O conflito entre tchechenos e russos, entre
ortodoxos e muçulmanos, numa espiral de violência, é o contexto deste conto,
baseado na vida de um homem real, na sua luta contra o destino. No estilo
narrativo brilhante de Tolstói que, para a época, não poderia ser Nobel da
Literatura apesar dos seus muitos méritos. Porque tais méritos literários
conviviam com uma postura crítica face ao Estado e à Igreja – proximidade com o
anarquismo e defensor de uma religião sem dogmas – com a precursora pregação do
conceito da não-violência que Gandhi, seu admirador, viria a prosseguir de modo
mais evidente.
Hoje poderia ser diferente. Mas, na altura, a um desalinhado como Tolstói restava esperar
pela consagração do tempo. E está consagrado.
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