Como eu, também Conrad não entendia a procura que têm estes
banais e luxuosos hotéis flutuantes, alguns apenas ao alcance de quem nunca
terá vida suficiente para gastar a fortuna ganha ao longo de árduos trabalhos…
de terceiros.
Conrad, que foi marinheiro, sabe do que fala quando aborda
questões levantadas a propósito do afundanço de um navio considerado inafundável
por autoridades marítimas tidas por competentes. Classificação que bem pode ter
contribuído para a indisciplina e as falhas de segurança que então se
verificaram, e para o facto de o Titanic não dispor de botes salva-vidas suficientes
para os passageiros e tripulação que transportava.
A tudo isto, ainda segundo Conrad, não será alheia uma
exploração essencialmente mercantilista desta espécie de turismo, onde as
opções de luxo e do requinte têm prioridade sobre a prevenção e a segurança.
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