Um conjunto de 21 contos, cada um com o nome de um
elemento da tabela periódica de Medeleev, com muito de autobiográfico, inspirados
na sua formação e atividade de químico, dos tempos de chumbo do fascismo ao
pós-guerra. Mas não se trata da sua autobiografia.
Uma atividade retratada de forma muito simples, à altura da
modéstia de Primo Levi. Mas que levou a Royal Institution of Great Britain a
considerar esta obra como o melhor livro sobre a ciência alguma vez publicado.
“Disse-lhe que andava à procura de histórias, minhas e de
outros, que queria inseri-las num livro para ver se conseguia canalizar os
leigos para o sabor forte e margo da nossa profissão que é, assim, um caso particular,
uma versão mais destemida da profissão de viver. (…) mas que, neste livro,
descuraria deliberadamente a grande química, a química triunfante das fundações
colossais e das alterações vertiginosas, pois é obra coletiva e por isso
anónima. Interessavam-me mais as histórias da química solitária, inerme e
apeada, à medida do homem, que com poucas exceções foi a minha: mas foi também
a química dos fundadores que não trabalhavam em equipa mas isoladamente, no
meio da indiferença do seu tempo, a maioria sem retribuição, e defrontavam a
matéria sem ajudas, com o cérebro e as mãos, com a razão e a imaginação.”
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