quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Uma grande superfície de distribuição de mimos...

É o facto noticioso do dia. Vou ler e já volto. Mas já sei que, segundo o distribuidor-mor, Sócrates telefona muito e manda telefonar. Mas certamente que não recorre à Optimus, para ter direito a tal mimo...

Só à palmada...

É agora sindicalista presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministérios Público, mas está colocado na IGAI - Inspecção-Geral da Admnistração Interna - há muito mais tempo. Como tal, o PGR estranha que se possa defender a autonomia dos magistrados quando o presidente do Sindicato está vinculado aos deveres e dependência de funcionário que decorrem da sua função do IGAI.
Um pormenor, para Palma, claro.
E isto veio a propósito de uma ausência ao serviço nos dias 2 e 3 de Julho do ano passado, ausência que Palma justificou em razão da sua actividade sindical.
Mas aqueles dias, uma quinta e uma sexta, até me fizeram lembrar as greves e paralisações marcadas para as... sexta-feiras.
Mas talvez seja mera coincidência.
E, porque nada impressionável, preferiu declarar não ter ouvido o discurso do bastonário da OA, apesar de proferido no mesmo local em que ouviu o do PR e de que muito gostou. Que estava distraído quando falava o bastonário, justificou-se. Como se não lhe fosse exigida postura mais séria, como se não desse conta da triste figura que faz.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Esta é a minha lista. E a sua?

Chegou a época do espírito natalício. Então, deixemos de lado quaisquer miserabilismos e concentremo-nos nas coisas boas - não como escape mas como realidade. Vivi em Portugal há quinze anos. Agora, de volta, quero sugerir dez coisas, entre muitas outras, que melhoraram em Portugal desde a minha primeira estadia. Não incluo aqui coisas que já eram, e ainda são, fantásticas (desde a forma como acolhem os estrangeiros até à pastelaria). Aqui ficam algumas sugestões de melhorias:

- Mortalidade nas estradas; as estatísticas não mentem - o número de pessoas que morre em acidentes rodoviários é muito menor, cerca de 2000 em 1993 e de 776 em 2008. A experiência de conduzir na marginal é agora de prazer, não de terror. O tempo do Fiat Uno a 180km/h colado a nós nas auto-estradas está a passar.

- O vinho; já era bom, mas agora a variedade e a inovação são notáveis, com muito mais oferta e experiências agradáveis. Também se pode dizer a mesma coisa sobre o azeite e outros produtos tradicionais.

- O mar; Lisboa, em 1994, era uma cidade virada de costas para o mar; poucos restaurantes ou bares com vista, e pouca gente no mar. Hoje, vemos esplanadas e surfistas em toda a parte. Muita gente a aproveitar melhor um dos recursos naturais mais importantes do país.

- A zona da Expo; era horrível em 1994, cheia de poluição, com as antigas instalações petrolíferas. Agora é uma zona urbana belíssima, com museus e um Oceanário entre os melhores que há no Mundo.

- A saúde; muitas das minhas colegas têm feito esta sugestão - a qualidade do tratamento é muito melhor hoje em dia, apesar das dificuldades financeiras, etc. A prova está no aumento da esperança de vida, de cerca de 74 em 1993 para 78 anos em 2008.

- Os parques naturais; viajei muito este ano do Gerês a Monserrate ; tudo mais limpo, melhor sinalizado, mais agradável. O pequeno jardim está, de facto, mais bem cuidado.

- O cheiro. Sendo por natureza liberal nos costumes sociais, não fui grande fã da proibição de fumar - mas, confesso, a experiência de estar num bar ou num restaurante em Portugal é hoje mais agradável com a ausência de tabagismo. E a minha roupa cheira menos mal no dia seguinte.

- A inovação; talvez seja fruto da minha ignorância do país em 1994, mas fico de boca aberta quando visito algumas das empresas que estão a investir no Reino Unido ; altíssima tecnologia, quadros dinâmicos e - o mais importante de tudo - não há medo. Acreditam que estão entre os melhores do mundo, e vão ao meu país, entre outros, para prová-lo.

- O metro de Lisboa. É limpo, rápido, acessível e tem estações bonitas.

