. As despesas de carácter social (bolsas de estudo, apoios alimentares e outros subsídios) dependem da autarquia, que recorre a fundos próprios e a dotações do Instituto de Acção Social..Os professores, várias dezenas, pertencem aos quadros da escola. A quase totalidade exerce lá a sua profissão há mais de três anos. Muitos fazem-no há mais de quinze. Os novos professores são recrutados anualmente pela escola, seja através de concursos específicos, seja, em certos casos, directa e pessoalmente. Os novos contratos, com duração nunca inferior a três anos (a não ser a pedido do professor e em caso de emergência), são aprovados pelo Conselho de Gestão, sob proposta do director. Após os primeiros contratos cumpridos, os professores podem obter a nomeação definitiva, tendo para isso que prestar provas. A avaliação dos professores é feita regularmente e ao longo de todo o ano pelo Conselho Pedagógico, pelo Conselho de Gestão e pelo Director. Do processo de cada professor podem constar elementos com origem diversa, incluindo apreciações do Conselho Escolar e dos Inspectores do Ministério, assim como os resultados das provas prestadas e o registo de assiduidade. Esta avaliação, permanente, exclui as “grelhas”, os “projectos individuais” e outros formulários abstrusos. Cada professor redige um relatório anual das suas actividades e dos seus resultados, a que acrescenta uns parágrafos com sugestões de melhoramento e opiniões sobre o funcionamento da escola. A decisão última relativa à avaliação depende do Director da Escola..Há várias modalidades de participação dos pais, seja através dos órgãos representativos, com funções e poderes reais, seja por intermédio das reuniões com os professores, regulares mas relativamente informais, durante as quais se tratam dos múltiplos problemas da vida quotidiana da escola e dos alunos. Os professores dedicam umas horas por mês a receber individualmente os pais. Os representantes dos pais participam necessariamente na organização de vários aspectos da vida da escola relativos à saúde, ao desporto, à alimentação, à cultura e a outras actividades culturais. A escola fica aberta todos os dias até às 19.00, por vezes 20.00 horas, mantendo em funcionamento, até essa altura, a biblioteca, as oficinas tecnológicas, as salas de estudo, as instalações desportivas e as salas destinadas à música e ao teatro. Por vezes, para certas actividades extracurriculares, a escola fica aberta até às 22.00 horas.
António Barreto, Público, 23-11-08
Nota
Esta escola não existirá, de facto.E, certamente por isso, AB titula a crónica como titulou. Eu sigo a proposta feita.
E já tardava que AB viesse com algo que valesse a pena, nas suas crónicas no Público.
Projecto de Teses...
"1.1.11.2. O reforço da União Europeia como bloco imperialista, sem subestimar as fragilidades e contradições que o processo de integração capitalista na Europa envolve, torna ainda mais clara a natureza de classe da UE como instrumento do grande capital e das grandes potências capitalistas da Europa Ocidental, caindo por terra duas teses centrais com que se pretende enganar as massas: a de que a integração capitalista europeia visaria contrariar os «excessos da globalização», e a que pretende que uma «Política Externa e de Segurança Comum» e respectivos instrumentos militares, tornaria a UE mais segura e um obstáculo ao «unilateralismo» dos EUA. De facto, o que está a verificar-se, e com uma inquietante rapidez, é a intensificação e refinamento das políticas neoliberais orientadas para o aumento da exploração e do poder do grande capital e, no imediato, quer directamente quer via NATO, o reforço da aliança com os EUA e um intervencionismo agressivo cada vez mais ambicioso."
"1.3.8. A luta contra o imperialismo conheceu um desenvolvimento particularmente importante nos últimos anos. A resistência à política de ingerência, agressão e guerra, em particular dos EUA, foi um traço marcante da luta dos povos em defesa da sua soberania e do direito inalienável a decidir dos seus destinos. No Iraque, no Afeganistão, na Palestina, no Líbano, em Cuba e na Venezuela, assim como na Síria, no Irão, na R.D.P. da Coreia, nos Balcãs, na Colômbia ou em Chipre, prosseguem batalhas decisivas para o futuro desses povos e para a estabilidade nas respectivas regiões que merecem a activa solidariedade dos comunistas portugueses. Nelas intervêm forças muito distintas na sua origem, objectivos e formas de luta, mas dispondo de real apoio de massas e convergindo na rejeição de arrogantes e humilhantes imposições externas e na defesa da cultura e soberania nacionais. A luta contra a integração capitalista europeia é parte integrante deste vasto movimento."
