Na altura, recordo bem, reagi dizendo que na minha terra se usava a expressão “isto é roscofe (ou roscove)” para depreciar uma coisa. Uma coisa roscofe (ou roscove)não prestava. No entanto, este relógio com “Système Roskopf” impôs-se pela elegância dos ponteiros, pela numeração romana, pela patine com que o tempo o marcou. Já não sei a que propósito o recebi como prenda.
Seria relógio para me manter atento permanentemente ao seu funcionamento, pois a corda, mesmo esticada, não dava para muito.
Mas não foi por isso que a minha vida teve acidentes de percurso com hiatos, ou mesmo paragens, em que não cresci. Porque o relógio, com o seu “système roskopf”, apontava a (o) norte, sempre que o punha a andar. E só parava por alheamento meu. Por culpa minha.
E hoje voltei a dar-lhe corda quando me lembrei que há muito não tenho um norte. E o “système roskopf” respondeu bem: tic-tac, tic-tac.
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