Um retrato da Luanda de hoje, com muitas histórias, uma vasta
galeria de personagens. Todos os grupos socias. Com gente que tudo tem a par de
muitos a quem tudo falta, salvo a afetividade e a solidariedade. Uma cidade complexa, prenhe de encontros e desencontros. Com muitas cores reduzidas ao
vermelho, o “vermelho-devagarinho”.
Um livro que se lê com um sorriso, acompanhando as façanhas,
manhas e dramas de personagens como JoãoDevagar, CienteDoGrã, DomCristalino, os
fiscais DestaVez e DaOutra, o assessor SantosPrancha, a MariaComForça, o
cientista DavideAirosa, o Camarada Mudo, o ZéMesmo, o VendedorDeConchas… E entre
todos o transparente Odonato. Numa Luanda onde abundam os cartazes da CIPEL,
nada mais que a Comissão Instaladora do Petróleo Encontrável em Luanda. Num
país onde o camarada engenheiro presidente decide cancelar um eclipse porque,
na véspera, tinha falecido a senhora Ideologia.
Ondjaki, nascido em 1977, era, à data de Os Transparentes,
um escritor já muito premiado e traduzido. Conheci-o agora num romance longo,
mas que se lê de um folego.
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