"1.3.8. A luta contra o imperialismo conheceu um desenvolvimento particularmente importante nos últimos anos. A resistência à política de ingerência, agressão e guerra, em particular dos EUA, foi um traço marcante da luta dos povos em defesa da sua soberania e do direito inalienável a decidir dos seus destinos. No Iraque, no Afeganistão, na Palestina, no Líbano, em Cuba e na Venezuela, assim como na Síria, no Irão, na R.D.P. da Coreia, nos Balcãs, na Colômbia ou em Chipre, prosseguem batalhas decisivas para o futuro desses povos e para a estabilidade nas respectivas regiões que merecem a activa solidariedade dos comunistas portugueses. Nelas intervêm forças muito distintas na sua origem, objectivos e formas de luta, mas dispondo de real apoio de massas e convergindo na rejeição de arrogantes e humilhantes imposições externas e na defesa da cultura e soberania nacionais. A luta contra a integração capitalista europeia é parte integrante deste vasto movimento."
domingo, 23 de novembro de 2008
Somos uma desgraça...
No entanto, sabia que:
A YDreams combina tecnologia e arte em soluções interactivas de comunicação e é já uma referência para clientes globais?
A YDreams combina tecnologia e arte em soluções interactivas de comunicação e é já uma referência para clientes globais?
A Master Guardian foi a 1ª empresa de alarmes do mundo a integrar designe e tecnologia biométrica?
O software da SISCOG planeia os recursos humanos das redes de caminho de ferro nos países mais avançados da Europa e a SkySoft cria software para sistemas de navegação e de comunicação por satélite para gestão de infra-estruturas rodoviárias ou marítimas?
O Displax da Edigma transforma qualquer superfície num quadro interactivo, ideal para fins comerciais, lúdicos ou didácticos?
A Critical Software desenvolveu o software de integração dos sistemas de informação dos países do espaço Schengen? E que a Vision-Box desenvolveu o software para o novo passaporte europeu?
Outras empresas portuguesas como a Novabase, a Microfil e a NewVision fazem de Portugal uma referência internacional de e.government?
Em Portugal o Simplex passou o tempo médio de criação de uma empresa para 47 minutos?
O Vital Jacket é uma t-shirt que permite a monitorização dos sinais vitais do utilizador?
O fato de banho “mais rápido do mundo”, o LZR RACER, que contribuiu para a conquista de 35 recordes do Mundo em 2008, é feito pela empresa portuguesa
Petratex?
A portuguesa Altitude Software é líder mundial de software para contact centres pelo que não é por acaso que a Cisco, a Fujitsu e a Netjets escolheram Portugal para os seus Centros de Operações e Contacto?
A Logoplaste, líder europeu de embalagens plásticas, e 5ºa nível mundial, produz soluções à medida, nas instalações dos clientes?
O Porto de Sines, com excelentes acessibilidades, moderno e simplificado, é um dos maiores portos de águas profundas da EU?
Parcerias para o futuro é um Programa que já lançou o Laboratório Ibérico Internacional de anotecnologia, em Braga, o Information and Communication Technologies Institute (com a Universidade de Carnegie Mellon), o Collaboratory for Emerging Technologies (com a Universidade de Texas, Austin) e o Programa Fraunhofer Portugal (em colaboração com a Fraunhofer-Gesellschaft)?
42% dos portugueses fala uma 2ª língua e que a Microsoft instalou em Portugal o seu Centro de Desenvolvimento de Linguagem?
A Bial investe 20% da sua facturação em I&D para obtenção de novos fármacos, que o Grupo tem 6 moléculas patenteadas a nível mundial e exporta para mais de 30 países?
