A chamada
surge no visor do telefone como anónima, mas era domingo e um pouco antes das
dez da manhã. E apenas por isso rompi com a regra de não atender tais chamadas, admtindo não se tratar de uma daquelas com que tentam infernizar-nos a vida, para nos impingirem isto ou aquilo.
“Bom dia… é
da casa do Armando?” Sim, confirmei. “O Armando está?” Está, respondi. “E posso
falar com ele?” Está mesmo a falar com o Armando, esclareci. Mas quem fala? “É
a L… e que alívio ouvir-te”. E porquê? “Porque um conterrâneo teu me perguntou
se eu sabia que tinhas morrido”. Cala-me essa boca, pedi… E a conversa
continuou, comigo a olhar aqui o meu lado esquerdo, um dia carregado de sol. Talvez
por isso só hoje recordei o que se passou ontem, acabado de me levantar. O dia
estava excelente, o sol brilhava… E talvez por isso me tenha ocorrido então o “Estou
vivo e escrevo sol” do António Ramos Rosa, confirmando, para os devidos efeitos, que estou. A sério que estou.
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