- As cores; Portugal tem e sempre teve cores naturais bonitas. Mas a minha memória de 1994 era o aspecto visual bastante cinzento das cidades, desde a roupa até aos carros. Hoje há mais alegria - recordo um português que me disse, talvez com tristeza, que o país estava a tornar-se mais tropical. Em termos de imagem, parece-me um elogio!

Esta é a minha lista. E a sua?

Alexander Ellis, Embaixador Britânico

18-12-2009

Aqui

http://aeiou.expresso.pt/dez-coisas-que-melhoraram-em-portugal-nos-ultimos-15-anos=f553883

E fica à atenção dos Crespos, Medinas Carreiras, Pachecos e outros que tais.

À espera de Mimo


Está pronto, melhor, quase. Um mimo a três quartos, ou coisa assim. Fundamentalmente falta um posto de transformação que permita que a electricidade entre pelo Mimo dentro. Até lá – terceiro trimestre deste ano – apenas haverá lugar a visitas diurnas, para ver as paredes do Mimo, ainda sem qualquer objecto em exibição, apesar de aberto ao público há três meses.

Projectos desta natureza têm sempre vicissitudes”, justifica-se, qual fadista, um ex-autarca. E nem o Mimo mereceu mais que isso, umas vicissitudes. E quando nem o Mimo é mimado, é caso para temer.

Mimo – Museu da Imagem e Movimento - Leiria

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Olha o Record! Olha a Bola!

- Presidente, que acha do casamento entre pessoas do mesmo sexo?

- “A minha atenção está noutros problemas, no desemprego, no endividamento, no desequilíbrio das contas públicas, na falta de produtividade e de competitividade do nosso País.” (1)

- Mas consta que também é contra a batota na bola, no futebol…

- "É por essa razão que me associo ao Movimento pela Verdade Desportiva. A utilização das novas tecnologias no futebol permitirá centrar as atenções na actuação dos jogadores e no espectáculo do jogo dentro das quatro linhas, deixando de lado dúvidas que em nada beneficiam a dignidade do desporto. Justamente pela importância do jogo, e no sentido de perseguir o espírito desportivo, é necessário que clubes, atletas, árbitros e dirigentes desportivos saibam tirar partido dos avanços tecnológicos para garantir a justiça e a verdade nas competições." (2)

- Pois, Presidente… a verdade, a competitividade do nosso país. Aquilo do casamento é que não vem nada a propósito…

(1) Cavaco Silva, 18-12-09

(2) Cavaco Silva, 31-05-09


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lugar aos tontos, como forma de serviço público...



O Saneamento de Marcelo

por Maria Filomena Mónica, Publicado em 13 de Janeiro de 2010, Jornal i

Tenho um único hobby na vida, discutir o serviço público de televisão com o António Pedro Vasconcelos. No último fim-de-semana, não falhámos. Durante horas, debaixo da sombra tutelar de um amigo que morreu há já cinco anos, continuámos a conversa sobre as vantagens e desvantagens das televisões públicas e privadas. Educada pela BBC, sempre defendi o serviço público, ou antes, o que existia em Inglaterra durante os anos 1960 e 1970. Com a passagem do tempo, a minha posição (não a dele) foi-se alterando, ou melhor, alternando ao sabor das programações.

No ano passado, deixei pura e simplesmente de ligar a televisão, dedicando o tempo livre, a consumir DVD produzidos pelo canal americano HBO. Depois de, em 1974, ter esperado que a televisão contribuísse para melhorar o meu país, tendo até aceite o convite do Vasco Pulido Valente, para fazer um documentário, "Nados e Criados Desiguais", e de, mais tarde, ter dedicado mais de dois anos da minha vida a escrever, para "O Jornal" e para "O Independente", crítica de televisão, considerei o meu esforço inútil. Arrumei o aparelho a um canto e nunca mais o abri, com uma excepção, o programa dominical de Marcelo Rebelo de Sousa, de que sou uma telespectadora fanática. Desde há cinco anos que eu, que jamais deglutira uma refeição diante de um aparelho de televisão, janto um croissant acompanhado a vodka, enquanto ouço as suas "escolhas" dominicais. Nunca falhei, nem sequer quando incompreensivelmente o futebol alterou o seu horário.