Os caiaques Nelo são um caso de absoluta liderança do mercado global e a marca
da empresa portuguesa M.A.R.Kayaks forneceu 80% das embarcações presentes nos Jogos Olímpicos de Pequim e conseguiu 20 das 36 medalhas ganhas na canoagem?
Sediada na Ericeira, a famosa praia de surfistas, e com sucursais na Califórnia e em Bolonha, a NFive detém 75% do mercado global de cartões de identificação?
O Magalhães é o 1ºportátil do mundo especialmente concebido para crianças e é distribuído gratuitamente no ensino público em Portugal e que, ultra-resistente e com controlo de segurança no acesso à internet, está a ser exportado para a Venezuela, Brasil, Angola, Argentina e Cabo Verde?
A Blaupunkt escolheu Portugal e que 75% dos auto-rádios que se vendem na Europa são “made in Portugal”?
A NDrive lançou o primeiro GPS do mundo com fotografias aéreas?
A EDP Energias de Portugal é o 4ºmaior player mundial de energia?
Focada na sustentabilidade, a Amorim contribui para a preservação de milhares de sobreiros, a biodiversidade e o combate à desertificação e que é a maior transformadora mundial de cortiça e exporta para mais de 100 países?
Se situa em Moura a maior central fotovoltaica do mundo?
E, na Póvoa de Varzim, a maior fábrica de painéis solares?
Instalámos o 1º Parque Mundial de Aproveitamento de Energia das Ondas?
Fonte
AICEP
No lugar próprio
"Ao contrário do que muitos defenderam, não havia nenhum cabimento para deixar falar Dias Loureiro na AR. Não existe nenhum direito individual de audição parlamentar, nem havia nenhum processo parlamentar em que a audição se pudesse enquadrar. A AR não pode ser instrumentalizada ao serviço de interesses individuais.Tal como os demais protagonistas, Dias Loureiro deve ser ouvido, sim, no âmbito do inquérito parlamentar que acaba de ser aprovado sobre a gestão do escabroso dossier da SLN e do BPN pelas autoridades públicas competentes, a começar pelo Banco de Portugal. Mas aí vai responder a tudo o que tiver de esclarecer, face aos dados que o inquérito proporcionará, e não somente ao que ele queria dizer. A adivinhar pelo que ficou por dizer na entrevista soft que a RTP lhe prodigalizou, há muita coisa que ele vai ter de explicar..."
Vital Moreira, em Causa Nossa
sábado, 22 de novembro de 2008
Olha o Público…
“Portugal ocupa o oitavo lugar no ranking de um estudo europeu sobre a eficácia do ensino superior em 17 países da OCDE, que aconselha o país a aumentar a formação ao longo da vida e a atrair mais estudantes estrangeiros. O relatório Ranking de sistemas universitários: cidadãos e sociedade na era do conhecimento foi elaborado por três especialistas do Lisbon Council, um centro de estudos sobre assuntos europeus, em Bruxelas. Portugal “situa-se no meio da classificação global em todos os itens”, à frente de países como a França e a Alemanha.”
Uma notícia de primeira página? Querias. Um rectangulozinho no lado esquerdo de uma página par, a 18. Em 21-11-08. Sim, que a primeira página, quanto a ensino, continua arrendadada à Fenprof.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
É pá, é um livro com anacolutos...
“Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto”
Mário de Carvalho
Editora: O campo da Palavra - Caminho
Editora: O campo da Palavra - Caminho
Lidas cerca de 50 páginas de um fôlego, já deu para entender que não faltará mordacidade, cinismo e bom humor nas que ainda faltam. No total são pouco mais que duzentas.
De há tempos para cá, deu-me para ler o último parágrafo de cada livro que inicio. Não sei por quê, são coisas que nos podem acontecer. Mas não deve ser nada grave.
E este livro acaba assim:
“Uma ocasião, Jorge Matos encontrou-o e dirigiu-lhe pela quinquagésima vez a pergunta que todos os comunistas de todo o Mundo já se fizeram, no íntimo, pelo menos quatrocentas vezes: ‘que significa ser comunista hoje?’. Vitorino recolheu-se, sisudo, durante um momento brevíssimo. Depois, abriu um sorriso jovial, de orelha a orelha, e deu-lhe uma palmada sonora nas costas; ‘É pá, tem calma, pá’ disse.
