sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A história repete-se ou não?

J'ACCUSE
Fernanda Câncio

Há 111 anos, a 13 de Janeiro de 1898, foi publicada a mais grandiosa peça jornalística de todos os tempos. Escrita como carta aberta ao presidente de França, é um apelo indignado em nome de um inocente injustamente condenado, libelo contra um sistema judicial corrupto e uma opinião pública contaminada pela manipulação da verdade e pelos seus preconceitos (o condenado era judeu) através de uma campanha mediática "abominável". Num estilo que cruza o jornalismo e o manifesto, descreve a forma como um homem foi desonrado, julgado e condenado a prisão perpétua com base em provas falsas que, sendo consideradas "secretas", nem sequer lhe foram reveladas, e demonstra como o verdadeiro culpado foi absolvido por juízes cientes da sua culpa. Tem como título J'accuse...! (Eu acuso...!), e é uma defesa empolgada e empolgante da verdade e da justiça.

O seu autor, Émile Zola, sabia ao escrever o risco que corria - aliás, escreveu jogando nesse risco, o de ser acusado de desrespeito e difamação e de poder fazer do seu julgamento a demonstração do que afirmava. Conseguiu o que queria: virar a França a favor do inocente condenado (Dreyfus) - mesmo se à custa de reacções violentas contra ele e contra Dreyfus, incluindo motins anti-judaicos - e reabrir o respectivo processo, mas também ser julgado, três escassas semanas após a publicação do artigo. Foi condenado à pena máxima no caso, um ano de cadeia, a que escapou fugindo para o estrangeiro.

Zola voltaria a França para assistir à reabertura do processo Dreyfus, no qual este foi, incrivelmente, condenado de novo. Seria no entanto "perdoado" e acabaria ilibado em 1906, reintegrado e promovido no exército que o expulsara. Zola, arruinado pela defesa de Dreyfus, tinha morrido há quatro anos, sem ver satisfeita a sua exigência de justiça. Na verdade, a justiça nunca foi realmente feita: ninguém - nem os oficiais do exército que cozinharam a sua "culpa", nem os juízes e procuradores que o condenaram sonegando-lhe as provas, nem aqueles que a propagaram sem se esforçarem por conhecer a verdade - foi julgado pelo martírio de Dreyfus. As forças contra as quais Zola se ergueu, "fraco e desarmado" (como disse Anatole France no seu elogio fúnebre), nunca foram derrotadas - apenas o necessário para, naquele caso, lavarem a face, revendo a decisão que condenara um inocente. Fraco consolo.

O caso Dreyfus, como muitos outros antes e depois dele, mostra o ladro negro do poder do sistema judicial. Quando um sistema criado para certificar a procura e o triunfo da verdade despreza a verdade e funciona como se estivesse acima das leis por cujo cumprimento lhe cumpre zelar, instrumentalizando o extraordinário poder que lhe é conferido, não há Estado de Direito. Sem Estado de Direito, não há grande chance para a democracia, até porque não há para aí Zolas aos pontapés. O que há aos pontapés é gente que, quiçá imaginando-se da estirpe do autor de J'accuse, se compraz em funcionar como guarda avançada dessa instrumentalização da verdade. "O meu dever é falar, não quero ser cúmplice", escreveu Zola. É sempre boa altura para lhe honrar o repto.

Isto vai dar merda. Ai vai, vai!













Islândia poderá aderir à União Europeia em 2011
A Islândia poderá aderir à União Europeia(UE) em 2011, ao mesmo tempo que a Croácia, naquela que seria a mais rápida adesão de sempre de um Estado à União, revela a edição de hoje do diário britânico Guardian.
Quê? Um estado falido? E os estudos de impacto ambiental? E onde está a alteração da ZPE europeia?
Cuidado! Que do nosso lado temos o JMF e o JPP a escrutinar esta adesão. Preparem-se!
Contributo do Jorge. Excelente.

O início do caso Freeport - tudo boa gente... I

Caso Freeport Empresario levou Miguel Almeida PSD a jantar com inspectora da PJ
2007-06-01
O empresário Armando Jorge Carneiro revelou hoje em tribunal que, em 2005 e antes das legislativas, levou Miguel Almeida, ex-chefe de gabinete de Santana Lopes, a jantar com uma inspectora da PJ que acompanhava o "caso Freeport".
Esta testemunha falava durante o julgamento, em Lisboa, em que o ex-inspector da PJ de Setúbal José Torrão e os jornalistas Inês Serra Lopes e Francisco Teixeira, do extinto semanário "O Independente", são acusados de violação do segredo de justiça na sequência de notícias, publicadas em Fevereiro de 2005, sobre investigações ao "caso Freeport", que alegadamente envolviam o então líder do PS e actual-primeiro-ministro José Sócrates.
O caso Freeport, relacionado com o licenciamento desta obra em Alcochete quando o titular da pasta do Ambiente era José Sócrates, mereceu destaque nos media em Fevereiro de 2005, em plena campanha para as eleições legislativas, depois de terem sido noticiadas buscas da PJ e avançadas informações de que Sócrates estava a ser investigado, o que foi depois desmentido pela Direccão da PJ.
O ex-presidente do Conselho de Administração da revista "Tempo" contou em tribunal que o primeiro contacto que teve com José Torrão, que também é acusado neste julgamento de violação de segredo de funcionário, ocorreu, em Janeiro de 2005, na sua casa na Aroeira, tendo o ora arguido sido-lhe apresentado pelo advogado Bello Dias.
Questionado pelo juiz sobre o número de contactos que manteve com elementos da PJ de Setúbal em Janeiro e Fevereiro de 2005, incluindo encontros com a inspectora Carla Gomes e o inspector Peixoto, Armando Jorge Carneiro contabilizou seis, mas tentou negar que essas reuniões tivessem como motivação o "caso Freeport".
Num dos encontros com a inspectora, num bar em Setúbal, o empresário admitiu que entregou já perto da meia-noite, a pedido desta, um exemplar daquele que seria a manchete, no dia seguinte, do semanário "O Independente", sobre o "caso Freeport", em que se falava de um mandado de busca e em que apareci na primeira página a fotografia de José Sócrates.
O empresário teve dificuldades em explicar porque razão decidiu levar Miguel Almeida, actual deputado do PSD e figura próxima de Santana Lopes (à data primeiro-ministro) a jantar, em Setúbal, com a inspectora da PJ, alegando que nessa dia estava muito cansado e pediu àquele seu amigo para conduzir.
No jantar, onde o ex-chefe de gabinete de Santana Lopes foi apresentado como "Miguel", a testemunha revelou que a inspectora da PJ se mostrou "stressada" , "nervosa" e com receio de estar a ser alvo de vigilância ou perseguição, pois via carros suspeitos.
Miguel Almeida terá explicado que se fossem carros do SIS (Sistema de Informações e Segurança) estes teriam necessariamente matrícula registada na Direcção-Geral do Património.
A procuradora do Ministério Público quis saber se a testemunha tinha ligações a partidos políticos, ao que este disse que não, dizendo porém que na adolescência militou na Juventude Centrista (JC).
Quando aos políticos que conhece melhor pessoalmente, a testemunha indicou Pedro Pinto e Santana Lopes (PSD), bem como Paulo Portas (CDS/PP) e Manuel Monteiro, antigo líder da JC e do CDS/PP. Quanto a Miguel Almeida disse ser "visita de sua casa".
Destes, assegurou que só trocou impressões sobre o "caso Freeport" com Miguel Almeida e que nunca acompanhou muito de perto o lado jornalístico das investigações, que estava a cargo de Victor Norinha e de outros membros da equipa redactorial da extinta revista "Tempo".
No decurso da audiência e em resposta a uma pergunta do juiz, Armando Jorge Carneiro admitiu que, no decurso deste caso, estabeleceu contacto com um amigo que tinha no SIS, porque suspeitava que estava a ser vigiado por carros que pensava ser da PJ ou do próprio SIS, tendo anotado o número das matrículas.
Segundo disse, o amigo do SIS ter-lhe-á garantido que os carros "eram da Presidência do Conselho de Ministros".
Quanto aos inspectores da PJ de Setúbal, a testemunha assegurou que nunca lhe forneceram pormenores ou documentos sobre a investigação do "caso Freeport".
Em sessão anterior, José Torrão negou que tivesse fotocopiado documentos relativos ao "caso Freeport", apesar de ter sido captado pela videovigilância interna da PJ a fotocopiar papéis a 09 de Fevereiro de 2005. Este alegou que estava a fotocopiar documentos pessoais para solicitar um empréstimo bancário.
As afirmações de Armando Jorge Carneiro levaram hoje o MP a pedir a reinquirição de outras testemunhas, incluindo a inspectora Carla Gomes, o que deverá atrasar as alegações finais do julgamento, que chegaram a estar previstas para hoje.
FC.

