quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Era Carnaval...



Era segunda-feira de Carnaval. Estava de saída do HSM mas ainda deu para ver chegar os tabuleiros com o almoço. E todos comentavam com um sorriso coisa uma nunca vista: os votos de rápido restabelecimento por parte de quem fornece as refeições, de confeção e sabor tão pouco apreciados.

Mas era Carnaval, altura em que ninguém leva nada a mal.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Vai dormir, Relvas!

“O desemprego jovem tira-me o sono. Eu não sou insensível”, afirma Relvas, segundo o Público de 18-02-2013 que também refere que, segundo Relvas, a sua filha, com 21 anos, desconhece o programa Impulso Jovem que define a estratégia do governo para o desemprego jovem.
Temos um ministro ensonado que não percebe que a sua filha não precisa de nenhum impulso desde que saia ao pai ou que, então, não acredita nele nem nos seus programas, como acontece com muita gente.
Por essas e outras, mais por outras, é que Capucho, em entrevista à Visão da passada quinta- feira afirma, “Não percebo como o Governo não mede o desastre que Relvas constitui para a sua imagem. Podia voltar ao parlamento, pois foi eleito deputado. Que ele continue no Governo é um mistério para mim insondável!”

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Oito dias depois...

Faz hoje oito dias. E a vida vai, sobretudo quando as coisas correm bem. Mesmo se defrontando algumas contrariedades, como é esta de ter que ficar por aqui, aguardando ficar recuperado para poder sair porta fora.
Mas tenho os alôs dos amigos e a presença dos livros, dvds e cds, igualmente bons amigos, também imprescindíveis. E um silêncio que gozo por não me ser imposto. E que dá para arrumar algumas ideias.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Será Obama um socialista?

Quase todos nós concordamos que um plano para reduzir o défice deve fazer parte da nossa agenda. Mas é bom que sejamos claros: a redução do défice só por si não é um plano económico”, afirmou Obama no seu discurso ao Congresso sobre o Estado da União.
Por isso, para Obama e segundo o Público de hoje, o investimento público em áreas como a educação, infraestruturas, investigação e inovação científica e energias alternativas ajudará a economia a crescer e criará “bons empregos para a classe média”.
Por cá é o que sabemos. O défice é tudo, com as consequências conhecidas. Será Obama um socialista?

Leituras em dia: "Cartas de Casanova - Lisboa 1757" de António Mega Ferreira

Evadido de uma prisão de Veneza no verão de 1757, António Mega Ferreira ficciona a presença de Casanova em Lisboa durante um período de tempo em que se desconheceu o seu paradeiro. E por ele, Casanova, Mega ferreira decide escrever seis cartas dirigidas a personagens importantes da vida de Casanova.
Estavam decorridos 2 anos após o terramoto e Lisboa continuava como ficou após o tremor de terra, com a corte instalada em barracas construídas para os lados de Belém, assim como parte significativa da nobreza. Casanova, aliás Mega Ferreira, descreve o ambiente da altura: as intrigas da corte, os ciúmes quanto ao então poderoso Sebastião de Carvalho, a miséria em que vivia a generalidade da população. E, claro, havia que igualmente imaginar e relatar o que poderiam ser envolvimentos amorosos à Casanova, por Casanova.
Um livro que se lê de uma penada, porque nos prende tudo quanto caracteriza a envolvente histórica que, essa sim, não é mera ficção. E que fica bem descrita.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Cause - Sixto Rodriguez


Magistratura de influência

No site da Universidade Católica, onde foi docente, o SE cuja nomeação está hoje no centro da polémica indica, como atividade profissional para o período de dezembro de 2007 a outubro de 2008: “CEO de um Grupo de participações sociais envolvendo as áreas da saúde, hotelaria, retalho automóvel e sistemas de informação.” E isto diz bem do conforto que sente pelo seu envolvimento na SLN/BPN no tempo das grandes trapalhadas e trafulhices com as consequências que conhecemos. De facto, nos demais anos da sua atividade, Franquelim Alves indica de forma clara as empresas ou instituições por onde andou mas quando chega à SLN/BPN… trata-se de um grupo de participações sociais.
Para o farsolas PM isto não é relevante. Ter-se passado pela SLN/BPN, com o nível de responsabilidades do agora SE, não pode impedir uma pessoa de exercer uma atividade profissional, como se ser membro de um governo fosse uma atividade qualquer. Por isso deve ter em carteira outros que tais, se necessário: Dias Loureiro e Oliveira e Costa igualmente catedráticos da mesma escola de virtudes.  
Ainda para o mesmo farsolas, isto não provoca qualquer problema à coligação, porque a indicação não foi feita pelos partidos que apoiam o governo mas sim por ele e pelo Álvaro. No entanto, o CDS já começou a assobiar para o lado, demarcando-se, como se isso fosse suficiente para salvar a face.
O ex-acionista da SLN/BPN, nas condições e com os proveitos conhecidos, foi alertado para o passado deste SE. Mas nem pestanejou ao dar-lhe posse. E a isto chama-se magistratura de influência.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Leituras em dia: "A Polaquinha" de Dalton Trevisan