E o Tejo continuou a correr, e os tempos a não haver meio de os parar.”
Eu sei, são dois parágrafos.
Nas páginas lidas, ainda não entraram o Jorge e o Vitorino. Mas que isto vai ser um gozo… isso vai. Pois não é que numa advertência inicial o autor chega a prevenir para o facto de o livro, entre outras coisas, até conter alguns anacolutos?
Sabia lá eu o que era isso. Mas a Wikipedia explica:
“Anacoluto, ou frase quebrada, é uma figura de linguagem que, segundo a retórica clássica, consiste numa irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se começássemos uma frase e houvesse uma mudança de rumo no pensamento - por exemplo, através do desrespeito das regras de concordância verbal ou da sintaxe. Muito frequente na oralidade, onde poderá ser apenas considerado como um erro de construção frásica, num texto escrito dá a sensação de espontaneidade. Na frase de Almeida Garrett "Eu, também me parece que as leio, mas vou sempre dizendo que não", o termo "eu" é posto em destaque, desligado dos outros elementos sintáticos - no resto da frase, através de uma elipse (o "eu" passa a estar apenas subentendido).
Da mesma forma, em "a minha roupa, levo-a sempre àquela lavandaria", frase típica do discurso oral, o termo "a minha roupa" aparece desligada do resto da frase, onde é substituído por um pronome.” Etc…
A Byblos fechou ontem...
Uma área com 3.300 metros quadrados, um fundo editorial com mais de 150.000 títulos.
Fechou ontem, talvez muito por culpa da sua localização, escolha pouco feliz.
E acabaram as minhas idas, papel na mão junto aos ecrâs tactéis e que, comodamente, permitiam a localização exacta dos livros a comprar.
Havia ali quase tudo, bem ao contrário daquilo em que se transformaram outras livrarias que só exibem o que as editoras pagam para que nos seja atirado aos olhos, tal e qual um supermercado. Apenas novidades do momento.
A Byblos era bem diferente, com os seus 150.000 títulos. Livros de hoje e, sobretudo, de sempre.
E acabaram também outras iniciativas diárias de acesso livre, num espaço bem simpático.
Há coisas que deveriam ser proibidas, como saber que não voltarei a receber neste PC a Newsletter semanal da Byblos.
Momento...
Sei os teus seios.
Vitoriosos já,
Com donaire avançam os teus seios,
Seios que vão à escola p’ra de lá saírem
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Pouso a cabeça no teu seio
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p'la manhã?
Quantas vezes
Interrogastes, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios!
Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em deseperadas, quarentonas lágrimas…
Seios fortes como os da Liberdade-
Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola p’ra de lá saírem
Direitinhos p’ra casa…
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer…
O amor excessivo dum poeta:
“E hei-de mandar fazer um almanaque
da pele encadernado do teu seio”
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botirrafas
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
“Oculta, pois, oculta esses objectos
Altares onde fazem sacrifícios
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos
”Raimundo Lúlio, a mulher casada
Que cortejastes, que perseguistes
Até entrares, a cavalo, p’la igreja
Onde fora rezar,
Mudou-te a vida quando te mostrou
(”É isto que amas?”)
De repente a podridão do seio.
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios…
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
Rabujando,
A pretexto de chá…
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou…
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser
Alexandre O’Neill
Foto amp
Sob o signo da geometria...
Na geometria das tuas nádegas
minhas unhas aprendem o ritmo
da arquitectura natural da curva.
Deslizo nelas meu júbilo.
Quem inventou a magia desse lado?
E a quem cabe extinguir as nádegas
se nelas há a geometria do mundo
o homem busca os tons da parábola
e a mulher não ignora esse destino?
De nádegas o que o homem aprende
é estar nelas onde elas sabem
jungi-lo no que são:
amuleto nos olhos
liturgia das mãos
ou estar-lhes em cima.
José Craveirinha
Foto amp
Sejamos sérios…
Era a burocracia, a avaliação por quem não era da mesma área científica, a avaliação a depender do nível do abandono escolar, a avaliação em sala. A ministra cedeu e vai apresentar procedimentos nesse sentido aos parceiros.
