Carlos Magno (CM) nunca foi um exemplo de jornalista de contrapoder,
uma consciência crítica da opinião pública, muito longe disso. Sempre se
acomodou aos do poder. É certamente isso que explica, por exemplo, que lhe tenham colocado um
canal de tv na mão – a NTV – com uma longa gestação e que CM dizia não ir ser apenas isto
mas também aquilo, ou antes pelo contrário. CM não tinha nenhuma experiência de
televisão e a NTV nas suas mãos não foi além de meia dúzia de horas de emissão.
Depois foi uma série de crónicas engraçadinhas, as conversas
moles na RDP com Carlos Amaral Dias, admito que para suplício do convidado. E
ia ensinando, arvorado que foi em professor de jornalismo.
E temo-lo agora na ERC, mansamente escolhido pelo poder,
embora CM faça questão de, nas suas funções ercistas, puxar da sua pistola de
jornalista, com isso aparentando dar a entender que está inchado de
independência e de idoneidade - não falemos de competência, para não complicar - no exercício das suas funções. Mas a realidade desmente-o,
sobretudo nas duas liberações com impacto mais mediático: o caso Rosa Mendes /
RDP e o caso Relvas / Público.
Neste último caso, o jornalista Carlos Magno votou a favor
de uma deliberação que os seus colegas do Público consideram vazia. E mais: uma
deliberação que iliba Relvas com o pretexto de não terem sido exercida “pressões
ilícitas” quando o que estava em causa era uma avaliação ética do comportamento de um
ministro que, com a agravante de tutelar a comunicação social, exerceu de facto
pressões sobre um jornal, pouco importando que sejam lícitas ou ilícitas.Exerceu pressões. Ponto.
Apesar de as ter como pressões inadmissíveis, CM iliba o
ministro que tentou condicionar a linha editorial do jornal ao recusar condenar
tais pressões.
E não se venha com a desculpa que a deliberação é da ERC e
não de Magno. Ele, que faz questão de se afirmar jornalista, votou a favor da
deliberação, colocou ao mesmo nível as acusações dos jornalistas e da direção do Público, dos
seus camaradas – caso tenha deles essa deferência - e a defesa de um ministro conhecido
pelas suas trapalhadas, pela sua falta à verdade noutras circunstâncias.
Com esta ERC de Carlos Magno o poder pode dormir descansado.
Magno está longe de os ter no sítio.
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