Sim, as leituras podem também ter aquele efeito associado às
cerejas nas conversas.
O número 115 da revista LER publica uma interessante e
recomendável entrevista entre Nuno Portas e Carlos Vaz Marques.
Quando fala de Siza Vieira, Nuno Portas afirma que sempre
considerou Zisa como uma personagem de “O Naufrago” de Thomas Bernhard e explica
porquê. No livro, uns amigos ouvem, numa sala de espera, Glenn Gould tocar
numa outra sala. E é então que um deles diz “Podemos ir embora, nunca seremos como
ele”. Para Nuno Portas, Siza teria um estatuto semelhante ao de Glenn Gould naquele episódio.
Mas a aproximação à relação entre conversas e cerejas tem a
ver com isto: uma entrevista que envolve, um Nuno Portas que comove pela sua modéstia
e empolga pelo seu saber, a referência a livro que terei que encontrar, porque não tenho, e
porque é sobre a vida de Glenn Gould. E este, nos vídeos do youtube, prende o
nosso olhar, como se pode experimentar com o concerto o Concerto nº 5
(Imperador) de Beethoven. Quero saber mais sobre a sua vida.
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