Mas valerá a pena?
Não me parece. Porque já temos novos argumentos: a divisão dos professores entre titulares e não titulares; a avaliação deveria, sobretudo, focar-se mais na identificação de problemas a resolver que na progressão na carreira; o modelo não garante a isenção do avaliador face ao avaliado. E o que mais se verá que não se ficará por aqui, enquanto houver modelo de avaliação.
Ora vejamos:
1. A prova de que o estabelecimento de dois níveis na carreira – na função pública há mais níveis – faz sentido é que, quem preencheu os requisitos, se candidatou a professor titular. Ou seja: houve professores que quiserem, como factor distintivo, serem rotulados de titulares. E ninguém a isso os obrigou mas, se calhar, agora são olhados de lado pelos seus pares, por quem não é titular, quais ovelhas ranhosas.
2. Por outro lado desde sempre se percebeu que o que não se queria, com ou sem avaliação, é que se mexesse nas condições em que se progredia na carreira e para o que, quanto a exigências, era nada ou quase nada.
3. E temos agora uma ingenuidade: a de professores admitirem que os seus pares avaliadores não serão isentos. A acusação não me respeita, mas eu não reagiria bem a estas ofensas.
Já deu para entender ao que se anda, o que de facto se pretende. É que a avaliação se fique por um modelo sem consequências, isto é, que não permita premiar o mérito, que deixe tudo como está.
A bem da escola, dos alunos e dos professores. Do país. E parece que devemos agradecer tal graça.
Mas valerá a pena?
Não me parece. Porque já temos novos argumentos: a divisão dos professores entre titulares e não titulares; a avaliação deveria, sobretudo, focar-se mais na identificação de problemas a resolver que na progressão na carreira; o modelo não garante a isenção do avaliador face ao avaliado. E o que mais se verá que não se ficará por aqui, enquanto houver modelo de avaliação.
Ora vejamos:
1. A prova de que o estabelecimento de dois níveis na carreira – na função pública há mais níveis – faz sentido é que, quem preencheu os requisitos, se candidatou a professor titular. Ou seja: houve professores que quiserem, como factor distintivo, serem rotulados de titulares. E ninguém a isso os obrigou mas, se calhar, agora são olhados de lado pelos seus pares, por quem não é titular, quais ovelhas ranhosas.
2. Por outro lado desde sempre se percebeu que o que não se queria, com ou sem avaliação, é que se mexesse nas condições em que se progredia na carreira e para o que, quanto a exigências, era nada ou quase nada.
3. E temos agora uma ingenuidade: a de professores admitirem que os seus pares avaliadores não serão isentos. A acusação não me respeita, mas eu não reagiria bem a estas ofensas.
Já deu para entender ao que se anda, o que de facto se pretende. É que a avaliação se fique por um modelo sem consequências, isto é, que não permita premiar o mérito, que deixe tudo como está.
A bem da escola, dos alunos e dos professores. Do país. E parece que devemos agradecer tal graça.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Avaliação, segundo elas...
O que se ouve aqui http://br.youtube.com/watch?v=a5Sv1kh0sSQ é bem elucidativo.
Avaliação entre pares? A favor da avaliação?
Sim, na condição de ser baseadas numas reflexões individuais e em conjunto, nuns relatórios. Porque se trabalha em colaboração e tudo resulta.
Ficção? Não, o que agora é proposto é que é “fictício”.
Depois temos uma titular que se candidatou para o efeito, mas que parece que a isso foi obrigada. Nisso quis ser diferente, ainda que aparentemente arrependida.
Mas descansemos que, primeiro, estão os alunos, pois elas adoram a criançada.
Numa mesa redonda entre professores acabada de passar na SIC Notícias, fez-se alguma luz sobre o assunto, ficando-se a saber que é nas escolas onde o processo está mais adiantado que o clima é de cortar à faca… nas salas de professores. Porque agora há mesmo que avaliar, já não se trata de elaborar as tais fichas. E a tensão, entre avaliadores e avaliados, sobe, com as consequências que se adivinham. Por isso também é enorme a urgência em fazer rebentar com o processo. Porque nalgumas escolas tudo está pronto para avançar.