O início do caso Freeport - tudo boa gente... II

Carta a implicar Sócrates no caso Freeport é de militante do CDS
LICÍNIO LIMA ,
Diário de Notícias de 25-04-07
Aqui http://dn.sapo.pt/2007/04/25/sociedade/carta_a_implicar_socrates_caso_freep.html

Zeferino Boal combinou com inspector o envio da denúncia para a PJ

Zeferino Boal, militante do CDS/PP e candidato à presidência da Câmara de Alcochete nas últimas eleições autárquicas, é o autor da denúncia anónima que originou a investigação da Polícia Judiciária (PJ) em volta do caso Freeport, em 2004. José Sócrates é apontado neste processo como estando envolvido na alteração, em 2002, da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE), enquanto ministro do Ambiente, permitindo a construção daquele empreendimento de Alcochete. Em troca, o PS teria recebido dinheiro para subsidiar a campanha eleitoral para as legislativas daquele ano.A revelação foi feita pelo inspector da PJ Elias Torrão, da directoria de Setúbal, que ontem começou a ser julgado no 6.º juízo dos Tribunais Criminais de Lisboa, por violação de segredo de justiça e de funcionário.Contou Elias Torrão que as informações sobre alegados crimes de corrupção e de participação económica em negócio, envolvendo José Sócrates no caso Freeport, chegaram através de Boal, presidente da concelhia do CDS/PP de Alcochete. No seguimento, informou os superiores hierárquicos, que o terão aconselhado a convencer Boal a escrever uma carta anónima com as denúncias. O que foi feito em Outubro de 2004. A missiva chega à PJ de Setúbal, dirigida a Torrão, e dá origem a um pré-inquérito de averiguações.Em Janeiro de 2005, Armando Carneiro, presidente da administração da Euronoticias, proprietária da revista Tempo, junta na sua casa de Aroeira o inspector Torrão, o antigo chefe de gabinete de Santana Lopes Miguel Almeida, o advogado José Dias, que trabalhou no escritório de Rui Gomes da Silva, ex-ministro adjunto e ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Santana Lopes, e o jornalista Vítor Norinha. Segundo Torrão, todos eram seus informadores. Realizou-se, depois, outra reunião com a inspectora Carla Gomes, titular do processo.À parte deste depoimento, o DN sabe que um dos participantes daquele reunião fez chegar à PJ vários documentos. Um deles foi o diploma do Conselho de Ministros do governo de Guterres que aprovou a alteração do ZPE. A data surge posterior às eleições ganhas por Durão Barroso, e antes da posse deste.Depois daquelas reuniões, regressando ao depoimento de Torrão, começaram as buscas da PJ, nomeadamente ao Freeport e à Câmara de Alcochete, em Fevereiro de 2005. O escândalo rebentou uma semana antes das eleições ganhas por Sócrates.Elias Torrão está acusado de ter entregue a um jornalista um planeamento operacional daquele processo relativo à busca realizada a 9 de Fevereiro às instalações da SAE - Sociedade Europeia de Aquacultura.Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o receptor do documento foi o jornalista da revista Tempo, Vítor Norinha, tendo chegado uma cópia do mesmo ao jornal O Independente - sem que se apurasse como - que o divulgou. Por isso, são também arguidos, com o inspector, a então directora do semanário, Inês Serra Lopes, e o jornalista, autor da notícia, Francisco Teixeira. Vítor Norinha foi ouvido como testemunha, embora a inquirição tenha durado mais de três horas - um tempo muito superior ao que, no total, foi gasto no interrogatório aos três arguidos.O julgamento continua sexta-feira, enquanto prosseguem as investigações do caso Freeport. Boal não quis prestar esclarecimentos.

Quem não quer ser lobo…

Este homem vive um drama atroz. Não gosta que o tomem por parvo. E repete as vezes que forem necessárias.
E afirma não ser parvo algum, quando teima que a licença do Freeport e o diploma que, para além de correcções técnicas, alterou os limites da ZPE, foram decididos no mesmo momento, no mesmo local, pelas mesmas pessoas.
Isto porque mantém a mentira de que, para a licença, se tornava necessário o novo diploma que alterasse os limites da ZPE. E de nada vale a explicação dada quanto à tramitação de tal diploma, objecto de consulta por parte do PR junto do PM indigitado, para efeitos da sua promulgação, e ao facto de ser este último, Barroso, a referendá-lo.
Costa bem tenta informá-lo que a licença é um acto meramente administrativo que não vai a Conselho de Ministros, enquanto o diploma, esse sim, tem que ser aprovado em Conselho de Ministros. E também de nada vale recordar-lhe a tramitação do diploma e que, aliás, pode ser objectivamente confirmada.
Ele não gosta de ser tomado por parvo. Ele de parvo nada tem.
E, porque de parvo nada tem, até teoriza sobre os chumbos que o projecto teve. Os chumbos destinaram-se a levar os promotores a perceber que, ou há dinheiro por fora, ou o projecto marca passo.
Se o levarem a sério, de hoje em diante melhor é não chumbar coisa alguma. Não vá sobrar para quem chumbe a suspeita de ter sido comprado / subornado.
Estranha teoria esta. Para mim, o mais normal, a ser desonesto, seria facilitar tudo, ser simpático, com a condição de ser pago / subornado para isso.
Afinal não é assim para Pacheco: chumbar os projectos é que faz render. Quem nunca chumbou projecto algum pode dormir descansado. Se dúvidas houver, apenas terá que se defender com esta teoria de Pacheco.
E acrescentado: Pacheco nem é parvo e não gosta de passar por isso. Mas, por favor, não se invoque a sua honestidade intelectual.
Felizmente, Pacheco há só um. Espero que sem direito a reprodução ou cópia.
Hoje, na Quadratura do Circo, SIC-N

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Avaliação internacional das reformas no ensino do 1º ciclo - Uma correcção a que não se ligou

Estudo da OCDE
Primeiro-ministro e ministra da Educação na apresentação
da avaliação internacional das reformas do 1.º ciclo

