segunda-feira, 30 de março de 2009

O copo? Aceitemos que seja mero detalhe.

O vinho, muito menos o tinto, não se serve em copos de cocktail. Mas a imagem é fantástica.
Se é campanha a sério, ”chapeau” ao criativo. Apesar do copo.

O mesmo diria eu da mulher...

“A parte física da aparência do macho é-me secundária. O que me leva para os braços é aquele que tem algo que apaga a aparência”.
Lídia Jorge, em conversa com Ana Sousa Dias.
Pública de 29-03-09

Enchendo o silêncio...

Com prata da casa. De bom toque.

domingo, 29 de março de 2009

Enchendo o silêncio...

Há mais de 30 anos, numa loja de discos em Dijon, identifiquei, discretamente, no balcão, a capa do disco que tocava. Não quis perguntar. Era ainda a época do vinil, o interprete era outro.Depois foi só localizá-lo nos expositores. E não saí sem ele. Um amor aos primeiros acordes. Que se mantém.

Palhaço rico, palhaço pobre e ricos palhaços

"O teu dinheiro, o meu canal"
“Alguém acredita que o quinto canal tenha ficado pelo caminho pelas razões apresentadas pela maioria pró-governamental da ERC? Aquilo é papel para o lixo. Basta ler as declarações dos outros dois membros da ERC. O que aconteceu então neste processo? Apresento aqui a minha interpretação.
O PS-Governo queria um canal de TV para si. Mas feito com o dinheiro dos outros. Abriu concurso. A administração da ZON, simpaticamente, predispôs-se a fazer um canal para o PS-Governo, dirigido por Emídio Rangel. Este, na sua sede de vingança contra a SIC, apresentou um projecto megalómano. O concurso coincidiu com a crise mundial. Os principais accionistas da ZON acharam que perderiam dinheiro com as loucuras da administração e de Rangel só para contentarem o PS-Governo. O projecto grandioso foi substituído por um projecto exequível, de pequena dimensão.
Entretanto, Rangel reuniu família, amigos e companheiros de estrada e reapresentou o projecto chumbado pela ZON. Mas donde viria o dinheiro para a Telecinco, que os ricos accionistas da ZON não tinham? Não dizem. Suponho que pura e simplesmente não havia, nem há. Se não há dinheiro para grandes empresas, sérias e sólidas (a banca não tem nem dá crédito, o ais arrisca-se à insolvência), como haveria para um projecto megalómano num investimento arriscadíssimo, a 20 anos? Dominando hoje uma parte da banca, o PS-Governo percebeu que a Telecinco seria um fiasco financeiro e poderia perder-lhe o controlo, se esta se ligasse a bancos e investidores que ele não controla. O PS-Governo preferiu então abortar a sua aventura irresponsável do quinto canal. Na manhã do dia em que a maioria pró-governamental da ERC veio tomar a “sua” decisão (sua, dele Governo, como diria Miguel Esteves Cardoso), o deputado do PS Arons de Carvalho já anunciava ao DN o chumbo da ERC aos dois concorrentes. O quinto canal morreu por aplicação da velha máxima: não há dinheiro, não há palhaços.”

“Olho Vivo” – Eduardo Cintra Torres – Público de 28-03-09

É assim que este cavalheiro faz e publica opinião, de olho vivo. Este cronista que, sistematicamente, acusa a TV pública de estar governamentalizada, interpreta, de acordo com o amor que tem pelos seus ódios de estimação. Então, se a TV pública está minada, para que um novo canal para o PS-Governo?
Não há dinheiro, não há palhaços? Certo. Mas o que fica prova bem que basta haver dinheiro para que ECT faça o seu número de palhaço, porque as suas crónicas, as suas palhaçadas, são pagas. Quando assim é, como levá-lo a sério?
Já agora: há o palhaço rico e o palhaço pobre. E uns ricos palhaços, que nada têm a ver com aqueles, pois se limitam a miseráveis tropelias. Em jornais ditos de referência, por exemplo.

sábado, 28 de março de 2009

Vem aí mais um santo

Martirizado pelos media, acaba de ser beatificado por decisão judicial que o ilibou da prática dos crimes de que foi acusado: corrupção, extorsão, abuso de poder e de peculato. Por falta de provas.
A canonização segue dentro de momentos. Milagre já há: a falta de provas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Pouca terra, mas muita lata…