Claramente uns querem, outros não. E não é difícil perceber as razões de uns e de outros. Uns querem ser diferentes, outros insistem em que todos sejam iguais.
Avaliação entre pares? A favor da avaliação?
Sim, na condição de ser baseadas numas reflexões individuais e em conjunto, nuns relatórios. Porque se trabalha em colaboração e tudo resulta.
Ficção? Não, o que agora é proposto é que é “fictício”.
Depois temos uma titular que se candidatou para o efeito, mas que parece que a isso foi obrigada. Nisso quis ser diferente, ainda que aparentemente arrependida.
Mas descansemos que, primeiro, estão os alunos, pois elas adoram a criançada.
Numa mesa redonda entre professores acabada de passar na SIC Notícias, fez-se alguma luz sobre o assunto, ficando-se a saber que é nas escolas onde o processo está mais adiantado que o clima é de cortar à faca… nas salas de professores. Porque agora há mesmo que avaliar, já não se trata de elaborar as tais fichas. E a tensão, entre avaliadores e avaliados, sobe, com as consequências que se adivinham. Por isso também é enorme a urgência em fazer rebentar com o processo. Porque nalgumas escolas tudo está pronto para avançar.
Claramente uns querem, outros não. E não é difícil perceber as razões de uns e de outros. Uns querem ser diferentes, outros insistem em que todos sejam iguais.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Suspenda-se a democracia, diz ela
"Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se”, observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: “E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia”.
“Agora, em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar – porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos”, completou Manuela Ferreira Leite.
Temos então quê, reformas em democracia, só aquelas que não coloquem em causa interesses corporativos. Que reformas serão? Ou, então, forçoso é que se suspenda a democracia, como condição para que as reformas sejam possíveis.
Era atacada por estar calada. Agora é o que se vê: discordância quando ao modesto valor proposto para o salário mínimo nacional, reclamação para que as notícias não correspondam aos critérios editoriais dos meios de comunicação, mas àqueles que interessem a cada grupo, xenofobia quando argumenta que as obras públicas dão apenas, ou sobretudo, emprego a ucranianos e cabo-verdianos.
“Agora, em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar – porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos”, completou Manuela Ferreira Leite.
Temos então quê, reformas em democracia, só aquelas que não coloquem em causa interesses corporativos. Que reformas serão? Ou, então, forçoso é que se suspenda a democracia, como condição para que as reformas sejam possíveis.
Era atacada por estar calada. Agora é o que se vê: discordância quando ao modesto valor proposto para o salário mínimo nacional, reclamação para que as notícias não correspondam aos critérios editoriais dos meios de comunicação, mas àqueles que interessem a cada grupo, xenofobia quando argumenta que as obras públicas dão apenas, ou sobretudo, emprego a ucranianos e cabo-verdianos.
“Isto é muito clarinho…”
... afirma ele, para quem é questão fechada que o modelo de avaliação dos professores seja suspenso. Aliás: deitado para o caixote do lixo porque, o que ficar suspenso, corre o risco de ainda cair em cima de alguém. E isso não é o que se pretende.
E como a ministra faz questão de o manter, então, adianta, haja quem resolva o conflito, mexendo na equipa ministerial. A contento de quem representa, claro. Nem mais.
Como se se estivesse entre iguais no que à legitimidade respeita. Como se a política da educação ficasse agora ao cuidado dos sindicatos, mas não do governo que, para o efeito, representa todos e não apenas alguns, como é corolário do voto.
Ora, se fosse assim, votava-se nas legislativas para quê? Para, depois de escolhido um partido, aprovado um programa na AR, virem os sindicatos dizer que isso do voto, da escolha maioritária, não vale de nada?
Como diz o outro, que raio de democracia seria esta? E radical é quem?
E como a ministra faz questão de o manter, então, adianta, haja quem resolva o conflito, mexendo na equipa ministerial. A contento de quem representa, claro. Nem mais.
