quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Loriga é ingrata?


O panegírico
Dei com ele, por mero acaso, googlando. Isto já há tempos. E obrigou-me a interrogar-me sobre eventual ingratidão de Loriga, sobre uma falha a reparar urgentemente, caso haja correspondência entre o conteúdo do panegírico e a pessoa e a obra atribuída ao panegiricado.

O panegiricador
A modéstia, certamente a modéstia, levou-o a omitir a identidade. E dele mais nada se pode dizer que não isto.

O panegiricado
Pessoa “discreta, já que a promoção pessoal nunca foi o seu objectivo, tem dedicado grande parte do seu tempo ao estudo e investigação da história, à defesa do património e do desenvolvimento, e à divulgação da vila de Loriga.”
Parte do que produziu foi publicado “no jornal Garganta de Loriga e em outra imprensa local, regional, nacional e internacional” […] “está disponível em diversos sites e outras publicações sobre Loriga (com ou sem referência ao seu nome) …”
“São também conhecidas […] as suas sempre assumidas iniciativas, nos poderes públicos, entidades oficiais, imprensa regional e nacional, e estações de televisão portuguesas e estrangeiras.”
Trata-se de “um homem de cultura, com grandes e diversificadas capacidades” […] “um homem de grandes convicções e princípios, e muito ligado às chamadas “novas tecnologias”, é o principal responsável pela divulgação de Loriga e da sua história […]”
“Embora alguns dos seus conterrâneos tenham dificuldade em aceitar, por incredulidade ou má-fé, a realidade é que Loriga deve muito ao seu filho, que, ao contrário de outros por aí que fizeram muito menos, ou não fizeram nada pela sua terra, não procura publicidade ou notoriedade. Por exemplo, não existe nenhum site assinado com o seu nome […]”
“O seu trabalho tem sido de grande importância para a resolução dos principais problemas da vila de Loriga [ …]. O seu trabalho foi, e tem sido fundamental, para tirar Loriga da sombra em que esteve mergulhada, dando-a a conhecer a Portugal e a todo o mundo.”
“A propósito dos principais problemas da vila, destaca-se, por exemplo, a sua decisiva intervenção nos seguintes: Conclusão da EN 338 (conhecida localmente por Estrada de S. Bento), construção do novo edifício da Escola C+S de Loriga, reparação da EN 231, construção do quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga, classificação do património histórico, ordenamento dos símbolos heráldicos da vila, instalação de um museu dos lanifícios, construção de um pavilhão gimnodesportivo.“

Mais poderia retirar do panegírico, mas basta o que fica entre aspas, a azul.
Até hoje, que me ocorra, temos o busto do Dr Amorim, mas não era de Loriga, e quando ao cónego Nogueira, nascido em Loriga, tiveram que ser o Piódão e / ou os alunos do antigo seminário a preocupar-se com o seu busto… que está em Piódão.

Verdade que, depois do 25 de abril, Loriga reconheceu méritos e obra à parteira que me ajudou a nascer, ao pároco que me batizou e ao meu primeiro professor, certamente entre outros ilustres, integrando os seus nomes na toponímia local.
Mas, e agora? Ninguém pega nisto e o credibiliza (ou não) até a uma provável consagração? Por que raio o seu autor não se identifica e não puxa um pouco mais pelo assunto? Por muito modesto que seja, vai deixar o seu panegiricado no limbo?
  

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