"O teu dinheiro, o meu canal"
“Alguém acredita que o quinto canal tenha ficado pelo caminho pelas razões apresentadas pela maioria pró-governamental da ERC? Aquilo é papel para o lixo. Basta ler as declarações dos outros dois membros da ERC. O que aconteceu então neste processo? Apresento aqui a minha interpretação.
O PS-Governo queria um canal de TV para si. Mas feito com o dinheiro dos outros. Abriu concurso. A administração da ZON, simpaticamente, predispôs-se a fazer um canal para o PS-Governo, dirigido por Emídio Rangel. Este, na sua sede de vingança contra a SIC, apresentou um projecto megalómano. O concurso coincidiu com a crise mundial. Os principais accionistas da ZON acharam que perderiam dinheiro com as loucuras da administração e de Rangel só para contentarem o PS-Governo. O projecto grandioso foi substituído por um projecto exequível, de pequena dimensão.
Entretanto, Rangel reuniu família, amigos e companheiros de estrada e reapresentou o projecto chumbado pela ZON. Mas donde viria o dinheiro para a Telecinco, que os ricos accionistas da ZON não tinham? Não dizem. Suponho que pura e simplesmente não havia, nem há. Se não há dinheiro para grandes empresas, sérias e sólidas (a banca não tem nem dá crédito, o ais arrisca-se à insolvência), como haveria para um projecto megalómano num investimento arriscadíssimo, a 20 anos? Dominando hoje uma parte da banca, o PS-Governo percebeu que a Telecinco seria um fiasco financeiro e poderia perder-lhe o controlo, se esta se ligasse a bancos e investidores que ele não controla. O PS-Governo preferiu então abortar a sua aventura irresponsável do quinto canal. Na manhã do dia em que a maioria pró-governamental da ERC veio tomar a “sua” decisão (sua, dele Governo, como diria Miguel Esteves Cardoso), o deputado do PS Arons de Carvalho já anunciava ao DN o chumbo da ERC aos dois concorrentes. O quinto canal morreu por aplicação da velha máxima: não há dinheiro, não há palhaços.”
“Olho Vivo” – Eduardo Cintra Torres – Público de 28-03-09
O PS-Governo queria um canal de TV para si. Mas feito com o dinheiro dos outros. Abriu concurso. A administração da ZON, simpaticamente, predispôs-se a fazer um canal para o PS-Governo, dirigido por Emídio Rangel. Este, na sua sede de vingança contra a SIC, apresentou um projecto megalómano. O concurso coincidiu com a crise mundial. Os principais accionistas da ZON acharam que perderiam dinheiro com as loucuras da administração e de Rangel só para contentarem o PS-Governo. O projecto grandioso foi substituído por um projecto exequível, de pequena dimensão.
Entretanto, Rangel reuniu família, amigos e companheiros de estrada e reapresentou o projecto chumbado pela ZON. Mas donde viria o dinheiro para a Telecinco, que os ricos accionistas da ZON não tinham? Não dizem. Suponho que pura e simplesmente não havia, nem há. Se não há dinheiro para grandes empresas, sérias e sólidas (a banca não tem nem dá crédito, o ais arrisca-se à insolvência), como haveria para um projecto megalómano num investimento arriscadíssimo, a 20 anos? Dominando hoje uma parte da banca, o PS-Governo percebeu que a Telecinco seria um fiasco financeiro e poderia perder-lhe o controlo, se esta se ligasse a bancos e investidores que ele não controla. O PS-Governo preferiu então abortar a sua aventura irresponsável do quinto canal. Na manhã do dia em que a maioria pró-governamental da ERC veio tomar a “sua” decisão (sua, dele Governo, como diria Miguel Esteves Cardoso), o deputado do PS Arons de Carvalho já anunciava ao DN o chumbo da ERC aos dois concorrentes. O quinto canal morreu por aplicação da velha máxima: não há dinheiro, não há palhaços.”
“Olho Vivo” – Eduardo Cintra Torres – Público de 28-03-09
É assim que este cavalheiro faz e publica opinião, de olho vivo. Este cronista que, sistematicamente, acusa a TV pública de estar governamentalizada, interpreta, de acordo com o amor que tem pelos seus ódios de estimação. Então, se a TV pública está minada, para que um novo canal para o PS-Governo?
Não há dinheiro, não há palhaços? Certo. Mas o que fica prova bem que basta haver dinheiro para que ECT faça o seu número de palhaço, porque as suas crónicas, as suas palhaçadas, são pagas. Quando assim é, como levá-lo a sério?
Já agora: há o palhaço rico e o palhaço pobre. E uns ricos palhaços, que nada têm a ver com aqueles, pois se limitam a miseráveis tropelias. Em jornais ditos de referência, por exemplo.
Sem comentários:
Enviar um comentário