“(…) O que é espantoso é que parece ter-se instalado o
consenso sobre Cavaco Silva: todos o tratam como tratariam o idiota da aldeia,
com paciência e benevolência, às vezes com um sorriso de comiseração, sem
esconder aqui e ali um lampejo de irritação, mas garantindo-lhe sempre a
inimputabilidade que os costumes, a mora e a lei concedem aos pobres de
espírito.
Cavaco deixou, pura e simplesmente, de ser (e de poder ser)
levado a sério. Uma referência a Cavaco no meio de uma conversa é,
forçosamente, um convite à mofa e aos gracejos. O que é grave, já que lhe cabem
deveres de garantia do funcionamento das instituições democráticas que ele é,
assim, absolutamente incapaz de cumprir, seja através de intervenções públicas ou
de lanches privados. O que é grave, porque vivemos um momento de emergência
nacional, de submissão a interesses estrangeiros e de traição aos portugueses
que exigiriam a intervenção de um chefe de Estado. (…)”
José Vítor Malheiros, PÚBLICO de 21 de Maio de 2013
1 comentário:
E no entanto lá está ele.
E que mecanismos temos para o pôr de lá para fora? A quem apelamos?
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