A Refer, concertada com a CP, encerrou, sem aviso prévio, as linhas do Corgo e do Tâmega. "Uma indecência e desprezo pelos clientes". Mais: "uma atitude cobarde", comenta-se no “sobe e desce” do Público.
Nestas coisas, o Público socorre-se do seu estimado livro de estilo e escolhe as palavras mais adequadas.
Ora, o encerramento deve-se a razões de segurança. Mas, apesar disso, o Público entende que se deveria ter feito um pré-aviso. E, ainda segundo o Público, só não houve pré-aviso porque se quis evitar a contestação das populações.
A ser assim, e para o Público não se melindrar, doravante, em situações desta natureza – com detecção de circunstâncias que ponham em causa a segurança da circulação – a CP deverá fazer um pré-aviso mantendo a circulação, mas convidar JMF e os jornalistas do Público para motorista e passageiros dos comboios. Quem chama cobarde tem a obrigação mínima de se armar, de facto, em valente.
Claro que ao Público daria jeito uma manifestação contra o encerramento, seguida de uma desgraçazita, um descarrilamento, de preferência algum sangue. E tinha primeiras páginas e editoriais garantidos para diversos dias.
Por sua vez – e como alguma oposição também criticou o encerramento sem aviso prévio – lá se chamaria o ministro à AR, se é que não seria constituída também mais uma das tais comissões de inquérito que, admito eu, sempre permitem umas senhas de presença bem necessárias em época de crise.

Quando um tablóide é fonte de jornal dito de referência…


… é o tablóide que passa a referência.
A notícia vem – é bom sublinhar – no tablóide austríaco Kurier, que não é grande coisa no que diz respeito à seriedade das notícias que dá, mas, nunca fiando, aqui vai a bomba: uma mulher austríaca, de 87 anos que emigrou para os Estados Unidos em 1938 garante que teve um filho com aquele que iria ser o Presidente dos EUA, John F. Kennedy…”
Público, P2, pag 15 – 25-03-09
O texto continua.
E temos um jornal, que se quer de referência, a utilizar um tablóide como fonte. Um tablóide que, segundo tal jornal de referência, “não é grande coisa no que diz respeito à seriedade das notícias que dá”.
Olha quem fala!
E agora, quem fica melhor? O tablóide austríaco que é citado pelo jornal que se diz de referência ou este que se socorre de tablóide assumido?
E, para esta triste figura, entre texto e foto do JFK, temos meia página, quando a crise ainda permite comprar papel higiénico, bem mais recomendável.

O preço do stress...

Slavica, ex-modelo, 50 anos, pediu e conseguiu o seu divórcio do magnata da Fórmula 1, reclamando agora metade da sua fortuna, estimada em 2.500 milhões de euros.
Fundamentos para o divórcio: o comportamento de Bernie Ecclestone, 78 anos, era “pouco razoável” e, além disso, provocava-lhe “stress e ansiedade”.
Eu bem stresso. Mas nada de nada, a não ser esta ansiedade. O mundo é muito injusto.


segunda-feira, 23 de março de 2009

Por S Jorge que, de novo, ganhou a Santiago Mata-Mouros

Era beato há muito. E há muito se reclamava a canonização. Mas faltava um milagre, sem o que nada feito.
Mas o Vaticano acaba de validar um milagre, milagre segundo o qual D Guilhermina de Jesus obteve a cura de uma lesão ocular, depois de muito pedir ao Beato Nuno, sobretudo depois de tocar a vista com uma sua imagem.
D Guilhermina fritava quando um salpico lhe entrou para um olho. Seria irónico – como refere Carlos Fiolhais – que se tratasse de azeite Condestável. Mas, com azeite ou com óleo, a igreja portuguesa tem mais um santo, o que é de inteira justiça, com a inflação de santos que anda por aí, sem nada nos tocar, por falta de milagres dos nossos candidatos. Neste caso, parece que por culpa também dos espanhóis.
Já agora, e quanto à batalha de Aljubarrota, então não é que "Quando passava de Tomar a caminho de Aljubarrota, a 13 de Agosto de 1385, D. Nuno foi atraído a Cova da Iria, onde, na companhia dos seus cavaleiros, viu os cavalos do exército ajoelhar, no mesmo local onde, 532 anos mais tarde, durante as conhecidas Aparições Marianas, Deus operou o Milagre do Sol»?
Pois é o que relata D. Duarte de Bragança, o nosso candidato ao trono, em “D. Nuno de Santa Maria - O Santo”, ACD Editores, 2005.
Ora bolas! Não bastaria aquele ajoelhar dos cavalos a apontar, com uma antecipação de mais de 500 anos, para o milagre do sol?