O primeiro-ministro, José Sócrates, e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, assistem amanhã, segunda-feira, dia 26 de Janeiro, à apresentação da avaliação feita pela OCDE das reformas realizadas no 1.º ciclo do Ensino Básico.
O evento realiza-se no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a partir das 10:00 horas.
A avaliação foi solicitada a um conjunto de peritos internacionais, liderado por Peter Matthews, para avaliar e aferir o impacto das referidas reformas.
Presente na cerimónia vai estar também Deborah Roseveare, responsável pelo departamento das Políticas da Educação e Formação da OCDE.
Matthews apresentará a avaliação às 10:30 horas e Roseveare comentará às 11:00 horas.
A sessão prossegue às 14:00 horas, com um painel integrado por Ana Nunes de Almeida, do Instituto de Ciências Sociais, Domingos Fernandes, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, e João Formosinho, da Universidade do Minho.
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, estará presente durante todo o evento.
Este o comunicado de 25 de janeiro, às 20.13

No entanto, às 21.43, novo mail, intitulado: 'agenda/correcção' e com o mesmo título, foi recebido nas redacções: correcção do antetítulo e do 1.º parágrafo: onde está “Estudo da OCDE”(antetítulo) e “avaliação feita pela OCDE” (1.º parágrafo) deve ler-se, respectivamente, “Estudo” e “avaliação internacional”.
Segue texto corrigido.

Estudo
Primeiro-ministro e ME na apresentação da avaliação internacional
das reformas do 1.º ciclo

O primeiro-ministro, José Sócrates, e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, assistem amanhã, segunda-feira, dia 26 de Janeiro, à apresentação da avaliação internacional das reformas realizadas no 1.º ciclo do Ensino Básico.
O evento realiza-se no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a partir das 10:00 horas.
A avaliação foi solicitada a um conjunto de peritos internacionais, liderado por Peter Matthews, para avaliar e aferir o impacto das referidas reformas.
Presente na cerimónia vai estar também Deborah Roseveare, responsável pelo departamento das Políticas da Educação e Formação da OCDE.
Matthews apresentará a avaliação às 10:30 horas e Roseveare comentará às 11:00 horas.
A sessão prossegue às 14:00 horas, com um painel integrado por Ana Nunes de Almeida, do Instituto de Ciências Sociais, Domingos Fernandes, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, e João Formosinho, da Universidade do Minho.
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, estará presente durante todo o evento.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

thesoundofsilence

Lino é o Pai da Marta.
A Marta, para além de filha do Lino, era uma pequena endiabrada, obrigando Lino a constantes “cuidado, Marta”, “nisso não, Marta”.
Isto muito lá para trás, mas recordo como se fosse hoje. Toque na campainha, no início de muitos sábados. A Marta queria visitar o amigo. Eu.
Hoje tudo é diferente. Nem sei se a Marta recorda isso. Mas o Pai e eu lembramos bem aquelas visitas matinais.
Hoje a Marta está longe, já com uma carreira académica que envaidece Lino e a mulher de Lino.
Lino que confessa aqui http://tsofsilence.blogspot.com/ que casou com uma mulher - certamente a querer dizer que com uma especial, a Mãe de Marta - e que gostaria de morrer – tem calma Lino! - nos braços de uma mulher.
Pois o Lino encontrou-me por aqui na blogosfera, passados muitos anos, perguntando se era eu o da foto, tendo também em atenção o nome.
Olhem o que pode fazer um blog. Porque há muito não sabia de Lino, depois de uns anos na mesma empresa. Eu saí, ele ficou.
Agora deu-lhe para isto. Depois de umas visitas ao blog, entendeu que o Azereiro poderia ser um dos seis da sua predilecção. Ó Lino, isso faz-se?
Mas agradeço.

O futebol português de luto. Aleluia!

E agora? Que será de nós?
Mas, por favor, não reconsidere. Assuma isso.
Descanse e aceite ser, nos estádios, um mero adepto.
E sabe-se lá se não haverá mais cargos de que se demitir.
Pode ser? Por favor.
Obrigado.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ouçam o Rosas, porra!










Está exaltado, gesticula que nem um danado. Nem se controla, ali na SIC-N. Até afirmou, sobre actos praticados por governos de ou em gestão, que foi Sócrates a dar o tal pavilhão para o Casino. Parece que ouvi bem.
E são os PINs, atribuídos contra o melhor que temos: a natureza, o ambiente. Claro que lá lhe tentam explicar que, com os PINs, apenas se procura agregar, numa mesma entidade, um conjunto de competências de modo a que se possam acelerar os processos. Qual quê! Rosas foi sempre contra os PINs. Abaixo os PINs que, afirma Rosas, facilitam a corrupção.
Depois, há actos que não podem ser despachados por um governo de gestão, grita Rosas. Quais? Pois, reconhece, a lei é ambígua. E, de facto, não determina o que pode ou não ser decidido por um governo de gestão. No entanto, para já, Rosas entende que não se pode. O quê? É pá! Os PINs, a natureza, o ambiente. A corrupção!
Mais a sério: que responderia Rosas, se fosse governante, a um empresário, quando o processo estivesse concluído, em condições de ser aprovado, se estivesse em gestão? Talvez: “eu estou em gestão, senhor empresário, mas o senhor fica ai muito quietinho que agora é o governo que gere. Topa, senhor empresário? Estamos em gestão, a gerir, entende isto? Você aguardará por uma campanha eleitoral, a tomada de posse do novo governo, a reanálise do seu dossier. Até lá tire umas férias, que isso do tempo ser dinheiro é uma treta capitalista. Eu até aprovava, porque o processo está concluído, mas estou em gestão. E gerir é assim.”
Morra o Rosas! Morra! PIN!

Já só faltava a OCDE, Nogueira!















Perante dificuldades e incompreensões
Sócrates elogia resistência da ministra da Educação
26.01.2009 - 14h43 Lusa
O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje a forma como a ministra da Educação resistiu às dificuldades e incompreensões, considerando lamentável a atitude da oposição que diz que o Governo está apenas a trabalhar para as estatísticas."Valeu a pena resistir, não desistir, enfrentar as dificuldades. Este é o caminho para o sucesso", afirmou José Sócrates, no encerramento da cerimónia de apresentação do relatório da OCDE sobre política educativa para o primeiro ciclo (2005-2008). Fazendo rasgados elogios à ministra da Educação, o primeiro-ministro recordou as "dificuldades" e incompreensões que as políticas de Maria de Lurdes Rodrigues têm enfrentado ao longo dos últimos anos, concluindo que "valeu a pena"."Que dificuldades, que incompreensões. Foram quatro anos de governação difíceis, mas valeu a pena", salientou, felicitando directamente Maria de Lurdes Rodrigues pelos resultados. "Foi um gosto trabalhar consigo", acrescentou, lamentando que seja preciso "alguém vir de fora", como os técnicos estrangeiros que elaboraram o relatório da OCDE, para dizer "bravo".Na sua intervenção, José Sócrates deixou ainda duras críticas à oposição, lamentando que diga que o Governo está apenas a trabalhar para as estatísticas. "Que pobreza de debate político, que lamentável a atitude dos partidos políticos de dizerem que lá está o Governo a trabalhar para as estatísticas, como se as estatísticas não fossem importantes", criticou, enfatizando que prefere a existência da medição do sucesso das medidas à "ausência de medição".Ainda a propósito das críticas que a oposição faz às políticas e medidas do Governo, o primeiro-ministro recordou a "controvérsia" que os computadores Magalhães foram alvo. "Se soubessem as críticas, as controvérsias", disse, dirigindo-se aos técnicos que apresentaram o relatório da OCDE. O chefe de Governo acrescentou que as reformas que foram desenvolvidas estão a produzir resultados e que o Governo vai continuar no mesmo caminho, já que "a política educativa é um trabalho sem fim"."Foi preciso resistir muito", insistiu, lembrando que "não há um caminho fácil, nem há atalhos", mas que para um Governo de esquerda como o seu, a Educação é "uma batalha central". Falando depois da ministra da Educação, José Sócrates recordou ainda algumas das reformas levadas a cabo nos últimos anos no primeiro ciclo, como o encerramento de escolas com poucos alunos e sem condições, o alargamento do horário de funcionamento dos estabelecimentos ou a introdução do inglês. "Foi uma reforma muito importante para este Governo, como foi para mim", declarou.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Então! Isso faz-se, sotôres?