Marcelo é um génio, um dos poucos de que a nação se pode gabar, até porque consegue conciliar, numa só pessoa, as três funções que Lord Reith atribuiu, ao criá-la, à BBC: educar, informar e entreter. Alguns dos meus amigos, imagino que por ciúmes, tentaram, em inúmeras ocasiões, convencer-me de ser ele um homem irresponsável, traidor, maldoso, cruel, pernicioso, sinistro, masoquista, covarde, egocêntrico, sádico e infantil. Nada disto me influenciou. Gosto de o ouvir, ponto, parágrafo.

Não é a altura para aprofundar o que se está a passar, até porque ainda não sabemos o desfecho. Mas já podemos perceber que se trata de uma vingança do eng. Sócrates, o qual terá arranjado, dentro do PSD, uma fila de aliados.

Marcelo não é amado dentro do seu partido, o que só lhe fica bem. Isto não me espanta, o que o faz é a passividade de um povo que aceita que uma instituição tão idiota quanto a Entidade Reguladora para a Comunicação Social - a ERC - meta o bedelho, a coberto de regras absurdas, no quotidiano televisivo. Lá porque o dr. António Vitorino decidiu ir ganhar dinheiro para um famoso escritório de advogados - o seu direito - temos de ficar privados de ouvir, ao domingo, o prof. doutor Marcelo Rebelo de Sousa? O facto é tanto mais escandaloso quanto o seu programa é um sucesso de audiências.

Por que motivo a direcção da RTP não dá um coice nas quotas que a ERC criou? Se a RTP cancelar o programa do Marcelo, apelo à desobediência civil, sugerindo aos meus conterrâneos que deixem de pagar a licença que permite à instituição subsistir. O que está em risco - não tenham dúvidas - é a liberdade de expressão. Se posso escrever este artigo é porque sei que o governo não me pode tocar com um dedo e, mesmo que pudesse, digo-o sem vaidade, publicá-lo-ia na mesma. Porque não tenho alma de escrava.

Se a RTP quer ter, à força, um Marcelo de esquerda, que o arranje. Dirão que a esquerda não tem alguém com o calibre de Marcelo. Mas será que, da esquerda, desapareceram as cabeças pensantes? Como se imagina, não é nada disto que sucede. Depois da TVI ter feito o mesmo, o que, forçada pela ERC, a RTP deseja é libertar-se de uma voz incómoda. Se, após ter varrido as despensas do PS, a RTP não conseguir encontrar ninguém, ofereço-me para lhe resolver o problema. Uma coisa é certa: o Marcelo Rebelo de Sousa tem de ficar.

Socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

A senhora não se enxerga. Ou a vodka anda marada, ou os croissants deglutidos estão fora do prazo de validade. Isto para culpar inocentes que nada terão a ver com certos desmandos mentais.

Socióloga e investigadora? Chiça, penico! quando se é tanto para, mesmo espremida, sair nada, para além do arroto com cheiro a álcool.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

No que podem dar as palhaçadas de Crespo

Crespo gostaria de enfileirar entre os maiores. E julga fazer por isso em crónicas no JN. Como nesta http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=M%E1rio%20Crespo . Mas sem coragem para chamar nomes aos bois, numa escrita que apenas a censura de outros tempos justificaria. Quando então nada de Crespo se conhecia quanto a tais ousadias. Pelas quais outros amargaram, mas não Crespo.

Pois há quem lhe tenha respondido a jeito. Dando-lhe no osso, com muito mais talento. Em cheio.

O Pulha

O pulha é um invertebrado que procura na ofensa a catarse do ódio e da frustração, que, adorando a ditadura, se serve da democracia, que molda com o esterco de que é feito os contornos dos bonecos que cria, que usa adjectivos para substituir as vértebras que lhe minguam e se antecipa a chamar aos outros o que é.

O pulha diz dos outros o que sabe de si próprio. O pulha coloca opiniões nos jornais a fingir que são notícias e é pago pela baixeza própria através das baixezas que imputa aos outros. O pulha adora que o acreditem e que as mentiras se transformem em dúvidas e as calúnias em incertezas.

O pulha é um serventuário que evita denunciar as avenças de que vive, o biltre que usa a liberdade para a atacar, que atribui aos outros o nojo que é, fazendo passar por factos as intrigas que tece e por verdades as calúnias que divulga.