Agualusa, o relativismo moral e a falta de memória

“O relativismo moral parece ser uma doutrina comum a todos os que não se envergonham de estender a mão aos dirigentes angolanos.” (Pública de 22-03.09)
José Eduardo Agualusa apreciou a posição do BE que se recusou a comparecer na cerimónia de apresentação de cumprimentos ao Presidente José Eduardo dos Santos. E quem não concordou com a atitude do BE, segundo Agualusa, deu provas de “extrema hipocrisia e paternalismo (uma expressão de racismo) ”.
Agualusa pode na matéria ter as posições que entender. E mesmo o BE, apesar da natureza ideológica dos partidos ou grupos que estão na sua génese. E que não se consta tenha sido abjurada.
Mas querer comparar, como faz Agualusa, o percurso de Angola com o da África do Sul, da Namíbia, de Cabo Verde, só mesmo de quem tem andado de férias, e há muito tempo, lá pelo Brasil. E bastaria recordar uma longa guerra civil e uma eleição presidencial que, se não se consumou através da segunda volta, não foi por culpa de José Eduardo dos Santos e do MPLA.
Ou me engano, ou os projectos e negócios editoriais correm bem com o Brasil, mas não com Angola. Se assim é, nada como relativizar.

Subscrevo. Está subscrito.

“Beleza e inteligência geralmente vão juntas, o que não significa que todas as mulheres inteligentes sejam belas nem que todas as belas sejam inteligentes. Mas há um tipo de beleza que vem da inteligência e que permite que pessoas não classicamente bonitas sejam mais belas do que uma vacuidade de acordo com um modelo estético. Sou heterossexual, sinto-me atraído por mulheres e isso pode exprimir-se de variadíssimas maneiras, até sexual. O sexo está latente e não pode ser recusado, ou então é hipocrisia, falsificação. Esta atracção torna as amizades heterossexuais privilegiadas, é um bónus.”
Ana Sousa Dias, in Pública de 22-03-09, a partir de conversa com Hélder Macedo


A contabilidade das manifs

Três milhões de franceses manifestam-se nas ruas contra a política de Sarkozy”, título do Público de 20-03-09 em crónica que, curiosamente, não é assinada.
Depois, ao longo do testo, temos que:
Em Paris, segundo a polícia, seriam 85.000 mas, para a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), 350.000.
Quanto às 213 manifestações de que teve conhecimento, ao longo do país, a polícia aponta para 1.200.000 manifestantes. Para a CGT eram 3.000.000.
Alguém estará enganado. Para o Público, tendo em atenção o título, o engano é da polícia. Engano de mais de 50%. Por isso assume a informação que certamente tem por mais isenta, mais independente. Exactamente como cá, com os 200.000, numa sexta-feira.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Quando basta ser rico para se ser notável...

Mexicano, traficante de droga como profissão. Também conhecido por El Chapo.
Líder do cartel de Sinaloa, uma das zonas mais violentas do mundo, vendendo cocaína colombiana, marijuana e heroína. Com bandos armados até aos dentes, desde espingardas a rockets, dominando cidades e estradas.
Está prometida uma recompensa de 5 milhões de dólares pela sua captura, depois de se ter evadido de uma prisão de alta segurança. Mas a Forbes promove-o na sua lista dos mais ricos do mundo, no 171º lugar. Para entrar na socialite vale tudo. Basta ser rico, mesmo que criminoso.

Se isto não é canalhice, é o quê?

Este inenarrável director permite-se isto, na local “sobe e desce” do jornal que dirige:
“O presidente da CONFAP, órgão supostamente representativo das associações de pais e, por essa via, dos pais portugueses, continua igual a si mesmo. Ontem reivindicou escolas abertas 12 horas por dia. Não como escolas, mas como depósitos dos filhos. A ministra da Educação ouviu e gostou. E o ministério vai por certo continuar a subsidiar de forma generosa este tão seu fiel apoiante”.
Repare-se:
O órgão é supostamente representativo. Porque, para o advérbio, basta que o órgão não faça ou não acompanhe os fretes de um tipo sem vergonha e a quem se entrega um jornal que se quer de referência. E aqui fica bem de: suposta referência.
Depois, um órgão que representa os pais, mesmo que supostamente, ousa pedir depósito para os filhos, na pena – e que pena – de um figurão destes.
Claro que a ministra – seu ódio de estimação pessoal – tinha que gostar que lhe pedissem depósitos para os filhos.
E, porque a canalhice tem que ser completa, quem pede depósitos para os filhos a quem gosta de disponibilizar depósitos, tem direito a generosa compensação. Dirá isto por experiência propria?
Olha quem escreve, este que só não se mantém igual a si mesmo, porque teima em ser cada vez mais a pior lástima do jornalismo de… referência. Suposta.
Sublinhados meus.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Eu me abstenho, em nome do Pai…

