Numa decisão inédita para o PGR Pinto Monteiro, o Tribunal
do Montijo mandou extrair certidão para que se reabrisse o processo Freeport,
fazendo ouvir Sócrates.
A decisão é tida por inédita, porque Sócrates não era
arguido no processo julgado pelo Tribunal do Montijo e, por outro lado, o
processo Freeport, um dos mais longos da história judicial portuguesa, tinha
sido arquivado, sem nenhum indício que sustentasse o envolvimento do ex-PM.
Para os juízes do Tribunal do Montijo foi suficiente que 3
testemunhas, no decurso do julgamento, afirmassem ter ouvido falar em
recebimentos por parte de Sócrates, sem nada terem presenciado. Para o tribunal
isto são “fortes indícios”, talvez porque aos juízes baste um mero boato, uma qualquer atoarda.
As suspeitas dos juízes, com aquela bacoca fundamentação, resultaram
em nada. O DCIAP não reabrirá o caso Freeport. Mas os brilhantes togados do
Tribunal do Montijo manter-se-ão em funções, sem que nada lhes aconteça. Talvez
venham mesmo a ser premiados com um muito bom ou um excelente que é regra na
avaliação do desempenho das nossas magistraturas, apesar do estado a que a
Justiça chegou.
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