Quatro dirigentes do Sindicato dos Professores do Norte demitem-se do PCP
23.01.2009 - 20h46 Lusa
Quatro dirigentes do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) demitiram-se do PCP, acusando o partido de se imiscuir na vida interna da estrutura sindical. A decisão, segundo um dos demissionários, não foi tomada em conjunto.
"Os sindicatos são estruturas independentes quer o PCP goste ou não goste", disse Júlia Vale, membro do secretariado nacional e do conselho nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e dirigente do SPN. Júlia Vale enviou uma carta à direcção nacional do PCP anunciando o desejo de deixar de ser militante do partido onde está "desde os 11 anos de idade". Abel Macedo, coordenador, juntamente com Manuela Mendonça, do Sindicato dos Professores do Norte, demitiu-se com uma longa carta onde explica os motivos que o levaram a abandonar o partido. Também Adriano Teixeira de Sousa e Carlos Midões, dirigentes sindicais, apresentaram cartas de demissão. Os antigos militantes do Partido Comunista Português (PCP) pretendem continuar a exercer funções no SPN. "Houve eleições em Maio de 2008, fomos eleitos e não é por sairmos do PCP que vamos deixar de pertencer ao sindicato", referiu ainda Júlia Vale. O Sindicato dos Professores do Norte integra a Fenprof e a CGTP. As demissões ocorreram na mesma semana, mas Júlia Vale garante que não foi "uma posição conjunta". "Houve uma coincidência de datas. Não combinámos demitirmo-nos, mas consideramos que existe um limite para tudo", frisou. Os professores acusam membros do PCP de "perseguição" dentro do sindicato. "Era militante, pagava as quotas, sou dirigente sindical, mas há dois anos que o PCP não me convocava para qualquer tipo de reunião", finaliza Júlia Vale.

Vamos lá cumprir, Nasibu!













Sabia lá eu uma destas. Mas é verdade. As Nações Unidas declararam, a 12 de Dezembro, em Roma, que 2009 seria o ano da graça, melhor, o Ano Internacional do Gorila, uma espécie ameaçada de extinção.
Por isso o Zoo de Lisboa, que se socorreu de um programa europeu visando a reprodução de gorilas, é agora a morada de um jovem com 12 anos, de nome Nasibu, um Gorila-ocidental-das-terras-baixas, proveniente da Suécia. Um órfão desde os sete dias de vida.
Cessa assim o abandonado, após a morte do macho Cucu, em que se encontravam três gorilas fêmeas: a Back (24 anos), a Ulca (27 anos) e a Anguka (14 anos), agora umas sortudas.
O papel de Nasibu é importantíssimo. Agora só tem que cumprir.
Bem-vindo, Nasibu. E cumpre.
Foto do Jardim Zoológico

As vacas dos Açores, o BE e o malandro do Zé




Ter-se-á o Bloco de Esquerda antecipado a qualquer iniciativa da Protectora dos Animais?
Na verdade, a sua concelhia de Lisboa está contra a acção promocional dos Açores no que respeita à exposição de vacas na Praça de Espanha. Porque temos o tráfego, o ruído e… pobres das vacas.
E como comove esta preocupação com o “bem-estar e a sanidade dos animais”, particularmente quando se trata de mais uma cedência de um espaço público da cidade, com “prejuízo da livre circulação e usufruto desses espaços pelos cidadãos e da qualidade do ambiente urbano”.
Claro que a autorização da CM de Lisboa dever-se-á ao Zé que o BE utilizou para a sua campanha autárquica, mas a quem veio a retirar a sua confiança política. Mas isso deve ser mera coincidência.
Nas fotos: vacas dos e nos Açores.

De derrota em derrota...

São já centenas as escolas, já são milhares os professores... diz ele!
O que o PS, irresponsavelmente, não faz, os professores, responsavelmente, não deixarão de o fazer. Ainda ele.
Mas isto das centenas e dos milhares já é tão recorrente...
Será que se trata dos mesmos de semana para semana e de mês para mês? Então isto não cresce?
Claro que, quanto ao que é responsabilidade e irresponsabilidade, bastará perguntar a quem sabe: a Nogueira, a quem poderia ser?
Tudo porque também não passou a iniciativa do CSD/PP na AR e que visava a suspensão da avaliação dos professores. E que teria o voto de Nogueira, se fosse deputado. Porque nisto do quanto pior melhor, até o diabo serve para aliado.

Qimonda...

...o azar de uns, a felicidade de outros, na política à portuguesa. Basta ouvir as reacções de alguns dos outros.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Frases que batem no fundo

"Isso é o que toda a gente diz, mas não é verdade", afirma Pacheco, quando António Costa questionava a legalidade, à luz do direito internacional, da intervenção / invasão do Iraque pelos EUA.
Hoje na Quadratura do... Circo. Na SIC-N.
Toda a gente, com a sua única exclusão, claro. Quem mais poderia ser tão especial, tão clarividente? Toda a gente é toda a gente. Mas Pacheco não habita ali. É de outro mundo. Do mundo da verdade. Da única, por si autenticada.

Viva Obama!










Dear World:

We, the United States of America , your top-quality supplier of the ideals of liberty and democracy, would like to apologize for our 2001-2008 interruption in service. The technical fault that led to this eight-year service outage has been located, and the software responsible was replaced November 4. Early tests of the newly installed program indicate that we are now operating correctly, and we expect it to be fully functional on January 20. We apologize for any inconvenience caused by the outage. We look forward to resuming full service and hope to improve in years to come. We thank you for your patience and understanding,
Sincerely, THE UNITED STATES OF AMERICA
Contributo do Jorge

Irá ser este o futuro?