Como se se estivesse entre iguais no que à legitimidade respeita. Como se a política da educação ficasse agora ao cuidado dos sindicatos, mas não do governo que, para o efeito, representa todos e não apenas alguns, como é corolário do voto.
Ora, se fosse assim, votava-se nas legislativas para quê? Para, depois de escolhido um partido, aprovado um programa na AR, virem os sindicatos dizer que isso do voto, da escolha maioritária, não vale de nada?
Como diz o outro, que raio de democracia seria esta? E radical é quem?
Um charmoso pirata
É uma figura controversa no meio cinematográfico. Mas muito lhe deve o cinema português, sobretudo como produtor e exibidor.
Pessoalmente devo-lhe a possibilidade de ainda ser possível ver filmes de qualidade em salas sem o ruído do mastigar das pipocas e do sorver da coca-cola. Porque ali tal é expressamente proibido.
Não seria qualquer um a dar à luz um festival como o Estoril Film Festival, com a oportunidade de termos entre nós Bernardo Bertolucci, entre outros. Bertolucci não resistiu ao convite daquele que considera “o mais charmoso dos piratas portugueses”.
E Paulo Branco, fisionomicamente, faz jus a isso. Um charmoso pirata.
Pessoalmente devo-lhe a possibilidade de ainda ser possível ver filmes de qualidade em salas sem o ruído do mastigar das pipocas e do sorver da coca-cola. Porque ali tal é expressamente proibido.
Não seria qualquer um a dar à luz um festival como o Estoril Film Festival, com a oportunidade de termos entre nós Bernardo Bertolucci, entre outros. Bertolucci não resistiu ao convite daquele que considera “o mais charmoso dos piratas portugueses”.
E Paulo Branco, fisionomicamente, faz jus a isso. Um charmoso pirata.
Uma campanha alegre…
Em geral, sem que perceba por quê, é rotulado de “dirigente histórico”, de “consciência moral”. Pontualmente, e ultimamente mais que nunca, aparece apenas para as bicadas ao governo que era suposto apoiar ou, no mínimo, não ostracizar. E isto parece ser condição para quem foi candidato a deputado, sempre eleito, desde 1974. Graças a um partido que agora acusa de se ter transformado numa “máquina eleitoral, numa máquina de poder”.
O problema é do PS e de Alegre. Mas eu era capaz de sugerir o seguinte: Alegre candidatava-se em lugar claramente não elegível, recusando o privilégio de que gozou até agora, de ser o primeiro ou dos primeiros nas listas, com eleição garantida. Depois, só teria que fazer pela vida, dispensando a tal máquina eleitoral.
Se for o caso, serei o primeiro a dar-lhe os parabéns.
O problema é do PS e de Alegre. Mas eu era capaz de sugerir o seguinte: Alegre candidatava-se em lugar claramente não elegível, recusando o privilégio de que gozou até agora, de ser o primeiro ou dos primeiros nas listas, com eleição garantida. Depois, só teria que fazer pela vida, dispensando a tal máquina eleitoral.
Se for o caso, serei o primeiro a dar-lhe os parabéns.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O azereiro (Prunus lusitanica L.)
É uma espécie autóctone, relativamente rara em Portugal e, por isso, objecto de protecção a nível nacional e comunitário, pertencendo à família das Rosáceas.
Há quem defenda como centro de origem do azereiro a Península Ibérica e Marrocos.
Porque se trata de uma relíquia da floresta laurisilva, ao azereiro atribui-se um elevado valor científico, igualmente tendo em conta a sua adaptação ao meio e contributo para a manutenção do equilíbrio ecológico e sustentabilidade dos ecossistemas, e daí a sua utilização em parques e jardins em substituição de espécies exóticas porque mais agressivas e danosas.
Há quem defenda como centro de origem do azereiro a Península Ibérica e Marrocos.
Porque se trata de uma relíquia da floresta laurisilva, ao azereiro atribui-se um elevado valor científico, igualmente tendo em conta a sua adaptação ao meio e contributo para a manutenção do equilíbrio ecológico e sustentabilidade dos ecossistemas, e daí a sua utilização em parques e jardins em substituição de espécies exóticas porque mais agressivas e danosas.
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