quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E quando a gente esperava por um número de palhaços, sai um pretenso estadista!


O director do Sol pediu um adiamento da sua audição parlamentar, agendada para hoje, alegando que "ninguém perceberia" que se dedicasse a falar de "problemas particulares" quando o país está impressionado com a tragédia da Madeira.

Público online, 23-02-2010

Bufos e seus porta-vozes...

"O caso Mário Crespo não é um problema de liberdade de informação, mas (mais) um sintoma da degradação a que chegou a comunicação social."

A. Marinho e Pinto

E continua aqui http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Ant%F3nio%20Marinho%20Pinto


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ainda não foi processado? Nem é preciso.


“O que se assistiu nesta primeira semana de audições é apenas um sinal do que nos espera nos próximos tempos: uma série de egos desorbitados, várias acusações fúteis e os previsíveis ajustes de contas de que ninguém sai a ganhar. Eu sei que, neste momento, Mário Crespo é uma das vítimas da liberdade e que nessa qualidade deve, segundo alguns teóricos, ser alvo da solidariedade de todos quantos não estão "vendidos" aos interesses do engº Sócrates. Ora, eu não estou, nem nunca estive "vendida" aos interesses do engº Sócrates, mas considero que a actuação de Mário Crespo na Comissão de Ética foi um exercício deplorável que enxovalha o jornalismo e a Assembleia da República. Um exemplo, como já disse, da histeria que hoje em dia reina em Portugal.”

Constança Cunha e Sá, Jornalista

Correio da Manhã, 23-02-2010

Mas que merda é esta? Brincamos?

"Tudo se conjuga assim para que Sócrates não conste do rol dos acusados e para que se veja assim livre das suspeitas que recaem sobre ele desde 2005.Os procuradores Paes Faria e Vítor Magalhães já encontraram, contudo, indícios suficientes para deduzir acusação em relação a alguns arguidos do processo relacionado com a construção do centro comercial de Alcochete.

A conclusão do despacho final será conhecida no próximo mês de Março, segundo revelou já publicamente a coordenadora do Departamento Central de Investigação de Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida.

O nome de José Sócrates tem sido associado a este caso, devido ao facto de a implantação do Freeport ter invadido a zona de protecção ambiental do estuário do Tejo, quando Sócrates era ministro do Ambiente. O projecto acabaria por ser aprovado pelo Governo de Durão Barroso, mas declarações proferidas pelos representantes dos investidores ingleses levantaram suspeitas de corrupção e tráfico de influências que envolviam o nome do primeiro-ministro.
As investigações prolongam-se há cinco anos, mas, até agora, não foram detectados indícios que permitam constituir Sócrates sequer como arguido.

Em declarações ao PÚBLICO, Cândida Almeida nota, contudo, que "ainda se está a analisar o relatório pericial da PJ" composto por "milhares de páginas". É ainda necessário "confrontar resultados com o resto da prova, ver se não há contradições ou lacunas" e "eventualmente realizar diligências". Só então o Ministério Público "dará a sua decisão relativamente a todos os suspeitos e arguidos", esclarece a responsável do DCIAP.

No âmbito deste inquérito já foram realizadas demoradas perícias aos fluxos financeiros do Freeport para o licenciamento, construção e abertura do complexo comercial. Com a colaboração da Polícia Judiciária de Setúbal, os dois magistrados constituíram seis arguidos no âmbito do processo: o inglês Charles Smith, Carlos Guerra (ex-presidente do Instituto de Conservação da Natureza), José Dias Inocêncio (antigo presidente da Câmara de Alcochete), José Manuel Marques (antigo assessor daquela autarquia), Manuel Pedro (sócio de Charles Smith na empresa Smith&Pedro) e Eduardo Capinha Lopes (responsável pelo projecto de arquitectura).

Em processos autónomos, a investigação foi realizada em cooperação com as autoridades inglesas. O Serious Fraud Office (SFO) e a Overseas Anti-Corruption Unit trocou informações com os investigadores portugueses e circularam entre Lisboa e Londres cartas rogatórias, informações e pedidos de esclarecimento. Por falta de indícios suficientes para acusar os seis suspeitos ingleses envolvidos no caso, a investigação britânica acabaria por ser arquivada. Os danos colaterais do processo afectaram o inspector José Torrão, que foi acusado de violação do segredo de funcionário e condenado a oito meses de prisão, em Julho de 2007. Mais recentemente, o procurador-geral adjunto Lopes da Mota foi punido com trinta dias de suspensão e obrigado a demitir-se da presidência do Eurojust, por denúncia de ter pressionado os magistrados titulares do inquérito Freeport."