Contributo do Jorge

Uma pedrada no charco

É por causa dos seus livros que Alice Vieira é convidada para ir às escolas. Há 30 anos, falava de “Rosa, minha irmã Rosa” aos alunos dos 3.º e 4.º anos, hoje fala sobre o mesmo livro aos estudantes dos 7.º e 8.º. “Alguma coisa está mal”A escritora Alice Vieira começa por dizer que de educação percebe pouco. “Nunca fui professora na minha vida!”, justifica. Mas há três décadas que anda pelas escolas e observa o que se passa no mundo da educação. O retrato que faz, reconhece ser “assustador”: professores com fraca formação, alunos que não compreendem o que aprendem. Defende mais disciplina e mais autoridade para a escola. Quanto à luta dos docentes confessa, bem disposta: “Saúde e Educação seriam os ministérios que nunca aceitaria!”. Teme que se a contestação continuar o ano lectivo possa estar perdido.
Esta é a segunda greve de professores, este ano lectivo. Em que é que estas acções influenciam a qualidade da escola pública?
Os professores têm um calão muito próprio e gostava que um professor e a senhora ministra da Educação se sentassem e me explicassem o que é que é a avaliação? O que é que os professores têm que fazer? Para eu perceber! Os professores dizem que têm muitas fichas para preencher. Que tipo de fichas? O que é que a ministra quer fazer com aquilo?
Sente que a opinião pública tem as mesmas dificuldades em compreender o que se passa?
A maior parte não compreende e os professores queixam-se disso mesmo. Eu não quero acreditar que o que se passa é como aquela anedota, em que “todos vão com o passo errado e só o meu filho é que vai no passo certo”. O descontentamento é geral e quando 140 mil professores vêm para a rua, é óbvio que devem ter razão, mas não têm toda. A ideia que tenho, desde o princípio é de que a ministra tem razão em querer que os professores sejam avaliados, mas ela não sabe transmitir o que quer.
Isso reflecte-se no modo como as negociações têm sido conduzidas?
Sim, é visível nos vai-e-vem. Agora avalia-se assim e depois já é de outra maneira... As pessoas não sabem muito bem o que é ou não é. A ideia que passa é que os professores não querem trabalhar, que não querem ser avaliados e é fácil veicular essa ideia porque os professores são um grupo complicado.
Porquê?
Porque chegam a uma certa altura da carreira, têm os seus direitos adquiridos e é mais difícil aceitar outras coisas. Chega-se a uma altura em que as pessoas estão cansadas.
Sente isso nas escolas aonde vai?
A primeira coisa que ouço dizer é: “Estou cansada”, “vou-me reformar”, “estou farta disto”, “não me pagam para isto”... É só o que eu ouço.
Mas sempre ouviu esses lamentos ou agudizaram-se nos últimos anos?
Há 30 anos que vou às escolas e ouço-o agora. As leis são iguais para todos, mas há escolas onde dá gosto ver o trabalho que os professores fazem, que estão motivados e a ministra é a mesma! Não é a totalidade das escolas, mas sobretudo nas mais afastadas, nas do interior, encontro gente motivada e a fazer bons trabalhos. Essas escolas nem vêm no ranking das melhores. Também vou a privadas, ligadas à Igreja Católica, às vezes converso com professoras minhas amigas e conto-lhes: “Os alunos entram em fila, ou levantam-se quando eu entro, não fazem barulho...”. E respondem-me: “Está bem, mas isso é nessas escolas”. E eu pergunto: “Mas se está bem para essas escolas, porque é que não está para as outras?!”
A escola pública está a perder qualidade?
Há um desinteresse, um cansaço e depois há o problema da formação. Eu não quero generalizar, mas esta gente mais nova... Qual é a preparação que tem? Converso com professores e é um susto, desde a língua portuguesa tratada de uma maneira desgraçada, até ao desconhecimento de autores que deviam ter a obrigação de conhecer... Sabem muito bem o eduquês, mas passar além disso, é difícil. Muitos professores com que lido têm uma formação muito, muito, muito deficiente. Eles fazem com cada erro, que eu fico doida! E não só falam mal como se queixam diante dos miúdos. Podem dizer mal entre eles, mas não diante dos alunos, que depois reproduzem e a balda vai ser completa. A responsabilização dos professores é fraca, eles não são muito seguros e os alunos sentem que os professores não são seguros.
É por isso há atitudes de indisciplina e de violência?
Por exemplo, as manifestações dos miúdos também me perturbam um bocadinho, porque eles não sabem o que andam ali a fazer. Os miúdos devem aprender a falar bem, para saber reclamar, reivindicar, é uma questão de educação.
Mas nesse caso a culpa não é da escola, pois não?
Também é. Os professores queixam-se muito que têm de ser pai, mãe, assistente social, educadores... Pois têm! Porque a vida dos miúdos é na escola. Em casa não lhes dão as mínimas noções de educação, o simples “obrigada, se faz favor, desculpe”. Quando os alunos vêem os professores na rua, a berrar e a gritar, o que é que eles pensam? Os alunos manifestam-se para exigir melhor ensino? Não. Não os vejo preocupados porque os professores os ensinam mal.
Com alunos e professores na rua, o ano lectivo está perdido?
Não me parece que esteja perdido, se houver bom senso. Não se pode estar a brincar. As pessoas não entendem muito bem que o maior investimento que podem fazer é na educação. Se não tivermos gente educada, a saber, capaz, o que é que vai ser de nós? Estamos a fazer uma geração que não se interessa, não sabe nada, mas berra e grita. E isso perturba-me.
Volto a perguntar, a educação está a perder qualidade?
Eu comecei a ir às escolas há 30 anos, para apresentar o meu primeiro livro “Rosa, minha irmã Rosa” e ía falar com os alunos de 3.º e 4.º anos. Agora vou, exactamente com o mesmo livro falar a alunos dos 7.º e 8.º anos. Alguma coisa está mal. É assustador! Outra coisa assustadora é a utilização da Internet.
Não concorda com o acesso dos mais novos às novas tecnologias?
Estamos a queimar etapas, a atirar computadores para os colos dos miúdos quando não sabem ler nem escrever. Só devia chegar quando tivessem o domínio da língua e da escrita.
E os mais velhos?
Os mais velhos, não sabem utilizar a Internet, não sabem pesquisar, eles clicam, copiam e assinam por baixo. Eu chego a uma escola, vou ver e fizeram 50 trabalhos sobre um livro meu, todos iguais, com os mesmos erros e tudo, porque descarregam da Internet. Pergunto aos professores e respondem-me: “Mas eles tiveram tanto trabalho a procurar...” O professor tem que ensinar a pesquisar. Às vezes, estou a falar com os alunos e tenho a sensação nítida de que não estão a perceber nada do que eu estou a dizer.
Essa sensação é generalizada?
No geral, as crianças têm muitas, muitas dificuldades. E os professores, logo à partida, têm medo que os alunos se cansem e nem tentam! “O quê? Dar isso? Eles não gostam, cansam-se”. Há um medo de cansar os meninos. Desde 1974 que os alunos têm sido muito cobaias da educação. E os professores e os alunos não sabem muito bem o que é que andam a fazer... Aconteceu uma coisa terrível é que tudo tem que ser divertido. Há duas palavras que me põem fora de mim: moderno e lúdico! Tudo tem que ser lúdico, tem de ser divertido, nada pode dar trabalho. Não pode ser!
É preciso mudar a mensagem?
Quando vou às escolas esforço-me imenso por transmitir aos alunos que as coisas dão trabalho. E eles olham para mim como se fosse uma coisa terrível. Há muitas maneiras de se abordar as coisas, mas se os próprios professores passam a mensagem de não querer ter trabalho... Quando vou ao estrangeiro, vejo os professores e penso “se fosse em Portugal, não era assim”. Eles fazem o que for preciso fazer. Cá dizem que não é da sua competência... Isso é complicado.
Disse que as escolas do interior são diferentes das de Lisboa. Essas diferenças não se devem aos públicos que cada escola acolhe?
Sim, os miúdos de Lisboa têm mais solicitações, ao passo que para os de Trás-os-Montes, a ida de um escritor à escola é uma festa! Em Lisboa já não há lisboetas, há miúdos de todas as terras, de todos os países... E porque é que os miúdos da Europa de Leste se destacam nas escolas? Porque vêm de culturas de trabalho e, desde cedo, ouvem dizer que têm que trabalhar. Com a democracia, as portas abriram-se, a escola deixou de ser de elite e estão todos na escola. Ainda bem! Mas os professores não estavam preparados para isso e admito que é difícil.
Falta-lhes formação?
Eu gostava de saber onde é que os professores são formados! Mas tendo alunos tão diferentes é necessário fazer formação. Porque, coitados dos professores, são deitados às feras! Como se chega aos alunos? Muitas vezes, olho para eles e vejo que não estão a ouvir nada. E eu apanho o melhor da escola, a parte boa, não tenho um programa para dar. Agora, quem está todos os dias na escola, compreendo que seja um stress terrível. A educação é daquelas matérias em que, se calhar, são precisas medidas impopulares, mas necessárias. Na educação nunca se fez um salto, que é necessário, nunca houve um ministro de quem se diga “fez”.
É precisa mais disciplina?
É preciso mais autoridade, o professor não pode fazer nada, não tem autoridade nenhuma. A solução passa por mais interesse e mais disciplina. O gosto pelo que se faz. E o professor tem que sentir esse gosto e passar aos miúdos. A profissão é de risco, de missionário e não de funcionário público na acepção pejorativa da palavra. Não é uma profissão como as outras e não é seguramente a de preencher impressos...
Como é exigido na avaliação?
Voltamos à avaliação! Ela é necessária, todos nós devemos ser avaliados, mas não pelo parceiro do lado ou pelo filho do patrão! Não faço ideia de como é que se avalia, mas na educação existe gente competente, que estudou, e devia ser chamada para dizer como avaliar. Não concordo que sejam avaliados entre eles. Não se pode ser irredutível, quer dum lado [professores] quer do outro [ministério]. As manifestações, no momento a que se chegou, não levam a nada, já vimos que agita, mas não levam a nada.
Parece-lhe que o conflito entre ministério e professores não tem fim à vista?
Os professores estão cansados, o que também é mau, porque aceitar uma situação só porque já se está cansado não é bom. Tem de haver uma solução, senão o ano lectivo perde-se e o culpado não será só um.
Os pais têm de ser mais envolvidos na vida da escola?
Sim, mas não podem delegar tudo na escola. A questão da violência é um reflexo do que os miúdos trazem de casa. Os pais têm que se envolver mais não apenas para saber as notas do filho ou se o professor falta. A casa é a primeira escola da criança e se em casa não recebe o mínimo de condições, não sabe como estar com os outros, chega à escola e é o que se assiste. Às vezes parece que os pais de agora têm medo de actuar, de falar com os miúdos. Tem de haver limites e os miúdos precisam e querem que esses sejam estabelecidos. Tem de haver regras em casa, como na escola.
Os pais compreendem a contestação dos professores?
Quando há uma greve, os pais pensam: “Que chatice e agora onde é que deixo as crianças?” Há muitos pais que compreendem. Agora outras camadas... Quando os professores se queixam que estão mais horas nas escolas, as pessoas pensam que eles não querem trabalhar. Mas também penso que já perceberam que os professores têm muitas razões.
As manifestações e greves podem levar os pais a transferir os filhos para a escola privada?
Antes, a escola pública era melhor. Se calhar, agora já não é por causa destas convulsões e porque os professores bons se vão reformando. Compreendo que os pais se preocupem e optem por uma privada ou por mandar os filhos para fora
Entrevista de Bárbara Wong
Público, 19-01-09 - versão on-line