Pouco importam 22 milhões de seropositivos na África subsariana, com 1,9 milhões de infectados só em 2008, região onde se registaram três quartos das mortes por sida verificadas em 2007.
Preservativos “podem aumentar” o problema da sida, afirma o Papa para quem a solução está “num despertar humano e espiritual” e isto, então, irá melhor com despertadores, digo eu.
Depois temos os piedosos conselhos da ICAR - abstinência e fidelidade - as duas únicas maneiras de prevenir a sida. Conselhos fundados na força da tradição de uma igreja incapaz de olhar de frente um drama desta dimensão.
À letra lhe responde Dulcelina Serrano, directora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida de Angola, com isto: “O nosso rebanho é maior que o do Papa (…) estende-se para lá do rebanho do Papa, dos que não aderem aos ensinamentos da Igreja e a esses também temos que oferecer alternativas e uma delas passa pelo conselho para a utilização do preservativo.”
Sobre o assunto, e particularmente em África, Bento XVI poderia ficar-se pelo silêncio. Mas prefere pôr em causa a luta de tantos: da ONU, da OMS e mesmo de instituições que, apesar das ligações á ICAR, se estão nas tintas para Bento XVI.

Dura lex, sed lex, caro Juan Carlos

A lei colombiana permite o divórcio após separação física efectiva de dois anos. O cativeiro foi de seis anos. Ingrid tem a lei pelo seu lado e, por isso, a invoca. Quando a lei é tudo, o resto são pormenores, sem importância alguma.
Esperemos que ninguém aproveite para negociar com a guerrilha um rapto, assim se libertando de cônjuge incómodo ou de um divórcio litigioso. Depois, bastaria argumentar que lei é lei.

terça-feira, 17 de março de 2009

Eugaria - Casal da Serrana e Bernardo Marques

Casa onde o artista Bernardo Marques sucedeu a Alfredo Keil. Desenho de Pedro Cabral.
Fonte: http://bonecosdebolso1.blogspot.com/2007/06/casal-da-serrana.html


Eugaria e Jaime Martins Barata

Auto retrato
A esposa Mamia Mulher de Eugaria

Eugaria, Keil e a letra do hino nacional

"Para a maioria dos portugueses Alfredo Keil significa apenas o nome do autor da música do Hino Nacional. Mas este português de origem alemã foi, além de compositor, também escritor, poeta, fotógrafo, pintor e coleccionador de obras de arte.» É esta a entrada que Maria Luísa V. Paiva Boléo utiliza para de uma forma concisa precisar a vida de Alfredo Keil. Para uma visita mais aprofundada clicar aqui, em O LEME.Vou de seguida reproduzir algumas imagens, autoria de Alfredo Keil. Para ver mais, basta clicar em uma das fotos e ver as que estão no servidor, dentro da pasta «Alfredo Keil».Gosto particularmente, quando vejo reproduzido imagens de há dezenas de anos, que mostram como era a paisagem, como por exemplo quando não havia estrada para a Praia das Maçãs ou Adraga. Uma homenagem a alguém que esteve muito ligado à freguesia de Colares, como provam as pinturas da nossa terra, além de que a Portuguesa terá, porventura, sido escrita na Eugaria e Praia das Maçãs."
Como vês, Asdrúbal, a letra do hino terá sido escrita na... Eugaria. Também na Praia das Maças, mas aqui talvez apenas as últimas estrofes. Ai de ti se o não tiveres sempre na ponta da língua.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um local mágico...


Ribamar - Praia de S Lourenço, 16 de Março de 2009

Um só honrado...

Ericeira - 16 deMarço 2009
Com apenas uma travessa. Que os outros são tantos que obrigam a reservar ruas e avenidas. Quem se mete em becos, dificilmente vai além de uma travessa. É a vida.

Eugaria, Galamares, Colares. Vinhos mas, primeiro, os afectos.