O pulha é um professor dispensado da docência para insultar a mãe de um ministro ou o escriba em comissão de serviço num órgão de comunicação para corroer a democracia.

O pulha não nasce pulha. Faz-se, cresce e engorda com os detritos que bolça. Regurgita insultos criando retratos à sua imagem, acoimando de patifes os que inveja. É um filho de uma nota de cinco euros e da lascívia do acaso. O pulha é invejoso e vingativo.

O pulha vive na clandestinidade de um grupo partidário, nos meandros das máfias, nas estrebarias da insídia, aproveitando a calada da noite para arremessar a quem odeia as pedras de que se mune. Pode levar vida normal, aparecer na televisão e ter guarida num jornal; atira pedras e garante que está a ser agredido, incapaz de esquecer a sinecura que lhe negaram ou o cargo com que sonhou.

O pulha escuta os outros e diz que está a ser escutado. É um alcoviteiro e mentiroso. O pulha necessita de plateias cheias. Absolutas. O pulha é totalitário. O pulha é quem nos causa vómitos. O pulha leva-nos a descrer da democracia. O pulha escreve nos jornais e fala na televisão. O pulha torna-nos descrentes. Um pulha é sempre igual a outro pulha. E a outro. E são todos iguais. O pulha assusta porque é omnipresente e ataca sempre que pode. Seja a dar facadas nas costas dos eleitos, seja a criar ruídos de fundo, processos de intenção ou julgamentos sumários. O pulha é ruído de fundo e gosta de ser isso. E baba-se de gozo. Por narcisismo. Por ressentimento. Por ódio. Sabendo-se impune.

O pulha é um cobarde impiedoso. É sempre perverso, quando espuma ofensas ou quando ataca políticos. O pulha não tem vergonha. O pulha ouve incautos úteis e senis raivosos e tira conclusões. Depois diz que não concluiu e esconde-se atrás do que ouviu. O pulha porta-se como um labrego no jornal, como um boçal na televisão e é grosseiro nas entrevistas. O pulha é um mestre da pulhice. O pulha não tem moral. Por isso, para ele, a moral não conta. Tem a moral que lhe convém. Por isso pode defender qualquer moral. E fingir que tem moral. Ou que não a tem. O pulha faz mal aos outros. E gosta. E depois faz-se de sonso. O pulha rouba a honra que não tem e que dispensa.

O pulha é um furúnculo que há-de acabar como todo o mal. É uma metástase de um cancro que vive para corroer a democracia. É um conjunto de células malignas que se multiplicam no papel impresso e o esgoto que circula pela Internet a céu aberto.

O pulha é o talibã que fere e mata mas larga os explosivos depois de esconder o corpo. O pulha não é monárquico nem republicano, de esquerda ou de direita, ateu ou crente, é o verme que se alimenta da baba que segrega, do ódio que destila e das feridas que escarafuncha.

Um dia habituamo-nos ao pulha.

Aqui http://ponteeuropa.blogspot.com/


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O deputado Bacelar, enquanto tal, não representa ninguém, salvo a ele mesmo


O senhor é crescido, mas quanto a isto é tudo uma questão de tempo. Mérito do calendário.

E é professor catedrático? Também há muitos: uns bons e este Bacelar Gouveia.

Constitucionalista? Mas na variante de bitaites e graçolas. Cada um nasce pró que dá, ou dá pró que nasce, sei lá.

Deputado? Nas condições de funcionamento do sistema, nem sempre podemos evitar o pior.

Não é que agora argumenta que 90.000 subscritores da petição contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo são mais que o total de deputados da AR, como se os deputados, entre os quais ele, se representassem apenas a si mesmo? Como se a questão fosse meramente numérica?

Esta já é de mestre da mais velhaca desfaçatez. Mas assenta-lhe bem.

Mas facto é que já é crescido, professor catedrático, constitucionalista, deputado e o que mais queiram aqui acrescentar. Aposto que vai longe, apesar de a distrital de Lisboa do PSD o ter brindado com chumbo clamoroso quando, recentemente, se candidatou à sua presidência. Pelo menos aqui, apesar dos apoios dos habituais notáveis, reinou o bom senso.