Público de hoje.

Se assim é, vamos lá carregar no Face Oculta e, pelo sim pelo não, magicar já outra qualquer coisinha. Isto não pode ficar assim, nem que se tenha de o apanhar a roubar rebuçados aos putos ou a pisar a relva dos jardins do palácio de S Bento.
Uma dica: naquelas maratonas, não haverá doping? Huuuuummmm! Eu pegava nessa.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Só à palmada...

A um bom palmarés, nada como bater palmas. E isso – palmarés - é o que não falta entre corporações, de acordo com os órgãos dos seus sindicatos ou das suas associações. Porque tais órgãos apenas teoricamente admitem poder haver entre eles uma ou outra ovelha ranhosa, como, para justificar, existirão igualmente noutras profissões ou actividades.

Mas isso na teoria que, na prática, nunca há. Mesmo quando acabemos por ver uns quantos castigados, em geral com excessiva brandura, em sede em que os corporativos põem e dispõem. Seja no Conselho Superior da Magistratura, seja no Conselho Superior do Ministério Público. E, não esquecer, que um juiz é julgado, apenas, por um outro, ainda que mais graduado. Mas fica tudo em casa, com o distanciamento, isenção e independência que se imagina.

Mas, quando em cima desta caldeirada de interesses, se mete a política, então é que é o bom e o bonito. E por isso, em nada espanta as palmadas em Lopes da Mota e as que se vão despejando sobre o PGR.

E isto vem agora a que propósito?

Já ninguém acredita que nisto das fugas de informação, da infracção ao segredo de justiça, possam estar inocentes polícias de investigação e magistrados, os judiciais e os do MP. O caso recente das dicas dadas por um desembargador a alguém interessado num acórdão em que tal desembargador foi relator – e quando o acórdão ainda estava por assinar por outros seus pares – é a prova feita de que assim é.

E nas fugas do processo Face Oculta, só mesmo a ingenuidade poderia fazer sustentar que nisso nada têm a ver as polícias e os magistrados intervenientes.

Mas, onde estão as palmadas quanto a estas fugas, quando elas servem para fritar o PM e pessoas que lhe são próximas?

Eis que, no entanto, uma fuga – uma infracção ao segredo de justiça – permite concluir haver uma perseguição – com fins políticos – ao PM, ao trazer à luz do dia uma transcrição em tudo favorável ao que o PM tem declarado com insistência. Como reage, no caso, o SMMP? Pois de forma indignada, com um comunicado de que destaco isto:

“Para que outras dúvidas não se instalem, impõe-se ainda que o Procurador-geral

da República esclareça se pertencem ou não ao despacho que proferiu

sobre a denúncia que lhe foi remetida pelo Ministério Público e Juiz de

Instrução de Aveiro os excertos que alguns jornais agora divulgam, e, na

afirmativa, que, com o mesmo vigor demonstrado em recentes ocasiões,

determine a abertura de um inquérito para apurar a autoria dessa eventual violação do segredo de justiça."

Palma exige um inquérito, num comunicado patético em que os magistrados, de tão puros, tão isentos e independentes, são em tudo o oposto do que existe em qualquer um de nós que, ousadamente, teimamos em dizer que o rei vai nu, que nem todos somos tão parvos assim.

E Palma antecipa-se ao que certamente seria uma decisão do PGR porque, para Palma, este PGR merece mesmo umas boas palmadas. Pode-se lá permitir uma fuga destas, com conteúdo favorável ao PM? A ser assim, onde é que vamos parar?

E, quem se queira cultiva, que leia o comunicado aqui http://www.smmp.pt/

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tá todo f...


