Éramos uns quantos, talvez uma dúzia, a frequentar o
primeiro curso de analistas de riscos nos meus tempos do Porto e, a partir de
certa altura, decidimos acordar nuns lanches, numas petiscadas. E foi assim que
conheci O Buraquinho, citado entre outros seus congéneres de comes e bebes, com
bons sabores e reduzidos preços, numa reportagem do Fugas / PÚBLICO de
25-05-2013.
O pretexto das nossas idas era o bucho, mas eu pedia rojões, depois de ver o
que era o bucho. Só que um dia os meus rojões tardavam e aquela malta, como de costume,
babava-se com o bucho. Decido então perceber por quê, provando. Como a vista me tinha enganado! A partir daí fiquei
adepto, ao mesmo tempo que entendi o alcance do aviso bem visível a quem
entrava: “Bucho para fora não se vende seja a que pretexto for”. Na verdade, o
bucho era como que um petisco âncora para outras iguarias: as papas, o caldo
verde, as tripas, os rojões, os enchidos, a broa de Avintes e… o verde tinto.
No topo nascente da Praça dos Poveiros, quase escondido, O
Buraquinho é um pequeno espaço e talvez isso explique o nome. Mas para mim foi durante
tempos uma tentação esta tasca agora com mais de oito décadas.
Que se aguente muito mais, de modo a poder ainda fazer o
gosto ao passado.
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