Uma revolução pacífica e consequente assenta em cabeças, não
nas armas ou na força. Sabemos bem quais as cabeças a que se deve uma
revolução pacífica e consequente como foi o 25 de Abril.
E uma coisa parece caracterizar tais cabeças: não foram
longe nas suas carreiras, algumas foram convidadas a sair e a outras foi mesmo
negada a comezinha justiça, por aqueles que a tais cabeças deviam o poder e a
promoção social por si alcançados.
Mas houve quem, apenas conhecido pelo seu mero militarismo,
sem uma ideia conhecida, tenha sido premiado de forma vergonhosa, bastos anos
depois de ter optado por uma atividade profissional bem mais rentável e para o
que lhe eram úteis as tais virtudes militaristas. E chegou ao topo, embora com
negação de mérito para tanto por parte de alguns dos seus camaradas mais
próximos, aqueles a quem muito se deve.
Mas o mito estava criado e havia que preservá-lo. Para adocicar
uma vida privada pouco recomendável para a farda, passou a ser chamado,
poeticamente, de militar boémio.
Fosse eu, e não passaria de um bêbedo putanheiro.
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