[…]

Em primeiro lugar, nas referências, explícitas ou implícitas, feitas ao Primeiro-Ministro nos produtos das alíneas a), g), l), m), o), p), s), f), u), v), e z), do n.º 8 não existe uma só menção de que ele tenha proposto, sugerido ou apoiado qualquer plano de interferência na comunicação social. Não resulta sequer que tenha proposto, sugerido ou apoiado a compra pela PT de parte do capital social da PRISA, tal como se não mostra clarificado o circunstancialismo em que teve conhecimento do negócio. Ao invés, há nas escutas notícia do descontentamento do Primeiro-Ministro, resultante de não terem falado com ele acerca da operação; "devia ter tido a cautela de falar com o Sócrates... não falei e o gajo não quer o negócio. Era isto que eu temia. Acho que o Henrique não falou com ele, o Zeinal não falou com ele... eh pá... agora ele está 'todo fodido'. 'Está todo fodido e com razão'" [n.º 8, alínea u), produto nº 5291, de Rui Pedro Soares para Paulo Penedos; v. ainda os produtos das alíneas x) e z)].

Quanto a tal negócio, é citado nas escutas um outro membro do governo, nestes termos: "o Lino diz que não quer saber, que decidam o que quiserem... ninguém se atravessa... o Zeinal faz o que quiser, se quiser faz o negócio se não quiser não faz o negócio" [n.º 8, alínea v), produto n.º 5292, de Rui Pedro Soares para Paulo Penedos].

[…]

Ler aqui parte do despacho do PGR http://dn.sapo.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=1498666&seccao=Media

E afianço, na forma de apostas para perder, que Crespo vai falar nisto depois da conversa com Rangel, que o Sol fará capa a propósito na próxima edição, que M Ferreira Leite corrigirá as declarações, eu sei lá.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Crespo no formato Xerox

Facto é que tinha um jornal para as minhas crónicas. E agora tenho as crónicas e uma fotocopiadora. Por isso vos deixo uma fotocópia. A minha crónica numa fotocópia. Nada mais terrível que não ter um jornal para a minha cópia. Tiraram-me o jornal.

Mas que mal há nisso se eu até lia o Avante em fotocópias? Claro que mais adiante direi que nunca tive interesse pela política, certamente por lapso, por distracção. Mas deve ficar bem falar na leitura do Avante em fotocópias. Clandestinamente, sem o Kaulza saber.

Claro que me lembro do momento do telefonema a anunciar a censura da minha crónica. Estava deitado com a minha mulher a ler o livro (desculpa, cronista, escapou-me o título, mas era livro de peso, isso juro). E decidi logo: nunca mais terás crónicas minhas. Ou eu não seja o Mário. Acabou, não quero mais.

E lembro mesmo um pormenor: no dia seguinte tinha exame para tirar a carta de patrão de costa. Um exame duríssimo de 3 horas. Como poderia esquecer isto? Já agora: passei, com excelente nota. Podem dar-me os parabéns. Voltar a isto, de ser snob, mas para falar do bife.

Nunca pensei publicá-las em livro. O quê? As minhas crónicas, claro. Pensava antes em coisa literária mais sumarenta, mas só para depois da reforma. Agora sou cronista em livro, porque me tiraram o jornal que publicava as crónicas mais lidas, desculpem a vaidade.

Mas descansem. Enquanto houver fotocópias, haverá crónicas. Sim, no tempo de Jefferson não havia fotocópias e vocês sabem que ele disse (desculpa de novo: não retive as diversas tiradas atribuídas a Jefferson).

Conhecem o conteúdo daquela emenda à Constituição dos USA segundo a qual nenhum soldado pode ocupar casas sem o consentimento do comandante? Pois, apesar de tal emenda, tiraram-me a casa, a casa das minhas crónicas que era o jornal. Mas tenho as fotocópias.

Sim. A estabilidade financeira do jornalista é importante. Doutro modo, como pagar o bife no Snob - lembram-se da carta de patrão de costa? - e poder ter aquelas conversas com jornalistas. E estabilidade para ter família. Sobre isto muito poderia falar, se me desse para aquelas opiniões sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Quando temi que vinha aí o pior? Quando recebi esta T-shirt. Olhem-na. Nunca a pus em público, mas já dormi com ela diversas vezes. É com que uma (desculpa, cronista, aqui saiu um termo caro, mas escapou-me).

Como vêem, já me habituei a este ritual. Poderia ficar aqui pela noite dentro, se não fosse o meu jornal das 9. Não fosse o jornal e juro que não seria tão selectivo a responder. Escolhendo o que me dá mais jeito.

