A tia Mónica é conhecida pela profundidade das suas
análises, pela originalidade das suas investigações. Pelo descontrolo do seu discurso.
Mónica já tem carradas de razões para ficar na história do
anedotário nacional, com tiradas do género “Sou de esquerda porque não sou de
direita” ou “Os meus heróis são do liberalismo clássico, eu descendo desse
liberalismo”.
Ora, anda pelo Público uma contenda entre dois
historiadores: Rui Ramos, assumidamente de direita e Manuel Loff, claramente de
esquerda. Este iniciou a polémica acusando o primeiro de branquear, na sua
História de Portugal, a ditadura salazarista, o fascismo português. Ramos já
reagiu de forma original para um historiador, ao escolher a via da vitimização.
Mas isto não vai ficar por aqui, pois o tal de Fernandes,
que quase dava cabo do jornal, já ameaçou que também virá a terreiro, ao lado
de Ramos. Mas antes dele veio a tia Mónica, com a lata e ousadia próprias de
uma preconceituosa capaz de se meter onde não é chamada e, como muitas vezes
lhe acontece, sem se dar ao cuidado de reler o que escreve, antes do
imprimatur. Uma tonta.
Comecemos pelo título da crónica. Mónica, sem apresentar
uma, titula o texto por “Loff e as suas mentiras”. Descasca em Loff, chama-lhe
nomes, mas não apresenta um exemplo para as mentiras de que acusa Loff no
título dado à crónica.
Pior. Mónica escreve “Nunca ouvira falar de Manuel Loff…” mas
repentinamente, depois de o ler a denunciar Ramos, decide que ele não será
historiador mas sim “militante”, um“estúpido” , um “fanático” que, afirma
Mónica, teve a ousadia de “caluniar” Ramos. Mónica, sim, é incapaz de caluniar.
A obra de Ramos tem para Mónica duas virtudes: foi por ela
lida do princípio ao fim e, atenção, vendeu milhares de exemplares, tudo a
fazer da obra uma intocável vaca sagrada.
Por fim, uma lamentação que fica bem a uma cabeça que ficou
parada lá muito atrás: que o Público tenha publicado a crónica do seu habitual
colaborador, e terminando com esta pérola: “Só tenho pena que o meu jornal
tivesse sido o veículo através do qual um “historiador” medíocre tenha podido
mentir com impunidade”. E isto quando estou farto de merdas sobre a forma de
crónicas de Mónica quer no Público, quer no Expresso. Porque a liberdade de
expressão também serve para isto: podermos sorrir, com compaixão, de certa
gente. Que não se enxerga. Como é o caso da tia Mónica.
2 comentários:
Segundo a teoria da tia, que até tem ar de possidónia, como toda a gente sabe, um homem bonito é um bom governante.
Não sei como é que depois de pensar tanto, aquela cabecinha cabeluda não entrou em combustão.
Ah! Já sei: para haver combustão é preciso haver oxigénio.
Segundo a teoria da tia, que até tem ar de possidónia, como toda a gente sabe, um homem bonito é um bom governante.
Não sei como é que depois de pensar tanto, aquela cabecinha cabeluda não entrou em combustão.
Ah! Já sei: para haver combustão é preciso haver oxigénio.
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