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pregando verticalidade

Não é fácil conhecer as competências desta senhoria em matéria de educação porque, nas suas crónicas semanais no Público, pouco lhe sobra para ir mais além que não seja ficar-se pela ministra – seu odiozinho de estimação – pelo modelo de avaliação – para ele uma monstruosidade – e outros faits divers cuja única exigência é permitirem-lhe estar do contra. Tem todo o direito a isso.
Santana Castilho, de sua graça, também terá escrito cartas abertas ao PM mas, como em geral acontece com aquilo que é para todos, ninguém lhe respondeu: o PM ou alguém por si.
Mas é um valente que assina na qualidade de Professor do Ensino Superior, porque exerce, enquanto licenciado em educação física, num Instituto Politécnico.
Da crónica de hoje, e para explicar porque faz jus a uma valentia digna de destaque, retiro isto:
A dialéctica dos presidentes dos conselhos executivos que se reuniram em Santarém é, neste quadro e no mínimo, curiosa. Disseram eles que a solução do problema (suspensão do modelo de avaliação do desempenho) estava agora na mão dos professores, que não deveriam entregar os objectivos individuais. Eles, presidentes, estavam por lei obrigados a afixar prazos para essa entrega e tinham de os cumprir. Não consigo perceber esta lógica. Então uns, os índios, devem desafiar os normativos e arriscar-se a não os cumprir. E outros, os chefes, nem sequer equacionam dizer "não" ao feiticeiro? E tendo admitido a hipótese de se demitirem em bloco, logo concluíram que não senhor, que isso seria servir o poder? Prefiro chefes que dêem o exemplo. E penso que a demissão dos cargos de execução de políticas com que não se concorda é um belo exemplo de várias iniciativas verticais, que já teriam conduzido muitos à horizontalidade dos defuntos.”
É verdade que este valente não dá exemplos pessoais e que poderiam servir de referência aos presidentes dos conselhos executivos das escolas. Isto é: não informa quando é que, perante uma lei de que discorda ou algo da mesma natureza, optou pela demissão do que quer que fosse.
Mas quem sabe se não é um felizardo que nunca teve de se defrontar com situação daquela tipo. Ou porque sempre concordou com tudo, ou porque nunca nada lhe desagradou. O que fará dele um homem feliz, embora, pela cara, o não pareça. Mas há caras que enganam. Por vezes, muito.
Mas isto de estar de fora e pedir que o peito a oferecer às balas seja o dos outros...

O Azereiro citado

Uma citação por aqueles que se apreciam.
Aqui http://corporacoes.blogspot.com/

Viagens na Minha Terra

• A. Moura Pinto, Uma desconsideração do Público
• André Salgado, Falha de comunicação
• Eduardo Pitta, AS TRÊS PONTAS
• Hugo Gaspar, Os Querubins de Paulo Portas
• J.M. Coutinho Ribeiro, Realmente, isto é um bocado confuso (2)
• jmf, Obama explicado às criancinhas ou, mais apropriadamente, Obama for Dummies
• João Pinto e Castro, Pensar o impensável
• Jorge Bateira, O século XXI começa hoje
• José Simões, Da Propaganda
• Luís Lavoura, Manuela errou
• maradona, Ainda adoeço para aqui
• Porfírio Silva, alguém me ajude, por favor
• Rui Pena Pires, Desigualdade e fiscalidade
• S., O que convém dizer
• Tomás Vasques, Meteorologia
• Vital Moreira, Disparar sobre a segurança social

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Uma desconsideração do Público