Mas retenham isto: um tinha um jornal e, agora, restam-me as fotocópias. Que vos passo, salivando os dedos, para que seja uma para cada um de vós. Não mais, em benefício do bife do Snob.

Posso pedir um favor?

Não apaguem a gravação. Eu quero uma cópia. Antes Crespo na comissão da AR que o melhor dos Gatos Fedorentos.

Internar este tipo? Tenham juízo. Eu quero mais. Quero Crespo membro vitalício de todas as comissões da AR. E com mais tempo de antena.

E atenção, deputados. Topei que havia por ali alguns sorrisos – de gozo – contidos. Custa aguentar? Custa, mas é serviço público permitir a auto-denúncia de gente enfatuada. Com um ego de fazer saltar todos os botões da camisa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

"Não estou aqui para enganar ninguém". OK! Mas traz os fundos, sff.

O ex-líder parlamentar do PSD Paulo Rangel criticou hoje os “paladinos da ética” que defendem que um arguido não deve candidato a eleições, manifestando-se “totalmente solidário” com a direcção do partido no processo de constituição das listas às legislativas.

Lusa, 26-08-2009

"O PSD é o partido da ruptura em Portugal. É preciso uma ruptura para libertar o futuro. E o primeiro objectivo de um governo de ruptura só pode ser criar condições para libertar o futuro dos encargos contraídos", afirmou na sua declaração, que não deu direito a perguntas dos jornalistas no final.

Rangel falou do estado da educação, da justiça, da economia e das finanças mas também da "desagregação acelerada do Governo" para justificar a necessidade de avançar com uma candidatura à liderança. "Já não basta mudar, é preciso romper".

Sem se referir nunca aos seus opositores anunciados, Pedro Passos Coelho e José Pedro Aguiar Branco, Rangel realçou que a sua candidatura não foi construída em gabinetes ou almoços. Isto para se distanciar do chamado aparelhismo partidário.

"Somos hoje um país sem esperança. Portugal não pode ser isto e não irá ser isto. Vamos dar um novo sentido à política em Portugal", terminou Rangel.

Em 10-02-2010

"Eu digo aqui peremptoriamente que não estou nessa corrida por uma razão muito simples. Fui eleito para o Parlamento Europeu há pouco mais de quatro meses e, portanto não faria sentido neste momento que me candidatasse à liderança. Seria um mau sinal para a democracia".

Em 29 de Outubro de 2009

"Já tive oportunidade de esclarecer claramente que se trata de uma intriga baseada em factos falsos e não sei de quem, já que se trata de uma constatação objectiva. Não estou melindrado nem aborrecido com ninguém. Trata-se apenas de uma intriga que envolve o doutor Marcelo e o Presidente da Comissão Europeia e uma intriga que não vou alimentar. Portanto, sobre isso, não vou dizer rigorosamente nada".

Em 30 de Janeiro de 2010, reagindo a uma manchete do Sol que o dava como candidato à liderança do PSD

Liberdade de expressão a 0.10€ o exemplar

Praticamente gratuito. Suportado pelos contribuintes, pelos cubanos do continente. Sob a tutela de Jardim e, sendo assim, com o pluralismo que se pode admitir.
E é também para isso que a Lei das Finesses Regionais dá jeito. Com o apoio, por exemplo, do BE e do PCP. Para levarem na tola.
Masoquismo. Demagogia. De que come quem gosta.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tiro de partida... com recomendação de pólvora seca...


Paulo Rangel deixou ontem a sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo e rumou ao Porto, onde esteve envolvido em intensos contactos políticos a preparar a intervenção que fará esta noite, às 20h, no Hotel Tivoli, em Lisboa.

Nos últimos dias, o eurodeputado social-democrata tem repetido em sucessivas conversas uma frase que revelava a tentação de avançar para a liderança do PSD - "Esta não é a única oportunidade, mas é uma oportunidade única".


A grande questão agora é perceber qual é a posição do líder parlamentar social-democrata Aguiar Branco, que deveria lançar a sua candidatura no Conselho Nacional do PSD, convocado para a próxima sexta-feira.


A candidatura de Aguiar Branco e de Paulo Rangel daria, com grande probabilidade, a vitória a Pedro Passos Coelho, o único candidato oficial até ao momento no PSD.