O relato irónico das aventuras eróticas da protagonista desde único romance de um grande contista brasileiro. A transgressão ao rubro, a moral – o que será a moral? – mandada às urtigas. A leitura com sorriso nos lábios.
Embora Prémio Camões de 2012, até há pouco apenas tinha sido editado entre nós “Cemitério de Elefantes”, em 1984. Mas parece que agora é de vez, estando já publicados, para além do aqui referido, “O Vampiro de Curitiba” e “Novelas nada Exemplares”. Merecidamente.

Leituras em dia: "A instalação do medo" de Rui Zink

“Na soleira da porta, dois homens. Um de fato e gravata, elegante, esguio, nariz e lábios finos, pasta tecnocrata na mão. O outro mais atarracado, carão fechado, fato-macaco, caixa de ferramentas numa senhora manápula.
- D-desculpem, estava com a máquina de lavar, não ouvi…
Mal diz isto a mulher percebe que é mentira errada.
Da cozinha não vem barulho nenhum da máquina de lavar.
Os homens olham para a mulher como se não olhassem para a mulher.
É estranho. Os homens não têm um ar ameaçador. Antes pelo contrário. O de fato até parece loquaz; o outro, sim, é mais bruto, pesado, ausente.
- Bom dia, minha senhora – diz o de fato, com o seu ar loquaz. – Viemos para instalar o medo.
- O m-medo?...
O de fato loquaz faz uma expressão de espanto retórico:
- A senhora não foi avisada? – O homem faz uma expressão de então com olhos.
A mulher morde o lábio:
- Tem de ser hoje? É que eu já tinha planeado…
O homem de fato loquaz, embora cordato, é firme:
- Minha senhora, o progresso não para. É pelo bem do país.
- Pois. Mas é que eu não estava prepar…
O homem de fato faz um ar desapontado:
- A senhora não me diga que é contra o bem do país.
- Eu…
- Ou contra o progresso.
- …
- Ou contra o medo.
A mulher morde o lábio:
- Não. Claro que não…"
E é isto. Um fresco do país que hoje somos e onde se instala o medo que se insinua de forma silenciosa. Tudo numa narrativa bem imaginada, por isso original, e muito absurda. Como absurdos são os tempos que vivemos.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Banca patriótica, diz o tonto.

No decurso do debate quinzenal de hoje na AR, o merecidamente mal-amado PM referiu como patriótica a compra, por parte da banca nacional, de títulos da dívida portuguesa, o que me leva a concluir que isso de patriótico já teve dias muito melhores.
De facto…
Não tenho por patriota quem especula com a dívida soberana e, se ofende o verbo especular, pelo menos que se saiba que a banca compra dívida com dinheiro dos depositantes e, nos dias de hoje, com dinheiro emprestado pelo BCE, um e outro conseguidos a preço de saldo.
 
Patriota é quem, subscrevendo certificados de aforro, empresta ao Estado com taxas bem abaixo daquelas que a banca paga aos depositantes. Aliás, o governo é conivente com a banca nesta sacanice: porque paga mal aos aforradores, muitos destes acabam por optar pelos depósitos bancários que, depois, são usados para compra de dívida pública a taxas bem mais elevadas do que as que pagaria se privilegiasse os certificados de aforro.
Mas voltando ao patriotismo. A banca nacional é hoje, na sua grande maioria, detida por capitais estrangeiros, apesar da visibilidade de portugueses como Ulrich, Ricardo Salgado e outros, meros paus mandados dos... mercados que representam. Ora, se é questionável que estes sejam mais patriotas que aqueles que aguentam a fatura do desgoverno, muito menos o são ainda os acionistas estrangeiros para quem a compra de dívida pública é um negócio de garantido rendimento. E apenas nesse sentido se interessam por Portugal porque o capital não tem alma ou sentimentos.
Mas Passos é isto: um bronco que não mede o que diz e que até será bem capaz de propor ao senhor de Belém que vá pensando umas comendas a jeito para esta tropa fandanga da banca.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Não vai de cavilha, vai de parafuso!

Não vai de cavilha – seria melhor -, vai de parafuso, dois parafusos. De hoje a oito dias. Espero que seja o início da saída desta cena já muito prolongada e por muito que isso venha a custar às minhas queridas canadianas que, no entanto, ainda serão obrigadas a alguma companhia num pós operatório que não será tão curto quanto desejava.