Ontem o dia era importante. Haveria que manter o elevado nível da luta contra a avaliação e, agora, também contra o ECD.
Como prognósticos só depois do jogo, aguardei pelo Público de hoje, para ver os resultados.
Primeira página, nada. O Público passou-se? Não houve greve?
Páginas 2 e 3, tomada de posse de Obama. Páginas 4 e 5, ainda a propósito da tomada de posse de Obama. Páginas 6 e 7, análises sobre o que virá com Obama. Páginas 8 e 9, ainda Obama. Páginas 10 e 11, Obama. Quem merece, merece. Obama merece.
Página 12… Ufa!
“Greve com adesão alta, mas menor que a de Dezembro”
e, com mais destaque, “Só viemos às 8.30 para termos mais tempo para nos divertirmos!”. Parece que a festa foi dos alunos.
Segundo os sindicatos, 91% ontem contra 94% em Dezembro. Para o ME 41%, sem que, segundo o Público, entrem os docentes das escolas (27% do total) que encerraram.
Mas 91% são atirados para a página 12, sem qualquer chamada na primeira página? Ou será que já não acredita em Nogueira?
E, para que se não some 41% e 27%, há que dizer que 27% das escolas não significam 27% de professores. Podem ser mais, ou menos. E foram fechadas por quem e com que objectivos?
Já agora: o ME reviu em alta o seu número quando à greve de Dezembro – de 61% para 66.7% - e isso, certamente, tendo em conta os descontos feitos nos ordenados dos grevistas de Dezembro. Isto pode ser objecto de auditoria. O que obriga a ser sério.
São sérios os números da Fenprof? Quem fez greve não recebeu o dia de ontem. A Fenprof só terá que fazer exibir os recibos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quem tem mais?















- Paulo Portas tem seis vice-presidentes!
- Grande coisa! A Branca de Neve tinha sete...

A convicção como verdade, segundo Pacheco





Por vezes é assim. Põe-se de lado uma folha de jornal ou porque a ela se quer voltar, ou porque é mais ou menos importante reter o texto. Até que uma decisão se toma: manter ou deitar fora.
Vou deitar fora. Mas fica-me um amargo de boca. Porque, no caso, a dissertação de JPP sobre o que é mentira e, em particular, o que é a mentira boa e a má, a condenável, é um espanto.
O texto respeita à mentira – ou à convicção, sem sustentação em factos – sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque, e que foi a justificação para uma guerra com os resultados conhecidos. No Público de 29-03-08.
O destaque a encarnado da crónica de JPP reza assim: “Sim, algumas provas eram “mentira”, mas a convicção de que havia armas de destruição maciça não era mentira”.
Para uma mentira, mesmo que aspada, basta a convicção. Mas não a de qualquer um. No caso dificilmente passaria a convicção de outros que não fosse a de Bush, de Blair e, porque não?, a de JPP. Na altura, bem tentou Hans Blix, chefe dos inspectores da ONU, convencer que não existiam tais armas. Mas, para JPP, que poderia valer a convicção de Blix?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Que sabemos nós uns sobre os outros?

Gostei de, recentemente, ter ouvido esta senhora numa sessão na Almedina, a propósito da leitura – ou de como ler – o Alcorão.
E vale a pena dar conta do modo sereno com que comenta as “incendiárias” afirmações do Cardeal de Lisboa. Afirmações que muitos ousariam fazer, de forma convicta. Mas D Policarpo é cardeal, sujeito a uma incompreensível censura que se pretende associar ao cargo que exerce. Maldito seja o politicamente correcto.

“Há alguma razoabilidade no que disse D José Policarpo. Há problemas graves de violação dos direitos da mulher muçulmana, fundamentalmente em leituras parciais do Alcorão. É verdade que “ninguém despende nem sequer uma hora das suas vidas para aprender mais sobre o islão, e que é preciso saber o que “pensam estas comunidades para que as possamos conhecer e respeitar”. Infelizmente, a celeuma fez-se em redor do que correu menos bem no estilo irreverente que até aprecio neste cardeal. Mas não acredito que ele tenha querido ofender. Também no catolicismo há muito a dizer sobre o papel da mulher na Igreja ou sobre a legitimidade do poder patriarcal. Quanto sabemos nós uns sobre os outros e o que fazemos para saber mais? Conhecer os muçulmanos não passa só por ler o Alcorão, mas por conviver com eles e escutá-los. A violência doméstica não é exclusiva das religiões, nem será um facto isolado entre os muçulmanos – em Portugal as estatísticas falam por si. É muito perigoso fazer uma leitura monolítica sobre 1,2 mil milhões de muçulmanos com práticas, tradições e leituras de fé diferenciadas.”
Faranaz Keshavjee, Membro da comunidade ismaelita
in Público de 15-01-09

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Lobo e Capuchinho, na Quadratura do... Circo














Diz o lobo que é inconcebível o silêncio do governo face à alteração dos pressupostos que conduziram à fixação do aumento salarial de 2.9% para a função pública.
Isto porque, se os 2.9% tinham em conta uma inflação de 2.6%, então haveria que corrigir / reduzir o aumento uma vez que a inflação se estima agora em 1%.
Esquece que a função pública acumulou em anos sucessivos considerável perda de poder de compra. Diferença que o aumento de 2.9% de modo algum repõe.
E capuchinho acompanha o lobo. Que sim senhor, que é uma vergonha o silêncio.
Eu não sou funcionário público. E eles também não aparentam nada sê-lo. Deve ser a diferença. Sem que isso explique, por si, toda a falta de vergonha.

As atribulações de Lino

Descarrila um comboio? Tiros sobre a tutela. A culpa é da tutela. Atrasa-se a obra? Porrada na tutela. A culpa é da tutela. Há desvios nos custos orçamentados? Paulada na tutela. A culpa é da tutela. Prometeu-se e não se fez? Pancada na tutela, a culpa é da tutela.
O ministro quer conhecer a programação das inaugurações para poder lá estar e as festejar? Que descaramento! A tutela serve para a porrada, paulada, pancadaria. Obra feita é para ser escondida ou para ser atribuída ao Bom Jesus de Braga.
E Lino nunca mais aprende que é assim. E quanto isso incomoda tantos e, em particular, JMF, conforme pode ler-se no editorial* no Público de 14-01-09.
*chama-se editorial aos artigos de opinião militante de JMF.

Um homem de coragem

Esteve lá dentro e fez, certamente, o juízo sobre a supervisão antes de apresentar o plano com que pretendia recuperar o BPN. Plano que implicava que o estado entrasse no capital social com uma pipa de dinheiro, mas sem direito a voto, isto é, com recusa de qualquer outra intervenção do estado que não fosse largar dinheiro para o seu plano.
Não lhe fizeram a vontade. E aí o temos agora a declarar que houve uma falha longa e grave de supervisão que até atinge o governo.
Parece que teria ficado calado caso lhe tivessem dado a pipa de massa, isto é, tudo era uma questão de pipas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Honesto e independente sou eu, mais ninguém!

Ali na SIC-N, há momentos, este inenarrável senhor permite-se uma afirmação mais menos assim: uma comissão de inquérito que tem presidente e relator do PS não vai dar em nada. Para ele, honestidade e independência é tudo uma questão de cor política. Ou de odiozinhos de estimação. Ou de fretes.

Distracção ou coisa sem importância?