Eugaria - Roque Gameiro
“Colares é um caso exemplar e consumado de puro romantismo, um equívoco mais que perfeito, um monumento à perseverança do homem, um hino à loucura e à irracionalidade, uma colecção de meros acasos do destino, um somatório de circunstâncias paradoxais. Aparentemente, nada faz sentido em Colares e o desafio da lógica é uma constante da denominação. Porque plantar vinhas em chão de areia tão solta com solos tão profundos? Porquê plantar vinhas num clima de influência atlântica tão extremada? Porquê apostar nas vinhas de castas tintas… num clima tão fresco e húmido, assaltado por neblinas permanentes, com um dos piores reportórios nacionais de insolação? Porquê apostar numa casta tão caprichosa como o Ramisco, de maturação tardia, casta única e de temperamento tão arrevesado? Porque plantar vinhas num dos locais mais ventosos, inclementes e agrestes da costa portuguesa, a escassos metros do temível embate do Atlântico?
Sejamos honestos, racional e intelectualmente, Colares simboliza um perfeito contra-senso.”
Rui Falcão, Público, suplemento Fugas de 14-03-09.
E, Pedro, isto continua. Para chegar ao Arene Ramisco Colares 2002 e ao Colares Chitas de 2003, “maravilhosamente decadente, desconcertante, um vinho que desassossega, um vinho que coloca à prova certezas e garantias adquiridas ao longo de anos”. Uauuuuuuuuu!
E, repara no pormenor, com apenas 11 graus de álcool… mesmo com o verão tórrido de 2003. E como tu, conhecedor, recriminas graduações acima de 12. Tu é que sabes, Pedro.

Quis anunciar-te isto de vida voz, mas não tinha rede. Agora fica aqui. Como que a desafiar-te.

Mas a zona, para mim, é antes de mais uma área de afectos. Antigos, profundos e permanentes. Afectos de uma vida. Algum conhecimento do vinho veio depois e apenas por acréscimo.
Mas fica o desejo de juntar tudo, agora com um Colares Chitas. Na Eugaria ou em Galamares. E, naturalmente, com a menina Tildinha, o Asdrúbal, a Ana Teresa e o Ricardo, a Catarina e o Tiago, as Zés, a Caty, o Vasco, o Francisco, as comadres e compadres... eu sei lá.
Vamos a isso, Pedro? Encomenda por mim as garrafas para aproveitarmos a próxima oportunidade.

Obrigado, Maya. Que seria a vida sem ti?

"O Louco marca uma conjuntura irregular para Peixes, que deve desenvolver aitudes confiantes. No plano afectivo, a vida, ainda que com indicadores positivos, não está facilitada. No plano material, tenha atenção a cláusulas contratuais. Na saúde, alguns problemas do foro psicológico".
Conjuntura irregular, atitudes confiantes, indicadores positivos mas sem facilidades, problemas psicológicos. E tenho que ler com atenção as letras miudinhas dos contratos, é isso?
E a crise? Não bastaria a crise?
Tudo somado, estou feito. Mas são estas coisas que me animam. Louco? Há pior, muito pior. Mais: disso nem me importo nada.

domingo, 15 de março de 2009

Uma parábola: o cacto e o pinheiro

Foto amp
Talvez não se saiba quem adoptou quem ou quem tolera quem. Mas parece que nenhum parasita o outro.
Ambos sobrevivem no mesmo apertado espaço, mesmo que isso constranja o seu crescimento e desenvolvimento, nos termos em que os conhecemos em situações optimizadas. Mas onde podem surgir as pragas, como o nemátono do pinheiro, a cachonilha ou o ácaro vermelho dos cactos.
A coexistência pode bem depender de pequenas coisas, coisas talvez acessórias, ou sem uma importância por aí além. Porque, importante, importante, é que a vida corra em ambos. E ambos se façam à vida.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Armar ao pingarelho...

Necessário é saber impressionar. Por isso, nada como ter na ponta da língua o que se evita ler, mas que fica bem afirmar ter-se lido.
E só assim se percebe que Ulisses de Joyce, 1984 de Orwell sejam os dois livros mais lidos… por quem não lê. Ver aqui http://www.jvaonline.com.br/entretenimento.asp?id_noticia=71644
Eu estou prevenido, mas vou ter que ler e estudar bem Como falar dos livros que não lemos? De Pierre Bayard, editado por versa da kapa. E que tenho por aqui. Por alguma razão foi número 1 do Top Vendas em França. Na contra-capa escreve-se que o autor apresenta as técnicas da não-leitura que permite a qualquer pessoa falar de qualquer livro, sem nunca o ter lido. E, já agora, vou perguntar a Woody Allen que me diga onde tirou o tal curso de leitura rápida que lhe permitiu ler Guerra e Paz em 20 minutos. Nem que sirva para me limitar a dizer que a acção se passa na Rússia.
Eu também quero ser assim: estar pronto para levar com uma pergunta pela frente, sem ficar a gaguejar. Que eu nem sou gago.