José Pedro Aguiar-Branco já decidiu que vai avançar para a liderança do PSD. O Expresso apurou que a decisão será comunicada sexta de manhã à bancada social-democrata.

In Expresso, online

Pois é, BB...


Liberdade, eis a questão

A questão é esta: há liberdade de imprensa em Portugal? É ociosa, a pergunta, para quem, como eu, vem do tempo em que se escrevia baixinho, tão baixinho que perdêramos muitas das palavras, por mudez e falta de uso. Já me não surpreende a desvergonha de alguns daqueles que têm desfilado nas televisões a proclamar que vivemos numa asfixia. Mas indigna-me o silêncio calculado dos que se não erguem a protestar contra a ambiguidade do assunto.

O alvo, naturalmente, é e tem sido José Sócrates. O homem mente compulsivamente, denegou os testamentos da esquerda, bandeou-se com a direita procedendo às mais graves traições, não possui bússola ideológica, ignora o que são convicções, é destituído de compleição de estadista e cultiva uma mediocridade feliz dissimulada numa incontinência retórica que, amiúde, o emparelha com um vendedor de feira.

Depois disto e com o desenrolar de acontecimentos que o perseguem, porque por ele próprio provocados -, chega-se a este melancólico resultado: José Sócrates é tolo, ingénuo ou extremamente sinistro. As escutas esclarecem não só os contornos desses defeitos como no-lo dizem da desastrosa escolha das suas companhias e das relações perigosas que tem sustentado. Enfim: Sócrates não tem amigos; tem instantes de amizade.

Os documentos agora revelados e alguns esparsos factos ocorridos alinham-se como consequências uns dos outros, e apontam para o primeiro-ministro, sublinhando os defeitos por mim acima indicados com amena benevolência. Se havia um plano tenebroso para controlar a comunicação social; se a censura está instalada no cerne da sociedade portuguesa, é bom que se crie a tal Comissão Parlamentar de Inquérito, a fim de se averiguar a extensão e a natureza do crime - como será urgente que os jornalistas vítimas do fluxo censório venham à praça queixar-se das suas desventuras.

Há algo de torpe neste alvoroço. Um ex-ministro, agora protestador grave e atroz, foi, na sombria década cavaquista, controleiro da RTP. E um dos agora acusadores da falta de liberdade era o zeloso varejeiro do noticiário. Não cauciono, de forma alguma, tentativas de domínio da imprensa pelo poder político. Mas não colaboro neste imbróglio, que tem estimulado a perda do sentido das coisas e a adulteração da verdade histórica. A reabilitação de falsos fantasmas apenas serve para se ocultar a medonha dimensão do que ocorreu na década de 80. Os saneamentos, a extinção de títulos, a substituição de direcções de jornais e a remoção de jornalistas incómodos por comissários flutuantes eram o pão nosso de cada dia. Já se esqueceram?

Baptista-Bastos

In DN, 10-02-2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

3 noites e 4 dias de sufoco por 75€

A Gascan vende-me gás, mas decidiu alargar a sua actividade à arte musical. Agora quer dar-me música.

Para tal, celebrou uma parceria com a cadeia de Hotéis D Pedro e oferece isto: três noites no Aparthotel Dom Pedro Portobelo em Vilamoura, um jantar no Da Pietro’s – bebidas não incluídas – e uma visita ao Family Park Zoomarine (não seja que seja esta merda) e tudo por 75€.

Mas temos aqui umas condições a preencher.

Isto é só para casais entre os 30 e 65 anos.

Profissionalmente no activo, com óbvia exclusão de quem esteja por conta do rendimento mínimo, do subsidio de desemprego.

Os interessados não podem residir nem terem casa de férias no Algarve. E aqui é evidente o cheiro de uma fuga de gás.

E os casais terão que aceitar fazer uma visita promocional com a duração mínima de 90 minutos.

Topam isto? Um sufoco, imagino eu, até os papalvos vergarem na compra de um plano de férias ou coisa assim. Com recurso a técnicas de venda forçada, de muito duvidosa legalidade. Julgo serem mesmo ilegais.