Há quem suspeite da existência de um garganta funda no Palácio de Belém, face às notícias que têm sido publicadas e com origem em fontes anónimas mas dadas como próximas da Presidência da República. Foi o caso do eventual chumbo do orçamento, a antecipação da notícia sobre a promulgação do decreto respeitante à avaliação dos professores. E, mais recentemente, sobre o que pensará o PR do calendário eleitoral para 2009.
A isto Mário Crespo reagiu com "Uma coisa é certa: ou as notícias saem lá de dentro (da Presidência) ou são inventadas pelos jornais."
Credo! No que se foi meter. O Chefe da Casa Civil entendeu reagir por carta junto do Director de Informação da SIC, repudiando aquela afirmação. Mas, até aqui, vá que não vá. Só que da carta foi enviada cópia a Pinto Balsemão, presidente da empresa proprietária da SIC e, igualmente, conselheiro de Estado. E a Crespo, nada.
Estas intromissões são coisas caras a Pacheco Pereira. E fui procurar conhecer no Abrupto a sua reacção.
E que temos lá? Fotos, texto do Pe António Vieira, livros antigos sobre física, química, matemática. E mais early morning blogs. E mais fotos. E os selos postais e a guerra. E mais uma vez o jardim de Santo Amaro. E mais fotos de leitores. E uma bicada ao Expresso da Meia Noite da SIC-N porque, para o debate entre Israel e os palestinianos, se limitou a convidar militantes pró-palestinianos.

Citações

As citações de quem apreciamos têm especial sabor...

Viagens na Minha Terra
• A. Moura Pinto,
Um discurso com interrupções de Crespo, hoje na SIC
• Ana Matos Pires, Andava aqui com duas entaladas
• Eduardo Pitta, VARA, AGAIN
• jmf, Snob
• O Jumento, O garganta funda de Belém
• Rui Pena Pires, Sabe mesmo no que votou?!
• Vital Moreira, Autonomia escolar, Situações excepcionais e Ruído comunicacional

Aqui: http://corporacoes.blogspot.com/

Desterrados cá dentro?

No Público on-line de hoje temos a notícia da convocação de uma manif para o dia 24, frente do Palácio de Belém.
E daí retiro este parágrafo:
“O Movimento Mobilização e Unidade dos Professores, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, o Movimento Escola Pública, o Movimento dos Professores Desterrados e a Comissão de Defesa da Escola Pública são os restantes cinco organizações que formaram a Comissão Provisória de Coordenação das Escolas em Luta, responsável pela organização do protesto. “
Então também temos um movimento de desterrados?
Para ver se eu entendo: então há professores que, para além de outras regalias, ainda se permitem reivindicar o local onde exercer? Com direito à escolha?
E há movimentos a favor da Escola Pública, da Defesa do Ensino e coisas assim, que se sentem confortáveis com presença de um movimento de desterrados, como a querer dizer que isso de Escola Pública não é para todos, para o país inteiro?
Mas também é por isto que esta luta contra a avaliação é muito divertida. Porque o ridículo também pode divertir, quando não faz ter dó desta falta de imaginação. Sobretudo num país de emigrantes e onde hoje muitos são obrigados a atravessar a fronteira para laborar em muito piores condições, com muito menos regalias.
Mas professor é uma classe à parte. Haja quem a sustente.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O livro

Ao primeiro olhar, é um objecto físico, artístico, que toco, apalpo, que cheiro. Ainda não é acto, apenas o início do prazer. Mas quando o toco, o cheiro, o olho, experimentamos a mútua sedução.
Penetro-o folheando-o, ao ritmo da absorção das palavras. Que identifico, retenho, repito. Por vezes afagando-o e, consentidamente, esquadrinhando-o, dobrando-o, riscando-o, anotando-o, apertando-o.
E não me importo de ser um mero releitor. Porque nenhum autor me impede de habitar diferentemente esta solidão povoada de palavras, esta bem diferente solidão a dois. O autor agora somos nós.
Por isso, agora é connosco. Ao autor serão alheios as emoções, os sonhos, o despertar dos sentidos, este prazer conseguido no ócio criativo de reler.
Em qualquer lugar. No tempo que haja.
Foto amp

Um discurso com interrupções de Crespo, hoje na SIC

O meu programa é ganhar a maioria absoluta e mudar o país.



Nunca estive contra os líderes partidários. Aguardo um exame de consciência de MFL até Fevereiro. Se ela me garantir que tem condições e quer ganhar a maioria absoluta, eu dispo a camisa e aí vou eu. Sou muito amigo de MFL.
Eu sempre fui keynesiano – para ele sinónimo de esbanjador - e parece que agora o PM aderiu à minha ideia.
Quem me travou foi sempre o meu partido. Eu imporia disciplina para remar contra a maré. Mas queriam-me como um quarto candidato. Mas eu recuso as tontices internas. Os grupos. Na Madeira não há grupos porque há um líder que impõe a disciplina. E quem não concorda sai fora.
Há que acabar com os grupos. Não falo para a classe política, mas para todos os portugueses.
Quem é o Passos Coelho?
Quando ando por Lisboa, sempre sem segurança, todos querem falar comigo.
Cavaco – que já foi o Sr Silva - fez o melhor governo contra a comunicação social. Há que a combater como se fosse um partido político.
Há uma política separatista em Lisboa.
Dêem-me uma guitarra que unhas eu tenho.
Mais ou menos isto. E muito mais.
Ao lado, estava um jornalista que abriu e encerrou o discurso. Com um boa noite.
Então, boa noite.

Parabéns, CR














Mas ainda tens que convencer com esta camisola.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Siena, Segovia e Ibánez





Quando ali me sentei, numa esplanada, já há muito por lá tinham estado aluno e mestre. Acabo de o saber.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um mestre para as crises

Em geral, os cognomes desta gente são eloquentes. No caso do grande mestre Badio, para além de grande e mestre, estamos perante um ilustre espiritualista e cientista. Nem mais, nem menos, que a credibilidade conquista-se assim. A modéstia tramar-lhe-ia o negócio.
E a que se atreve mestre Badio, segundo uma nesga de papel que me foi deixada na caixa do correio?
Pois a resolver todos os problemas nos mais variados campos: amor, insucessos, depressões, negócios, injustiças, casamento, impotência sexual, maus-olhados, doenças espirituais, sorte nas candidaturas, desporto.
Para além disso, aproxima e afasta pessoas amadas – reparem: amadas, sobre as outras nada diz – com total rapidez.
Faz ainda emagrecer ou engordar.
Com consultas presenciais ou à distância, uma comodidade, a fazer lembrar aquelas linhas de emergência. Tudo muito simplex.
Com eficácia e honestidade. Por isso, para além de facilidades no pagamento, este só é exigido após resultados. Mas se é mesmo eficaz, não me admira que tb tenha artes para fazer reverter à situação anterior as maleitas tratadas aos caloteiros.
E sabem quando pagaria a Segurança Social, em dias perdidos, se me passasse uma credencial? Sete dias e, admito, apenas com tratamento ambulatório. E não me parece que houvesse que suportar despesas de farmácia, análises, exames clínicos. Resultados em sete dias, é só um instantinho.
Ena! Reparo que reside por aqui, na minha vizinhança. Vou-me atrever. Que a recessão, os resultados do glorioso estão a deixar-me deprimido. E não me parece que a consulta esteja excluída da minha apólice mas, se estiver, mestre Badio dir-me-á como dar a volta à seguradora.
Depois, se me garante sorte numa candidatura, quem sabe, quem sabe, com três eleições à vista. Até aceito um lugar à partida inelegível.
O tipo da foto não é mestre Badio, mas um seu concorrente.