Tanta gente, Mariana*

Era mesmo preciso tanta gente? Pergunta do Público de 12-03-04 sobre a comitiva de 120 pessoas na visita de Sócrates a Cabo Verde.
A pergunta tem resposta implícita na seta para baixo do “Sobe e desce” do jornal.
E como tem razão desta vez o Público. Não bastaria um autocarro de 50/60 lugares, umas jangadas, uns helicópteros, um falcon da FA, ou mesmo, e por que não, meio avião ou um avião a meio?
Vale tudo, sobretudo quando Cabo Verde não vale uma missa, menos ainda 120 pessoas. Mas particularmente quando tudo serve para uma bicada. Porque vale tudo.
Um dia descobrirão que Sócrates calça 45 – ele que se ajeite se não for este o número – e pagará por não se contentar com o 41, mesmo que com prejuízo da indústria do calçado.
* Conto de Maria Judite de Carvalho

quinta-feira, 12 de março de 2009

Vai haver m*…?


O Irão não tem material para a bomba nuclear, garante o chefe dos serviços secretos dos EUA, segundo notícia do Público de hoje.
No entanto, a embaixadora dos EUA na ONU classifica como perturbador relatório que fala das “dimensões militares” do programa iraniano.
Ora, o outro, ali na zona, também não tinha as tais armas, segundo jurava na altura o inspector – chefe da Agência Internacional de Energia Atómica. Mas na ONU, também nessa época, alguém mostrou umas fotos (falsas, soube-se depois) que apontavam para tremendas ameaças.
Tudo somado, foi o que se viu. E que ainda dura.
Se agora fosse também com Bush… não sei não.


quarta-feira, 11 de março de 2009

“E alegre se fez triste”

Se pudesse candidatava-se como independente. Ah! Mas não contra o PS, parece. Seria assim como um pouco ao lado. Para apanhar umas sobras. Que sempre de mesa farta caem sobras.
Porque, afirma, tem o seu espaço. Que deve ser respeitado, impõe.
E como?
Com a boleia do partido a que pertence, uma vez que não se pode candidatar como independente.
Claro que tem que admitir o pior, pode dar com o comboio cheio e cheio de pessoas também de saco cheio.
Por isso estica, estica, até onde pode. Ser coerente com os esticanços ficará para mais tarde. É uma de segurem-me se não mando-me.
Eu quase juro que estica, estica… para ver se outros tomam a iniciativa do rompimento. Aí sim, teríamos a vítima. Um mártir mesmo, da incompreensão, da intolerância de todos os demais. Fartos de lhe aturarem as birras.
Não lhe façam esse jeito. Deixem-no falar, não lhe dêem troco que já teve o suficiente. Há mais vida para além de Alegre. E não terá que ser uma vida triste. Mesmo que Alegre não nos evite mais cenas tristes. A vida por vezes é assim, mas nunca se morre por isso.

terça-feira, 10 de março de 2009

Zaclitrac

Uma matraca de martelos, em dia de grande martelada.
Foi duro, muito duro. É a vida, leões. Acontece aos melhores.

domingo, 8 de março de 2009

E até... Nada como prevenir.

"Temos que salvar o jornalismo. O bom e até o mau. E vamos salvá-lo. Não nós, mas todos os que não se imaginam a viver senão numa sociedade aberta e realmente livre".
José Manuel Fernandes, Público de 05-03-09

Falta de unanimidade quanto ao DIM?

Fotos de Esquire de Fev.2009 e que nada se relacionam com o DIM

A crise explicada às criancinhas...

Da ganância ao subsidiozinho...

Não haverá melhor para falar em nome da classe?


