sábado, 9 de julho de 2011

Um Senhor de Fontainhas - Ilha de Santo Antão


Assim estava e assim eu quis fotografar Teófilo Delgado, um Senhor das Fontainhas, 80 anos de idade.
Conhecedor de todos aqueles pormenores da História de Portugal que se aprendiam no seu tempo e também no meu, no ensino primário. Identificando quem andou por cá antes do primeiro rei, dos que a este se sucederam e seus cognomes. Dos episódios mais marcantes: a traição a Viriato, as tricas de Afonso Henriques com a sua mãe, a batalha de Ourique e o tal sinal divino aparecido nos céus, segundo se contava, as razões da perda da independência, a traição de Miguel de Vasconcelos. Pegando na narrativa, como dizia, aí iam os reis todos e seus cognomes, dinastia a dinastia. E chamou-me a atenção por estar a meter na primeira um rei que é da segunda.
Uma memória prodigiosa que lhe permite citar, com então se aprendia, as preposições simples naquela lengalenga a, ante, após, até, com… etc.
E houvesse tempo para mais…
E reforma, Sr Teófilo? Não precisa, vive bem assim, sem recorrer aos filhos. Assim quer dizer com a ajuda de uma pequena mercearia a cargo da esposa e onde pouco se vende num local daqueles.
Seis filhos: um juiz, outro a doutorar-se em matemáticas em Aveiro, um economista… apenas o mais novo ficou por ali…
Continue assim, amigo Teófilo, pois gostaria de voltar com mais tempo.

Cabo Verde - Ilha de Santo Antão - Fontainhas



Um monumento em sucalcos que ilustram as conquista do homem a uma natureza muitas vezes madrasta. E digno de ser classificado como Património da Humanidade.

Cabo Verde - A propósito de cabras

Na caminhada para Fontainhas. Cabra abandonada não tem dono? Pois experimentem.

Cabo Verde - De Ponta de Sol a Fontainhas

Uma caminhada que vale pelo espectáculo da paisagem, mesmo se agreste aqui ou ali. Ao fundo, Ponta do Sol - Ilha de Santo Antão.

Miragem

Cabo Verde - Ilha do Sal - Julho 2011

Fenómeno possível em dias ensolarados e em áreas desérticas, mas também noutros locais e circunstâncias.
E fenómeno real, embora... miragem. E irónico também pois, neste local, bem falta faria a água que se ali no mesmo plano das árvores. Mas que não está lá.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tadinha da Moody´s

São tantos os ex-amigos a baterem na menina que decidi levá-la ao cinema. Depois do cinema se verá que mais fazer para a animar.
Era tão boa pequena há tão pouco tempo que custa a acreditar no que lhe estão a fazer.
Anda daí, Moody´szinha. Vamos ao nimas. Não ligues ao Guerreiro, ao Camilo, ao Marcelo, ao Cavaco, ao Gomes Fininho da SIC, ao Coelho e outros que tais. E menos ainda ao Jardim.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

De acompanhantes de luxo a meras… meretrizes



As agências de rating sempre foram umas meretrizes. Desculpem: umas putas.
Mas há quem, em tempos recentes, as tivesse por acompanhantes de luxo. Por isso:
  •        O PR pedia para não que não se diabolizassem os mercados e as suas agências, porque isso era feio;
  •        O agora secretário Moedas garantia uma subida do rating se fosse um governo social-democrata a aplicar o acordo com a troika;
  •        Por seu lado, PPC garantia que se tal acordo fosse aplicado pelo PS rapidamente chegaríamos à situação da Grécia…
Mas, repito, as agências são mesmo umas meretrizes. E agora o PR exalta-se e clama por intervenção europeia; PPC queixa-se de um murro no estômago, ele que deu um com o chumbo do PEC IV; Gomes Fininho, da SIC, enquadra isto na guerra entre o dólar e o euro e também numa estratégia que leve a que as próximas privatizações se façam ao desbarato; o presidente da CIP pergunta o que é que as agências querem mais; Duque sugere que não se ligue ao assunto; os banqueiros estão enfurecidos…
Concluindo: uma meretriz pode passar por acompanhante de luxo, sobretudo diante de quem pense que estamos a falar de coisas diferentes.
Mas a acompanhante de luxo de outrora é a meretriz de agora. Nem mais.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O bronco Silva…


Depois de exaltadas catilinárias contra a decisão da Moody’s – e as agências de rating em geral -, este Silva acaba por justificar, no frente a frente do Crespo, o corte do rating da dívida portuguesa. Para ele, a Moody’s teve em atenção a execução orçamental, o aumento da dívida. Isto é: a Moody´s, para ele, tem razão.
Sendo assim, por que raio se exalta tanto?
Já agora: quando é que afastam este bronco de filmes sérios e dramáticos? Espera-se pela independência da Madeira, que o ministro Álvaro tão bem justifica, para o recambiar para o Chão da Lagoa?

Chulos, agências de rating e os amigos destas…



São umas meretrizes as agências de rating. Reparem que não escrevo putas, porque isso seria ofensivo, e meretriz tem mesmo raiz no latim de Cícero: meretrice. Coisa fina, pois então.
Mas, embora finas, ainda não têm estatuto que lhe permita um trabalho independente, com ou sem recibo verde, pelo que preferem o trabalho precário, através do encosto na chulice: os tais mercados, os fundos de investimento, a banca, o sistema financeiro em geral, o que de mais asqueroso existe no que se insiste ser a mais antiga profissão do mundo, estando por saber quem primeiro apareceu: se o chulo, se a puta. Desculpem: a meretriz.
Nas suas análises para a chulice as meretrizes informam sobre o desempenho dos seus clientes: as negas (default), a ejaculação precoce (risco de bancarrota), o nível de rigidez do membro (robustez das medidas em curso), a irregularidade da erecção (solidez do apoio político aos programas), a resposta à estimulação erótica (impacto das medidas), marca dos preservativos (risco de derrapagem) …
Por equívoco, nos relatórios das meretrizes não pode ser usado o termo teso, não se fosse confundir a falta de massa com qualquer notação AAA+. Para isso já basta a barraca com o Lheman Brothers.
Mas as meretrizes não dispensam os amigos que são verdadeiras antenas de informação sobre os clientes a classificar: duques, medinas, camilos, guerreiros, cavacos, leites, cantigas, marcelos e tantos mais. Mesmo que opinem apenas de acordo com as suas preferências ideológicas e partidárias. E há que dizer que as putas – sabem que quero dizer as meretrizes – até são mais objectivas, porque os interesses dos chulos não variam de acordo com as circunstâncias. Chular sempre foi isso mesmo: chular. Até ao tutano.
Uma coisa diverte as meretrizes – ou as putas? : a indignação dos seus amigos quando os seus relatórios ou notações passam a ser inconvenientes, em determinado contexto. Idiotas inúteis, admitem, tais amigos, que têm mais poder que os chulos ou mesmo que as meretrizes (ou serão mesmo putas?).
E assim se explicam coisas muitos simples aos pequeninos. Porque este jogo de putas e chulos não é para todos. E é mesmo negócio muito perigoso, cobiçado por máfias e outras seitas.