quinta-feira, 10 de maio de 2012

SÁBADO e Pingo Doce - O mal e a escaramunha


Esta é a capa da revista SÁBADO de hoje e por ela se pode imaginar a reportagem publicada, da responsabilidade de uma editora e uma redatora. Onde se denunciam os contratos leoninos que a Jerónimo Martins estabelece com os seus fornecedores – nos contratos a que a revista teve acesso há duas obrigações para a Jerónimo Martins e cerca de 20 para os fornecedores – a par de outras patifarias próprias de gente que se aproveita da sua posição de domínio para esmagar os fracos.
A reportagem não é nada simpática para o merceeiro do Pingo Doce, nada mesmo.
No entanto, na página 22, no “Sobe e Desce”, ao lado da foto do merceeiro Soares dos Santos, podemos ler esta pérola:
“Se o Pingo Doce só sobrevive por causa da exploração dos produtores, se tem lucros indecentes, se atira todas as despesas para cima dos fornecedores e se não faz nada de útil, porque é que os críticos não criam uma empresa concorrente? Deveria ser fácil.”
Pasmei e comecei por admitir que isto só poderia sair da caneta de alguém que pensa que ser cronista é sofrer de doença crónica. Mas não. O autor de tal pérola é, nem mais nem menos, que o diretor da SÁBADO.
E temos quê: ou o diretor ignora o que se publica na revista que dirige ou, coisa que não me espanta, está a apresentar um antecipado pedido de desculpas ao merceeiro posto em causa, como quem diz, foram todos contra mim e sabe que estas coisas de censura ou sua tentativa são sempre uma chatice.
Talvez com isso consiga mesmo chegar a diretor do mês de uma das muitas lojas Pingo Doce, como já aconteceu com outros.
De qualquer modo, vale a pena tentar responder às questões colocadas, dizendo o seguinte: as razões para criticar a Jerónimo Martins não têm que se fundamentar em invejas ou razões de corno relativamente ao merceeiro do Pingo Doce. Por outro lado, nem todos são capazes de ser tão canalhas nas relações com os fornecedores como parece ser a Jerónimo Martins, tendo em conta o que se lê na SÁBADO.
Ou a SÁBADO mentiu, difamando? Se foi o caso, o diretor que se cuide.

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