Raquel Varela, historiadora, coordenou o livro “Quem Paga o
Estado Social em Portugal” (Bertrand, 2012) e subscreve uma crónica no PÚBLICO
de 22 de Novembro que seria bom que fosse lido por todos quantos se afirmam a
favor do Estado Social e o querem defender de forma sustentada. Claro que mais
longe, nesse sentido, irá o livro.
De acordo com estudos efectuados, certamente bem suportados,
é possível saber que os trabalhadores entregam mais ao Estado que aquilo que
dele recebem em gastos sociais (saúde, educação, Segurança Social, transportes,
desporto, espaços públicos, cultura). Deste modo, os défices públicos não podem
ser assacados aos gastos sociais.
Por outro lado, do estudo resulta que, embora os rendimentos
dos trabalhadores, incluindo os pagamentos dos trabalhadores para a Segurança
Social e a TSU, antes de impostos, seja de cerca de 50% do PIB, 75% da
tributação provinha dos desses mesmos trabalhadores, segundo dados de 2010 e
2011.
Que tem então o Estado Social a ver com a dívida pública?
Nada.
No entanto, a situação poderia ser melhor, no que respeita à
Segurança Social se esta não fosse usada para facilitar a reestruturação de
empresas privadas e privatizadas, com reformas antecipadas e, acrescento eu,
com pré-reformas que, embora a cargo das entidades patronais, se traduzem numa
redução das contribuições para as empresas e os trabalhadores em situação de
pré-reforma.
Bom seria que se pegasse neste estudo, nomeadamente o PS. E argumentasse
em conformidade perante a canalha que nos governa. Porque quanto a estes não se está
perante uma mera incompetência ou ignorância, pois sabem bem ao que andam.
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