Também eu costumo dizer que livreiro não é um mero vendedor
de livros, mas nos grandes espaços em que hoje se transformaram as livrarias
mais badaladas não há livreiros, mas meros atendedores ou operadores de registo
de vendas de livros. Muitas vezes cria-se a ilusão de que assim não é, face aos
eventos que se organizam nesses espaços, como se isso não decorresse, sobretudo, do
empenho e encargo de quem edita, das editoras, mas não de tais livrarias.
O PÚBLICO de 16-04-2013 dá destaque a este tema, ao mesmo
tempo que informa ter sido tomada a decisão de institucionalizar o Dia da Livraria
e do Livreiro a 30 de Novembro. E é de toda a justiça porque são os livreiros,
no sentido nobre do termo, que amam os livros e mais se sacrificam à volta de
iniciativas únicas que é a de permitirem o acesso aos livros fora das grandes
cidades ou ousam, nestas, defrontar as grandes superfícies onde tudo cabe.
Pessoas que mantêm há 40 anos a Livraria Galileu em Cascais,
ou a Fonte de Letras em Montemor-o-Novo, ou a Livraria Culsete em Setúbal, ou a
Livraria Loja 107 nas Caldas da Rainha, ou a Centésima Página em Braga… sem
deixar de referir aqueles que nas grandes cidades, e defrontando as grandes
superfícies livreiras, têm à sua frente livreiros, amantes dos livros, como é o
caso da Livraria Ferrin e da Pó dos Livros em Lisboa e da Livraria Lello no
Porto.
Para um leitor, a vantagem dos livreiro é saber que eles,
como afirma Caroline Tyssen, da Galileu, não se deixam arrastar pelas
facilidades e novidades e são pessoas que leem muito, sabem o que estão a
vender e, sem serem intrusivos, gostam de conversar e criar ambiente familiar
com que os visita e, como eles, também gostam de livros.
Sem comentários:
Enviar um comentário