Pelos menos para não sermos tomados, de forma excessiva, por parvos.
É que este mediático juiz melindra-se porque o Secretário de Estado da Justiça se refere à Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) tratando-a por sindicato. Mas que ofensa, que acinte, que sensibilidade à flor da pele, meu Deua! Porque raio, se de sindicato não se trata, fizeram questão de a rotular de sindical? É mero pormenor ou é a substância?
E volta o Citius. Com tiradas mirabolantes. É que, para o presidente da ASJP, a "propaganda" (sic) do governo, segundo a qual as críticas ao Citius não são mais que a “resistência de alguns à mudança”, pode ter como resultado que nem a Assembleia da República o fiscalize, nem o Conselho Superior da Magistratura, nem a Procuradoria-Geral da República exijam a administração do sistema.
Mas ninguém será capaz de explicar ao juiz sindicalista que, se tal acontecer, é porque ele e a sua ASJP não são capazes de convencer a AR, o CSM e a PGR das suas razões? E que isso é exclusivamente culpa sua e da associação a que preside? Ou quer uma ajuda, com o silêncio do governo às críticas feitas? Se ele não se cala, opinando sobre tudo, por que se deveria calar o governo?
Será assim que se credibiliza uma classe?
Depois, claro, temos uma justiça que é assim e assado. Se calhar uma coisa não tem a ver com a outra, sobretudo se a diferença estiver na beca ou na toga.
Lendo “A propaganda e os factos sobre o Citius” – António Martins
Público de 07.03.09

Azereiro - Serviço Público

A pedido, mas com muito gosto, fica a sugestão para uma visita ao blog de José António Varatojo, com o endereço http://varatojoblog.blogspot.com/ e a citação de abertura, esta:

Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós os novos só procuramos a originalidade." Amadeo de Souza-Cardoso"

Porque de arte se trata. E de um artista.

Eu gostei muito do que vi.

Sintonia…

Seja qual for a matéria. Do ensino à saúde. A mesma luta de um subgrupo par(a)lamentar.

Oito de Março – mais um DIM

“Não gosto de mulheres submissas, nem de coitadinhas, nem de deprimentes, estou-me nas tintas se cozinham ou não, eu cozinho bem”.
Terá dito José Couto Nogueira, autor de "Pesquisa Sentimental", a Ana Sousa Dias.
Sem me poder arrogar dos mesmos dotes culinários, mando publicar.

sábado, 7 de março de 2009

“Graças a Deus estou no rol dos excomungados”

Desabafo da directora do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, excomungada pelo Arcebispo de Olinda e Recife, na foto. Juntamente com os médicos e a mãe de uma criança.
Porque permitiu que fosse feito um aborto a uma criança de 9 (nove) anos, com 30 quilos de peso. Criança abusada pelo padrasto desde há 3 anos. Que, segundo os médicos, corria risco de vida se a gravidez prosseguisse. Aborto em que se seguiram todos os procedimentos legais.
A humanidade de alguns altos dignitários da ICAR é esta.
Olinda e Recife já teve bem melhor. Não acredito que D Hélder da Câmara fosse capaz de uma destas.

Um cromo emergente...

Apenas ele esteve disponível para entregar a carta em que a Força Emergente pede a demissão de Sócrates. Os demais querem o anonimato... Uns valentes!
Mas afirmou ter recebido muitos apoios sobretudo de... militantes socialistas. Tinha que ser. Há que aparentar credibilidade.
Os emergentes já se constituiram assistentes no caso Freeport, com apoio jurídico de José Maria Martins. Porque, de novo, credibilidade precisa-se.
PS. O que não vale ler o Público. Doutro modo, como conhecer os emergentes e este Carlos Luís?

Ai se o ridículo matasse…


Programa do movimento Força Emergente, cuja larga maioria dos fundadores, segundo o Público, quer manter-se no anonimato. E, como se vê, têm boas razões para isso.