Uma empresa de transportes, que procura seduzir-me com uns papelitos na caixa de correio, é mais modesta. Oferece viagem quase gratuita, até ao Castelo de Almourol ou coisa assim, com refeições incluídas, um presunto. Mas depois chateiam e chateiam até conseguirem vender o equivalente a uma vara de porcos. É o que imagino, que o Pingo Doce, que se diz muito barato, nem uma fatia de presunto me dá de borla

Chegou agora a vez da Gascan que bebe do fino, com gás. E toca de levar a malta até ao Algarve, hotel de 4 estrelas. Pede um pouco mais, que também é uma maneira de seleccinar os incautos. Porque têm que ter graveto.

Até tu, Glorioso SLB!


Já não me bastava a aprovação da Lei das Finesses, sim, Finesses, Regionais; as novas escutas; o processo de canonização de Crespo, mártir da liberdade de expressão; os apelos do Moniz, exemplo da ética na forma de cheque com garantia; o inglês do comissário Almunia; os mais de 700 kg de explosivos em Óbidos; a “Casa de Usher” a inspirar Pacheco; a cena de pancadaria envolvendo Queiroz; o rombo na Bolsa de Lisboa; o fecho do Centro Comercial Roma…eu sei lá.

Tinhas que falhar aquela penalidade, empatar aquele jogo. Ora bolas!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

As crespocanalhices


“Foi-se o “problema” que era o Director do Público”, escreveu Crespo na sua tão citada crónica, como se a saída de Fernandes do Público se devesse a Sócrates.

E que diz o dono do Público em entrevista à Visão de 28-01-2010?

Jornalista: “A saída de José Manuel Fernandes foi lida como uma cedência da Sonae ao Governo…”

Belmiro: “Errado. Não houve cedência, mas sim uma guerra entre jornalistas, com culpas para as partes. Um director pode sentir-se cansado. Terá sido uma das razões, pois José Manuel Fernandes deixou de lutar para liderar. Ele era acusado – e bem acusado – de não criar climas de consenso no jornal. Deixou-se desautorizar.”

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Concurso


Quem é que se senta ao lado de Kaulza de Arriaga, durante uma entrevista?
Um dica: já então apresentava aquele biquinho de pato.
Prémio: um exemplar do livro do Mário Crespo cuja apresentação está marcada para o próximo dia 11. A promoção está de vento em popa, mas deve ser mera coincidência.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O início do plano inclinado ou inquinado, sei lá!

Clicar na imagem para aumentar
Admiro tanto Cintra Torres como Crespo. Aliás, estão bem um para o outro. Mas esta alfinetada deve ter doído. Ou talvez não. Que Crespo, lá porque não o deixaram ir para os States, não é menino para amuos, apesar daquela boquinha em forma de bico de pato.

Não lhe façam esse favor...


Não façam esse favor ao Crespo. Que não se dá conta do ridículo, tal o ego do tamanho do mundo e em forma de bico de pato.

Permitam ao Crespo o jornalismo de isenção e independência a que nos habituou. Onde cultiva o contraditório, em geral colocando frente a frente dois dos seus eleitos, qual deles mais anti-Sócrates. Como igualmente acontece no seu também isento Plano Inclinado. Sempre para um lado.

Deixem que tenha, como sendo o melhor, o seu jornalismo de causas contra o PS, onde as opiniões de Crespo ocupam o lugar das notícias.

Portugal pode bem dispensar a candidatura a mártir deste paladino da liberdade de expressão. E ficaria bem mais pobre sem este pobre de espírito. Qual bobo que nenhuma corte animada dispensa. Por isso não o metam na dispensa. O ridículo só pode ser objecto de estudo se estiver acessível a todos. E, para isso, não vejo ninguém ao nível de Crespo.

E vem isto a propósito disto http://www.institutosacarneiro.pt/?idc=509&idi=2500

Adesão às Novas Oportunidades

Afastado da direcção do Público, José Manuel Fernandes decidiu accionar o plano B: alçou-se à direcção dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme. Não se desse o caso de se fazer de morto perante as acusações de Fernando Lima acerca da inventona de Belém e o silêncio sobre a explicação de Belmiro de Azevedo para o seu afastamento do Público, poder-se-ia dizer que estávamos em presença de alguém que gosta de brincar com o fogo. Mas o quadro clínico não aponta para aí: é que tem muito juizinho para ser pirómano.

In Blog Câmara Corporativa


Leninha, respondo aqui: Eu vou!