Eugaria - Roque Gameiro
“Colares é um caso exemplar e consumado de puro romantismo, um equívoco mais que perfeito, um monumento à perseverança do homem, um hino à loucura e à irracionalidade, uma colecção de meros acasos do destino, um somatório de circunstâncias paradoxais. Aparentemente, nada faz sentido em Colares e o desafio da lógica é uma constante da denominação. Porque plantar vinhas em chão de areia tão solta com solos tão profundos? Porquê plantar vinhas num clima de influência atlântica tão extremada? Porquê apostar nas vinhas de castas tintas… num clima tão fresco e húmido, assaltado por neblinas permanentes, com um dos piores reportórios nacionais de insolação? Porquê apostar numa casta tão caprichosa como o Ramisco, de maturação tardia, casta única e de temperamento tão arrevesado? Porque plantar vinhas num dos locais mais ventosos, inclementes e agrestes da costa portuguesa, a escassos metros do temível embate do Atlântico?
Sejamos honestos, racional e intelectualmente, Colares simboliza um perfeito contra-senso.”
Rui Falcão, Público, suplemento Fugas de 14-03-09.
E, Pedro, isto continua. Para chegar ao Arene Ramisco Colares 2002 e ao Colares Chitas de 2003, “maravilhosamente decadente, desconcertante, um vinho que desassossega, um vinho que coloca à prova certezas e garantias adquiridas ao longo de anos”. Uauuuuuuuuu!Sejamos honestos, racional e intelectualmente, Colares simboliza um perfeito contra-senso.”
Rui Falcão, Público, suplemento Fugas de 14-03-09.
E, repara no pormenor, com apenas 11 graus de álcool… mesmo com o verão tórrido de 2003. E como tu, conhecedor, recriminas graduações acima de 12. Tu é que sabes, Pedro.
Quis anunciar-te isto de vida voz, mas não tinha rede. Agora fica aqui. Como que a desafiar-te.
Mas a zona, para mim, é antes de mais uma área de afectos. Antigos, profundos e permanentes. Afectos de uma vida. Algum conhecimento do vinho veio depois e apenas por acréscimo.
Mas fica o desejo de juntar tudo, agora com um Colares Chitas. Na Eugaria ou em Galamares. E, naturalmente, com a menina Tildinha, o Asdrúbal, a Ana Teresa e o Ricardo, a Catarina e o Tiago, as Zés, a Caty, o Vasco, o Francisco, as comadres e compadres... eu sei lá.
Vamos a isso, Pedro? Encomenda por mim as garrafas para aproveitarmos a próxima oportunidade.
7 comentários:
E que néctar inspirador, qual ninfa decantada!
Grande Armandex,
Um beijinho e um forte abraço de parabens. Obrigado pela simpática menção às nossa pessoas.
Ana e Ricardo
PS - Não precisas do Pedro, temos lá em casa :)
Ana e Ricardo
Obrigado. Mas eu não deixaria de puxar o Pedro ao assunto. A graduação, os terrenos arenosos, o que eu não lhe tenho ouvido, e com gosto, claro.
Já agora: aquela aguarela é a vista a partir da zona da vossa casa, ou estou a ver mal?
Beijos e abraços
E como é que regressas de Colares? Dormes por lá para abalar na manhã seguinte? Com Ramisco e Chitas, para mim ou é assim ou conduz a Maria (mas ela também gosta...).
Abraço
Lino
Com as pessoas que refiro, estou em família. Em caso de necessidade, teria guarida...
Em geral são almoços ou lanches ajantarados. Tb em geral, dá para que passe...
Um abraço
Estou a ver que o Colares está a fazer efeito...a vista não é de nossa casa...mas sim de mais acima. :)
Caro Amigo
A paisagem da aguarela é "apanhada" de um plano superior à casa do Pedro. Agora outras curiosidades. A casa ao longe foi onde viceu Viana da Mota e ainda hoje é propriedade do seu neto (Arqº José Brandão). Parece que a aguarela será de Roque Gameiro. Também uma sua filha (Mamia Roque Gameiro)viveu na Eugaria, sobretudo no Verão,com o seu marido (pintor Martins Barata)e os filhos, que ainda hoje são proprietários da mesma quinta, frente a outra onde viveu Alfredo Keil, sim esse do Hino, e que ainda hoje é chamada Casal da Serrana, essa da sua ópera, pois claro. Curiosamente, essa quinta passaou depois para as mãos do pintor/ilustrador/decorador e outras coisas, chamado Bernardo Marques. É a Eugaria, Eguaria para os mais antigos, no topo do mundo. Mas há mais ....
Um abraço e espero ver-te em breve, com ou sem Colares Chitas. tenho cá três garrafas...
Asdrúbal
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