Indicam-se a seguir algumas áreas concretas de aplicação de medidas governativas que consideramos fundamentais para a recuperação do País e que reflectem o parecer dos membros desta Associação.
1º Valorizar o sentimento geral da Nação, expondo de forma clara o conceito de Solidariedade necessário para uma acção política que possa ser aceite e compreendida pela generalidade da população.
2º Garantir a revogação imediata toda a legislação e tramitação processual que anula a capacidade de se obter justiça.
3º Propor que as classes Dirigentes em funções de Estado, passem a exercer o Serviço Publico de acordo com novas regras e exigências, incluindo a responsabilização judicial do poder politico.
4º Introduzir no Sistema de Governação o conceito de Dinâmicas Regionais para o apoio a projectos de Desenvolvimento Sustentável, que possibilitem a abertura de novas perspectivas com base na exploração dos recursos Internos.
5º Diminuir de forma drástica a nossa dependência externa relativamente às fontes de Energia e Alimentação.
6º Reformular o sistema de processamento da Justiça, com o objectivo de possibilitar que a maioria dos processos judiciais possam ter uma decisão de 1ª instância no prazo máximo de 90 dias.
7º Rever a actuação do Fisco sem por em causa a necessidade de justiça fiscal. Estão a ultrapassar-se muitas vezes responsabilidades directas do Estado e a fazer recair sobre muitos cidadãos e empresas, exigências em que seria necessário analisar melhor o sentido de justiça das mesmas.
8º Encerrar todos os projectos de pseudo-formação como as “novas oportunidades” e criar um sistema formativo que contemple a aprendizagem de técnicas e tecnologias que respondam a necessidades práticas e de aplicação a novos projectos de Desenvolvimento.
9º Suspender as grandes obras previstas como o TGV e o novo Aeroporto de Alcochete e anular todos os contratos estabelecidos ao arrepio do sentimento Publico, sem sustentação jurídica credível e mesmo sem qualquer justificação de interesse geral como o caso dos “Contentores de Alcântara”.
10º Focalizar durante 5 anos o Investimento Publico para projectos de natureza estruturante ou de alavancagem de projectos de reestruturação do tecido empresarial
11º Rever a legislação Fiscal que recai sobre as empresas, nomeadamente revogar o pagamento especial por conta.
12º No âmbito dos Investimentos do Estado, estabelecer um novo Regime de apoio á colocação de Desempregados que deverá passar por acordos com vista a novos projectos e criação de empresas
13º Fazer o apuramento de responsabilidades relativas aos sobrecustos verificados na realização de obras publicas e cujo valor final tenha ultrapassado em mais de 20%, o valor adjudicado.

“Falta de vergonha”, gritava ele.

Nome: José Eduardo Rego Mendes Martins
Círculo Eleitoral: Viana do Castelo
Data de Nascimento: 1969-02-09
Habilitações Literárias: Licenciado em Direito
Profissão: Advogado
Cargos que desempenha:
-Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD-Deputado na X Legislatura;
-Director Gabinete de Estudos Nacional do PSD
Comissões Parlamentares a que pertence
-Comissão de Assuntos Europeus;
-Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território (Vice-Presidente);
-Comissão Eventual para o Acompanhamento das Questões Energéticas
Cargos exercidos:
-Deputado na VIII e IX Legislatura;
-Membro da Assembleia de Freguesia de Santa Catarina;
-Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional da JSD;
-Vice-Presidente da Mesa do Congresso da JSD;
-Presidente da Secção I-JSD,
-Vice-Presidente da Secção I-PSD,
-Secretário-Geral da URBE-Núcleos Urbanos de Ambiente,
-Consultor Júrídico; -Advogado;
-Secretário de Estado do Ambiente do XV Governo;
-Secretário Estado do Desenvolvimento Regional do XVI Governo Constitucional;
-Membro da Comissão Política e do Conselho Nacional do PSD

Isto de acordo com a página electrónica do Grupo Parlamentar do PSD.
Também aparece a comentar na SIC-N.
Na AR já sabe gritar “vai pró caralho” e, segundo alguns deputados, terá ainda chamado “bandalho” e “filho da puta” a um deputado do PS a quem desafiava com “Diga lá! Diga lá! Não seja cobarde! Falta de vergonha!”
Porque se incomodou com a abordagem de tema em que é especialista muito intere$$ado: o direito do ambiente e energia.
Enérgico é e, quanto a ambientes, não está nada mal. Além disso, de cobarde nada tem, este valente. Quanto a falta de vergonha, que leve a taça. Com mérito absoluto, irrepreensível.

O roer de pipocas e o ranger de cama



É fatal, em muitas salas, ficar-se ao lado ou próximo de quem aproveita uma refeição de pipocas para, já agora, ver um filme.
Com ruídos insuportáveis, desde o remexer nas pipocas, ao mastigar das ditas. Tudo em cima da banda sonora do filme, quando os filmes já não são mudos. E quando a banda sonora por vezes é tudo, ou quase. São alturas em que até apetece ser surdo, para não explodir de raiva.
E só serão indiferentes a isto aqueles que, noutras circunstâncias, preferem o ranger da cama a uma empolgante e erótica banda sonora. Se é que não aproveitam o acto para, igualmente, comer pipocas.